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segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Nova goleada corintiana no Paulista Feminino sub-17

Texto e fotos: Fernando Martinez


O último final de semana teve o maior número de jogos realizados na Grande São Paulo no ano de 2019. Eu realmente não sabia o que fazer até o último momento. Depois da rodada dupla de sábado, a ideia era fazer a mesma coisa no domingo. Como já sou um velhinho, desisti da peleja da manhã e concentrei as forças nas duas opções de sessão vespertina. Não foi fácil, mas acabei decidindo ver de perto o duelo entre Estrela de Guarulhos e Corinthians pelo Campeonato Paulista Feminino sub-17.

A segunda opção era Mauaense e Catanduva FC pelo Paulista sub-20, um jogo genial. A decisão pelo futebol das meninas foi única e exclusivamente pela chance óbvia de goleada. As garotas alvinegras chegaram nesse confronto com cinco vitórias nos cinco compromissos que tiveram, três delas por 11x0. Era claro e cristalino que tinham tudo para aplicarem outra goleada monstra, mesmo sabendo que o Estrela tentaria com afinco não sofrer tantos gols quanto no primeiro turno.

Fui sozinho da Zona Oeste até o Estádio Antônio Soares de Oliveira. Chegando lá, me deparei com o rescaldo de um jogo amador realizado de manhã e com a dupla Renato e Milton enxugando uma cervejinha marota numa padoca da região. Quando pegamos o caminho da cancha vimos que a ambulância não tinha chegado. Já pintou uma preocupação. Os times aqueceram, foram aos vestiários, retornaram, o hino rolou e somente depois que fiz as fotos oficiais o veículo chegou... ufa!


Instituto Estrela de Guarulhos (feminino sub-17) - Guarulhos/SP


Sport Club Corinthians Paulista (feminino sub-17) - São Paulo/SP


Quarteto de arbitragem e capitãs dos times

Quando a bola rolou, não teve surpresa. O Corinthians passou 98% do tempo no campo de defesa do Estrela e criou um sem número de oportunidades. Agora, o nível de concentração das meninas estava baixíssimo. Talvez pela classificação antecipada, talvez por atuarem contra uma equipe inferior tecnicamente, o detalhe é que elas não mostraram muita coisa. Os dois primeiros gols saíram aos oito e nove minutos, o primeiro em chute cruzado da direita de Maíra e o segundo com tiro de longe de Kamile.

Só que o Estrela colocou as manguinhas de fora e diminuiu aos doze. Após falta pela direita, uma das atacantes tocou de leve e a pelota sobrou no segundo pau para Mingau, que fez o dela. O Corinthians passou então a rifar os passes e desperdiçar chances de forma bisonha. As visitantes só ampliaram aos 34 minutos quando, em investida pela direita, o tiro foi defendido por Gabi Paixão e no rebote Maíra fez o terceiro. Aos 41 Daise fez o quarto em cobrança de pênalti.


Atletas tentando alcançar a pelota no ataque corintiano


Lance agudo visitante dentro da área do Estrela


Bola dentro do gol guarulhense... cena que aconteceu seis vezes em toda a peleja


De pênalti, Daise fez o quarto tento alvinegro

Enquanto ficávamos sabendo que as meninas adultas alvinegras tinham sido derrotadas pela Ferroviária na final do Brasileiro a etapa final começou. Durante os primeiros dez minutos, as visitantes demonstraram muito mais vontade e chegaram fácil ao ataque, marcando outras duas vezes. Aos 4 Joyce cruzou e Kamile completou com calma no canto direito. Aos 10, em nova jogada pela esquerda, foi a vez de Thalia cruzar e Kamile, ela de novo, fazer o sexto.

