Texto e fotos: Fernando Martinez
Uma das coisas que sempre gostei foi acompanhar jogo do último contra penúltimo de qualquer torneio. No sábado fui até o Estádio Anacleto Campanella para um desses duelos: São Caetano, o 15º colocado do Campeonato Paulista da Série A2, contra o Monte Azul, lanterna. Um daqueles confrontos que prometia bastante (ou não).
Tive a companhia do Milton na jornada, animadíssimo com a possibilidade de ver de perto os dois piores times da A2 até a sexta rodada. O Azulão do ABC vinha de vitória contra o Juventus no meio da semana, a primeira em 2023, e queria emendar o segundo resultado positivo. Já o Monte Azul tinha só três pontos conquistados em dois empates e ainda não tinha vencido.
Ir até São Caetano do Sul não é a pior coisa do mundo desde que a CPTM levou a Linha 10-Turquesa até a Estação da Luz. Encontrei o amigo decano ali, seguimos pelos trilhos da antiga SPR até SCS e de lá pegamos o bom e velho Jardim Boavista rumo à tradicional praça de esportes da cidade, O galho foi o calor, e após das fotos oficiais eu me espremi em um canto com uma rara sombra para me proteger do astro-rei.
AD São Caetano - São Caetano do Sul/SP
A Monte Azul - Monte Azul Paulista/SP
Aquela foto que só o Jogos Perdidos mostra com o quarteto de arbitragem e os capitães. O jogo teve o comando do árbitro Guilherme Francisco Rosário, dos assistentes Alex Alexandrino e Róbson Ferreira Oliveira e do quarto árbitro Robson Ferreira Oliveira
Diferente da expectativa, a partida foi muito boa, bem acima da média. Foi a primeira que realmente gostei nas divisões de acesso do Paulistão em 2023. O São Caetano começou com tudo, encurralando o Monte Azul e criando boas chances. Nem bem a peleja tinha começado e Régis quase fez o gol do São Caetano. Aos oito, foi a vez de Dogão assustar André Zuba e três minutos depois Álamo desperdiçar. A pressão local era total.
Após quinze minutos os visitantes passaram a se aventurar no campo de ataque com tiro de Luiz Felipe aos 16 e chutaço de Gadelha aos 20. Seguindo nessa toada, o Monte Azul saiu na frente aos 33. Em disputa pelo alto, o árbitro ano toque de mão de Dias. Pênalti. Gadelha bateu com extrema categoria e colocou no ângulo. O São Caetano sentiu o golpe e levou bola na trave aos 35 com Luís Felipe. Aos 42, Dener recebeu belíssimo passe de Gadelha e tocou no canto de João Lucas, fazendo 2 a 0. Os donos da casa deram sorte e, aos 44, conseguiram diminuir com um voleio lindo de Coutinho.
O Azulão do ABC começou melhor e levou muito perigo para a meta do Monte Azul
O time do interior se encontrou e abriu o placar em bela cobrança de pênalti de Gadelha
Lances no campo de ataque dos donos da casa
O fato de ter marcado no apagar das luzes animou o Azulão da Grande São Paulo. Na volta do intervalo, o panorama da etapa final foi um São Caetano atacando em busca do empate e um Monte Azul com o caminho livre nos contra-ataques. Apesar de ter ficado mais tempo com a pelota nos pés e criado bons lances, foi o escrete interiorano quem levou mais perigo. Foram pelo menos três momentos claros - com Luís Felipe, duas vezes e Dener Rodrigues - em que o terceiro tento ficou próximo de acontecer.
Em virtude das paralisações, o árbitro deu nove minutos de acréscimo. A pressão era total, e aos 52 Dener Rodrigues teve nos pés a oportunidade de consolidar o triunfo visitante em lance que ficou cara-a-cara com João Lucas. A finalização foi em cima do arqueiro do ABC. Aí entrou a vez do velho esquema "quem não faz, toma". O cronômetro chegou a 54 minutos e os locais tiveram a última chance. Lobato recebeu na direita e cruzou. A bola pegou um efeito enorme e encobriu André Zuba. Foi o gol de empate do São Caetano. Enorme festa por parte dos atletas e comissão técnica dos donos da casa.
Detalhes do segundo tempo de São Caetano x Monte Azul
André Zuba pulou e não conseguiu defender o cruzamento/chute de Lobato. O empate do São Caetano saiu aos 54 do tempo final
O São Caetano 2-2 Monte Azul teve gosto de vitória para os donos da casa. O grande problema é que, no fim, foi um resultado ruim pata ambos. O clube do ABC chegou ao quarto duelo sem derrota, porém está na preocupante 14ª colocação com seis pontos. Já o Atlético segue na lanterna com três. Ambos precisam melhorar MUITO se não quiserem jogar a Série A3 em 2024.
Saímos do estádio e antes de pegar o ônibus a caminho da estação da CPTM passei na padaria que fica na frente do Lauro Gomes passar raiva com os preços altíssimos. No domingo retornei aos campos com jogo em sessão noturna no Canindé. Sempre animador passear pelas ruas do bairro de noite com a rapaziada zumbi que vive na região... só que não.
Até lá!
Ficha Técnica: São Caetano 2-2 Monte Azul
Local: Estádio Anacleto Campanella (São Caetano do Sul); Árbitro: Guilherme Francisco Rosário; Público: 468 pagantes; Renda: R$ 5.730,00; Cartões amarelos: Alamo, Paulo Henrique, Régis, Ramonzinho, Cleiton Kekéu, Henrique Rocha, Bruno Dip, Márcio Ribeiro, Andrews Caldas (AT do Monte Azul); Cartões vermelhos: Dogão e Andrews Caldas 54 do 2º; Gols: Gadelha (pênalti) 33, Dener Rodrigues 42 e Coutinho 44 do 1º, Lobato 54 do 2º.
São Caetano: João Lucas; Alamo, Gui Tavares, Dogão (Lucão) e Paulo Henrique; Dias (Coutinho), Lucas Silva e Celsinho (Lobato); Régis, Anderson Magrão e Wallace (Ramonzinho). Técnico: Márcio Ribeiro.
Monte Azul: André Zuba; Cleiton Kekéu (Caio Ruan), Junior Henrique, Henrique Gigante e Bruno Dip; Vacaria (Nathan), Wesley (Udson), Henrique Rocha e Luís Felipe (Felipe Carvalho); Gadelha (Guthierres) e Dener Rodrigues. Técnico: Andrews Deco (interino).
Nenhum comentário:
Postar um comentário