Texto e fotos: Fernando Martinez
Como tenho feito nas últimas semanas, o sábado foi reservado para acompanhar o Campeonato Paulista da Série A4. Pela terceira vez em 2025 estive no Estádio Anacleto Campanella, desta vez para ver São Caetano x Nacional, confronto que definiria um dos semifinalistas do torneio. A expectativa era de uma tarde tensa no ABC.
Na ida, o Nacional atropelou o Azulão e podia até perder por dois gols de diferença que, mesmo assim, garantiria a vaga. A diretoria do vice-campeão da Libertadores de 2002 liberou a entrada gratuita para os torcedores, e a promessa era de bom público. O maravilhoso frio deu as caras e acabou afastando um pouco a rapaziada. Ainda assim, mais de 1.300 pessoas compareceram. Do pessoal da casa, destaque para a indefectível dupla Milton e Pucci, além de Gabriel “Popeye” Pucci, o lobo do mar.
Foi o sétimo encontro entre os dois no Anacleto, e em nenhum deles o Nacional saiu com um triunfo. Foram dois empates e quatro derrotas. De consolo para os paulistanos, nenhuma delas foi por três gols de diferença. Nos duelos mais recentes, ambos pela Copa Paulista, duas vitórias locais: 1 a 0 em 2016 e 2 a 1 em 2017.
São Caetano Futebol Ltda. - São Caetano do Sul/SP
Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP
Os capitães com o árbitro João Batista do Nascimento Avelino, os assistentes Rodrigo Meirelles Bernardo e Jefferson Yago Pinto e o quarto árbitro Leandro Carvalho de Oliveira
Os amigos Gabriel "Popeye" Pucci, Milton e Pucci passando o primeiro frio do ano em São Caetano do Sul
Como previsto, foi uma partida tensa. O São Caetano precisava marcar e ocupou o campo de defesa visitante desde o início. Só que não houve uma pressão constante com várias chances claras, longe disso. A defesa do Nacional se postou bem e demorou até surgir um momento realmente relevante.
A primeira boa chance veio aos 22 minutos, com o artilheiro Fábio Azevedo obrigando Luizão a fazer ótima defesa. Aos 32, não teve jeito. O camisa 7 recebeu passe da esquerda e, mesmo cercado por cinco jogadores do Nacional, chutou no canto esquerdo e abriu o placar. Foi o 13º gol dele na competição.
O Nacional chegou a empatar aos 42, quando Ronaldy acertou um tirambaço na trave e Gustavo Índio marcou no rebote. Porém, o assistente assinalou impedimento. Como caía uma forte garoa, acompanhei a peleja das cabines e, de onde estava, me pareceu posição legal. Revendo o lance na transmissão, fiquei com impressão parecida.
Na etapa final, a pressão do Azulão aumentou. Aos 11, a melhor chance: um belíssimo chute de Luiz Henrique, sem marcação, do meio da área que explodiu na trave. Se a bola entra, o 2 a 0 mudaria totalmente o panorama. Só que, para a tristeza dos torcedores mandantes, o empate veio aos 19. Daniel Costa roubou a bola na intermediária, avançou e chutou de longe. Carvalho deu rebote, a zaga dormiu e o camisa 10 do Nacional foi mais rápido, colocando no canto direito.
O 1 a 1 desanimou de vez o escrete azul. Com cerca de meia hora pela frente e três gols de desvantagem, o São Caetano pouco produziu. A atuação defensiva dos visitantes foi o grande destaque da tarde fria. Aos 44, Miguelzinho foi expulso e deixou o Azulão com um a menos. A partir daí, foi só esperar o apito final para confirmar a classificação paulistana.
Detalhes de São Caetano 1-1 Nacional no Anacleto Campanella

Miguelzinho lamentando sua expulsão no fim da partida
O São Caetano 1-1 Nacional colocou o antigo SPR entre os quatro melhores da Série A4. Agora, o desafio é contra o Paulista de Jundiaí, que tem a vantagem de dois empates na briga pelo acesso à A3, torneio que o Nacional não disputa desde 2022. Vai ser difícil, complicado demais, e o Galo da Japi tem um leve favoritismo. Porém, achava o mesmo do Azulão... então tudo pode acontecer. Na outra semi, União Barbarense e Araçatuba duelam pela outra vaga.
Ao vice-campeão brasileiro de 2000 e 2001, fica a certeza de que precisa de algo a mais para retornar à A3. A equipe chegou a liderar o campeonato na 12ª rodada, mas terminou a campanha com uma sequência de seis jogos sem vitória. Definitivamente, não é o lugar onde nos acostumamos a ver o Azulão. A diretoria vai precisar acertar o foco em 2026 se quiser, algum dia, retomar o caminho da elite. Vinte anos depois da conquista do Campeonato Paulista (em jogo que eu também estava), o time segue na sua pior fase.
Como de costume, fui com os amiguinhos presentes fazer uma boquinha na padaria em frente ao portão principal. Depois, peguei o rumo do QG da Zona Oeste. Assim como nas semanas anteriores, não sei qual será a próxima cobertura. A vontade é uma só, mas talvez não seja possível. O que eu sei é que, no próximo fim de semana, começam os Paulistas sub-15 e sub-17... e estaremos de olho.
Até a próxima!
Ficha Técnica: São Caetano 1-1 Nacional
Local: Estádio Anacleto Campanella (São Caetano do Sul); Árbitro: João Batista do Nascimento Avelino; Público: 1.309 pagantes; Renda: R$ 7.400,00; Cartões amarelos: Rafael Lendecker, Fábio Azevedo, João Braga, Felipe Brian, Luizão e Diogo Bolt; Cartão vermelho: Miguelzinho 44 do 2º; Gols: Fábio Azevedo 32 do 1º e Daniel Costa 19 do 2º.
São Caetano: Carvalho; Rafael Lendecker (Allan Kennedy), Everton Dias, Amaral e Leandro Gonçalves; Miguelzinho, Fábio Azevedo (Robert Taylor), Luiz Henrique (Caio Felipe) e Wermerson (Phelipe Salioni); Vinícius Spaniol e Vitinho (Bernardo Henrique). Técnico: Reginaldo Ferreira.
Nacional: Luizão; Felipe Brian (Cauan), César Augusto, Renan e Lucas Roberto; Rômulo (Diogo Bolt), Ronaldy, João Braga e Daniel Costa (Nicolas Matheus); Gustavo Índio (Kléber Balotelli) e Guilherme (Nicollas). Técnico: Tuca Guimarães.