Ficamos com a impressão de que, com meia hora restando, o Corinthians chegaria a uma goleada por uma margem ainda maior de gols. Ledo engano... as atletas conseguiram desperdiçar vários ataques perigosos e o marcador não sofreu alterações. Os lances mais agudos aconteceram aos 19, quando a arqueira local fez milagre em chute à queima-roupa e aos 27, quando Evelin teve a meta à sua disposição e mandou pela linha de fundo.




Três lances do setor ofensivo do Corinthians durante o tempo final

O placar final ficou em Estrela 1-6 Corinthians. Uma atuação sonolenta e ruim do escrete mosqueteiro, o suficiente para confirmar a classificação à segunda fase com a melhor campanha entre os 16 participantes. Agora o Timão enfrentará o Santos e os geniais Caldeirão FC e Realidade Jovem. A outra chave tem São José, Ferroviária, Centro Olímpico e São Paulo. Vamos ver se rola cobrir algum desses compromissos.

Essa foi a minha partida #2997 em todos os tempos e acredito que o jogo #3000 deve chegar no próximo final de semana. Pior que ainda não tenho a menor ideia de qual será. O que eu sei é que na quarta-feira estarei presente em outra final na história do JP, dessa vez a grande decisão da Copa do Brasil sub-17.

Até lá!

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Ficha Técnica: Estrela 1-6 Corinthians

Competição: Campeonato Paulista Feminino sub-17; Local: Estádio Antônio Soares de Oliveira (Guarulhos); Árbitro: Ronald Horns Araujo; Público e renda: Portões abertos; Gols: Maíra 8, Kamile 9, Mingau 12, Duda 34 e Daise (pênalti) 41 do 1º, Kamile 5 e 10 do 2º.
Estrela: Gabi Paixão; Ana Brugnaro (Vanessa), Sylvia da Silva, Tata Gomes e Rapha; Bárbara Silva, Mingau, Josi Araújo (Alinny) e Bianca Maria (Mariana); Dada e Adriele (Gabi Rebola). Técnico: Horácio dos Santos.
Corinthians: Ana Caroline; Kedima (Gabi), Isabelle (Isabela), Ferronatto e Daise (Joyce); Helô, Sofia (Giovana), Maíra (Evelin) e Duda (Cortes); Kamile e Thalia (Isabela Ramos). Técnico: Macarena Celedon.
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domingo, 29 de setembro de 2019

Novo empate do Oeste na B, agora contra o Paraná

Texto e fotos: Fernando Martinez


Fechando a rodada dupla do sábado, emplaquei o segundo jogo consecutivo do Oeste no Campeonato Brasileiro da Série B. Se na terça-feira eles venceram o São Bento de virada, dessa vez o adversário era o Paraná Clube em duelo pela 25ª rodada, a sexta do returno. Como tirei a zica de não ver gols na Arena Barueri no 2x1 de quatro dias antes, nada melhor do que arriscar a sorte de novo. Essa foi a #2995 partida da minha vida, e agora só faltam cinco para o #3000.

Agora, o mais legal, sem dúvida nenhuma, foi voltar a ver o Tricolor da Vila com seu elenco profissional após quase 15 anos. Estive em várias apresentações da agremiação curitibana na Copa São Paulo de Futebol Júnior desde então, mas profissional de verdade nada. Minha última vez com o elenco principal em campo tinha sido no dia 10 de novembro de 2004, uma derrota de 1x2 contra o São Caetano no ABC.

Cheguei na Arena de boa e logo encontrei todos os fiscais da FPF amigos de tantos caminhos e tantas jornadas. Depois daquele bate-papo maroto subi até a parte alta da cancha, fiz aquele almoço esperto (sim, estava em jejum até aquele momento) com as bolachas maizena e o café aguado disponibilizado ao pessoal da imprensa e fui pegar meu lugar acima dos refletores. O frio era grande e o vento fez a curva ali durante toda a etapa inicial. Simplesmente maravilhoso.




Da posição em que estava, acima dos refletores da Arena, consegui pegar carona e fazer as fotos oficiais. Um ângulo diferente do que os leitores do JP estão acostumados

Dentro de campo, o Oeste chegou nesse confronto com 29 pontos na 13ª posição, enquanto os paranistas estavam em 10º com 34. Um triunfo afastaria ainda mais o rubrão da zona de rebaixamento. Já uma vitória visitante os aproximaria do G4 nesta embolada Série B. Para afastar de vez o gosto ruim deixado pelo horroroso 0x0 contra o Figueirense em junho - um dos meus piores jogos de 2019 até aqui - a peleja foi muito boa, principalmente na primeira meia hora.

Confesso que não esperava muita coisa, porém as duas equipes foram ao gramado com a inspiração em dia e foram responsáveis por ótimas oportunidades nos seus respectivos ataques. Aos seis, Rodolfo subiu sozinho na área local e quase fez o primeiro tento visitante. Aos 14 Fábio respondeu com um chutaço de longe que passou perto da trave visitante. Sete minutos depois o Paraná marcou contando com um vacilo da zaga paulista. Jenison roubou, invadiu pela direita e cruzou para Vitinho que, livre de marcação, chutou e fez.

Assim como na terça, o Oeste não sentiu o golpe e deixou tudo igual aos 28. Elvis deu passe primoroso para Bruno Lopes dentro da área. O atacante chutou, Thiago Rodrigues fez milagre, e Fábio, no rebote, aproveitou e empatou. A partida era eletrizante e aos 31 quase saiu o segundo tricolor em boa finalização de Jenison, e ótima defesa de Luís Carlos à queima-roupa. Foi nesse 1x1 que o tempo inicial chegou ao fim.


Bruno Rodrigues (11) preparando a bicuda de longe


Elvis (10) matando com estilo na meia-lua


A comemoração de Vitinho no gol paranaense

Tive a gloriosa companhia de Renato Rocha no segundo tempo numa cabine da Arena. Era o antigo local em que o pessoal do SporTV, ficava mas agora eles estão num lugar com mais espaço. Com o vento incansável, vimos o cotejo cair de produção. O Oeste, sabendo que o empate não era uma boa, foi um pouco melhor e criou três ou quatro momentos mais incisivos. Nenhum deles transformado em gol.

Jogando na base do banho-maria foi o tricolor que criou o grande lance dos últimos 45 minutos. Nos acréscimos, Guilherme Santos fez boa jogada pela esquerda e cruzou. Rafael Furtado fez o desvio e colocou dentro da rede rubro-negra, porém o tento foi anulado pois ele estava em posição irregular. A torcida do Oeste ficou em silêncio por longos cinco segundos até que finalmente pôde respirar aliviada com a confirmação do impedimento.


Detalhe do gol do Paraná anulado pela arbitragem no fim da peleja


O empate acabou não sendo um bom resultado nem para o Oeste, nem para o Paraná

No fim, o Oeste 1-1 Paraná Clube não foi legal para nenhum dos dois times. O rubrão permanece na 13ª colocação, agora com 30 pontos, quatro acima do Z4. O tricolor da Vila Capanema desceu ao 11º lugar com 35, três abaixo do CRB, o quarto colocado. Faltam 14 compromissos a serem realizados, uma enormidade. Muita coisa ainda vai rolar e tudo está em aberto.

Saí da Arena junto com os amigos e ganhei uma abençoada carona até o trabalho no bairro do Itaim. A ideia era emplacar outra rodada dupla no domingo, só que como já estou velhinho, o corpo e a mente não aguentariam o tranco. Abortei a missão, dormi um pouco e fui apenas na sessão vespertina pois tinha certeza de goleada.

Até lá!

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Ficha Técnica: Oeste 1-1 Paraná Clube

Competição: Campeonato Brasileiro da Série B; Local: Arena Barueri (Barueri); Árbitro: Sávio Pereira Sampaio (DF); Público: 736 pagantes; Renda: R$ 11.850,00; Cartões amarelos: Lidio, Alyson (Oes), Rodolfo, Eder Sciola, Fernando Neto (Par); Gols: Vitinho 21 e Fábio 28 do 1º.
Oeste: Luis Carlos; Betinho, Cleber Reis, Egon e Alyson; Lidio, Roberto (Mazinho), Wallace Bonilha e Elvis (Matheus Oliveira); Fábio e Bruno Lopes (Gabriel Vasconcelos). Técnico: Renan Freitas.
Paraná Clube: Thiago Rodrigues; Eder Sciola, Leandro Almeida, Rodolfo e Guilherme Santos; Luiz Otávio, Judivan (Pimentinha), Fernando Neto e Vitinho (Itaqui); Jenison (Rafael Furtado) e Bruno Rodrigues. Técnico: Matheus Costa.
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Lobo sai na frente do USAC nas oitavas do sub-20 da 2ª

Texto e fotos: Fernando Martinez


O último final de semana teve um recorde de partidas realizadas na Grande São Paulo em 2019: nada menos do que 22 espalhadas pela região por vários torneios diferentes. Foi difícil escolher em qual estaria presente. No sábado, resolvi em cima da pinta fazer uma rodada dupla - a primeira em canchas diferentes desde a Copa América - iniciando com o genial duelo entre União Suzano e Inter de Bebedouro na ida das oitavas de final do Campeonato Paulista sub-20 da Segunda Divisão, o glorioso jogo #2994 da minha lista.

Se na Segundona a Inter foi eliminada na primeira fase, no sub-20 ela está voando. O alvirrubro terminou o Grupo 2 na liderança e invicto com sete vitórias e um empate, tendo feito 22 gols e sofrido apenas um. O regulamento em 2019 mudou e agora não temos confrontos regionalizados nas oitavas. O Lobo Vermelho, dono da melhor campanha, se credenciou então para pegar o 16º colocado entre todos os classificados, no caso o USAC. O onze suzanense ficou na terceira posição do Grupo 5 com dez pontos, tendo somado mais derrotas do que triunfos: quatro contra três.

Fui até o Estádio Francisco Marques Figueira na companhia do mesmo line up da viagem até Sorocaba na semana passada: o amigo-abelha Renato Rocha e o casal Caio e Roberta. Chegamos na praça de esportes em cima da pinta, porém com tempo de sobra de fazer as fotos oficiais. Aliás, vale o registro da belíssima camisa da Internacional. Vejo a equipe desde o começo do século e nunca tinha os visto com uma vestimenta tão sensacional. Deixo os parabéns a quem escolheu o modelo com faixa transversal.


União Suzano Atlético Clube (sub-20) - Suzano/SP


Associação Atlético Internacional (sub-20) - Bebedouro/SP


Capitães dos times e trio de arbitragem da peleja

Os meteorologistas já tinham dado a deixa que sábado seria o último dia com baixa temperatura na semana. Graças a esse abençoado detalhe, foi absolutamente genial sentir o vento gelado fazendo a curva no Suzanão. Só não foi o dia que passei mais frio ali pois o ECUS x Matonense que acompanhei numa quarta-feira de agosto de 2013 é insuperável.... mas que estava muito frio, estava.

Por motivos óbvios resolvi acompanhar o ataque visitante durante a etapa inicial e não me arrependi. A Inter criou os melhores e mais perigosos momentos, não há dúvida. Agora, vale falar sobre a magnífica atuação do União Suzano. Inferiores tecnicamente, os garotos se superaram e deram o sangue, transformando o que poderia ser uma goleada a favor dos visitantes num duelo bem complicado.

Aos dez minutos o escrete bebedourense chegou perto de inaugurar o placar quando Gustavo foi lançado na direita, ganhou na corrida do defensor e cruzou. Cristiano tentou dar aquele pique maroto, pena que chegou tarde e por milímetros não tocou na pelota. Aos 19 aconteceu a única boa chance local quando Guilherme Gouveia cobrou falta e, depois de passar por todo mundo, ela bateu na trave superior.

Nos minutos finais, a Inter intensificou a pressão e ameaçou principalmente em bolas paradas. A melhor das oportunidades saiu aos 41 em falta de Ovelha pela esquerda e ótima defesa de Falcão. Contrariando as expectativas, o primeira etapa terminou sem a abertura do marcador. Da minha parte, desisti de pegar frio no gramado e fui até as tribunas junto com os amigos que lá estavam.


Ataque do Lobo no começo da partida


Uma das grandes chances perdidas pela Inter no primeiro tempo, mas Cristiano chegou atrasado


Escanteio da Inter e Falcão mandando pela linha de fundo, evitando o gol olímpico


Lance no campo de defesa visitante

O tempo final começou com ainda mais vento, garoa e com a Inter passando sérias dificuldades ofensivas. O camisa 7 Cristiano teve os melhores lances, mas desperdiçou todos. Aos 31, Gaúcho bateu falta e o goleiro mandou bem pela linha de fundo. Aos 35, Guirão recebeu, matou no peito, virou e chutou, tirando tinta da trave esquerda. Com essa finalização, parecia que a peleja estava fadada a terminar sem gols.

O União Suzano foi heroico ao segurar o dono da melhor campanha do certame durante os 90 minutos, só que aos 47 deu um vacilo que se mostrou mortal. A bola foi espirrada pro campo de defesa em direção ao camisa 5 Gustavo. Ele avançou pela esquerda e, mesmo com a pressão do defensor, chutou cruzado, colocando no canto de Falcão. A comemoração misturou alegria com uma enorme sensação de alívio.


Zaga alvirrubra chutando a bola para longe do campo de defesa


Gaúcho cobrando falta pela direita


Belo colorido das camisas no gramado do Francisco Marques Figueira


Visão geral de um belo (e frio) sábado de setembro

O resultado de União Suzano 0-1 Inter de Bebedouro foi uma ducha de água fria para o onze local, porém foi justo. O Lobo conseguiu seu tento na marra e leva uma enorme vantagem ao Sócrates Stamato, podendo perder por um gol que ainda assim estará nas quartas. O USAC tem que vencer por dois de diferença, sem dúvida uma tarefa bastante complicada. De qualquer forma, merecem já os parabéns pelo futebol digno apresentado.

Sem tempo a perder, saímos rapidinho do estádio pois tinha sessão futebolística às 19 horas a quase 80 quilômetros de distância. Na pauta, outra rodada da Série B com jogo de clube que não via no profissional há absurdos 15 anos.

Até lá!

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Ficha Técnica: União Suzano 1-1 Inter Bebedouro

Competição: Campeonato Paulista sub-20 da Segunda Divisão; Local: Estádio Francisco Marques Figueira (Suzano); Árbitro: Paulo Nogueira Junior; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Yuri, Klayve (Uni), Gustavo (Int); Gol: Gustavo 46 do 2º.
União Suzano: Falcão; Pety, Gabriel, Nathan (Alemão) e Guilherme Gouveia; Yuri (Paolo), Nicolas (Pablo), Klayve e Adriano; Guilherme Nunes (Maik) e Thiago (Kauan). Técnico: Felipe de Freitas.
Inter Bebedouro: David; Cleitinho, Vinicius, João Vitor e Etto; Gustavo (Bica), Cristiano, Ovelha e Allan (Marcos); Guirão e Gaúcho. Técnico: João Polezzi.
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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Oeste vira em cima do São Bento em bom jogo na Arena

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na noite de terça-feira quis aproveitar a folga no trabalho e fui pela segunda vez ver o Oeste em campo na Arena Barueri na atual edição do Campeonato Brasileiro da Série B. O rei dos empates recebeu o São Bento vindo de vitória e querendo aproveitar o embalo. A peleja foi válida pela 24ª rodada do torneio, a quinta do returno. Esse foi meu jogo de número #2993 e agora faltam apenas sete para alcançar a marca de 3000 na história.

Tinha ido ali apenas uma vez neste ano: o abominável empate sem gols do rubrão contra o Figueirense antes da Copa América. Aquele foi sem dúvida uma das piores partidas que vi em 2019 e em toda a minha vida. Tudo bem que ver um duelo da parte de baixo da tabela - os locais estavam na 15ª colocação e os sorocabanos em 18º - não era um indicativo que o panorama pudesse ser alterado, mas arrisquei a sorte na base da coragem.

Após vencer pela primeira vez com Milton Mendes no comando (2x0 em cima do Vitória com direito a cobertura do JP) a torcida alvi-azul se empolgou e compareceu em bom número à Arena. A rapaziada estava empolgada e a animação aumentou aos nove minutos com o gol visitante. É, só que não foi nenhum atleta do São Bento que marcou, e sim o Cléber Reis que fez contra. Ele não teve culpa, já que ele recuou a bola até Luís Carlos e o goleiro vacilou monstro. O camisa 1 errou ao dominar e viu a pelota passar devagarinho debaixo do seu pé, indo parar dentro da meta. Uma das maiores falhas que já vi ao vivo num estádio de futebol.

Nem deu tempo de comemorar direito, pois aos doze minutos Élvis cruzou na pequena área e Fábio deixou tudo igual de cabeça. Para quem tinha visto um 0x0 modorrento ali em junho, dois gols no começo da peleja já era algo a ser louvado. Aos 15, Gerson aproveitou sobra e chutou tirando tinta da trave local. Oito minutos depois os visitantes desperdiçaram a melhor chance de ficarem novamente à frente quando Fábio Bahia recebeu no meio da área e com o gol aberto finalizou por cima. Égon respondeu aos 27 com um tiro de longe bem defendido pelo arqueiro sorocabano Renan Rocha.


Visão geral da Arena Barueri recebendo (mais uma vez) pouco público num jogo do Oeste


Oeste atacando pela esquerda


Detalhe do gol da virada rubro-negra, marcado por Cleber Reis

Pouco antes do intervalo chegar o Oeste conseguiu virar o marcador em oportunidade parecida com a do primeiro gol. Decorridos exatos 45 minutos, Elvis cobrou falta e Cléber Reis, se redimindo do tento contra, fez a favor em novo lance de cabeça. O jogo amarrado, ruim e com poucas emoções esperado pelo que vos escreve não aconteceu e a etapa inicial foi surpreendentemente boa. Minha viagem já tinha valido a pena.

Tudo bem que a nota era boa e garantiria a passagem de ano no final do semestre, porém os times resolveram deixar o futebol razoável nos vestiários e o segundo tempo foi bem abaixo. A ação ficou concentrada no meio-campo e pouco se viu no gramado da Arena. Melhor para o Oeste, que conseguiu vencer seu terceiro compromisso nos últimos quatro realizados.


A torcida do São Bento compareceu em bom tamanho em Barueri


Confusão entre jogadores dos dois times no tempo final


O São Bento buscou o empate até o fim, mas a equipe ficou com a derrota mais uma vez na Série B

O placar final de Oeste 2-1 São Bento manteve o rubrão na 13ª posição da tabela, agora com 29 pontos e se afastando um pouco mais da zona de rebaixamento. Falando em degola, o escrete interiorano segue na 18ª colocação com os mesmos 23. Os comandados de Milton Mendes precisam de forma urgente emendar bons jogos seguidos na difícil luta contra a queda. Estamos na torcida.

Da minha parte retornei à capital curtindo a fria noite da Grande São Paulo pensando no que pode ser visto até o final da semana. Temos algumas metas em vista, vamos ver se tudo dá certo.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Oeste 2-1 São Bento

Competição: Campeonato Brasileiro da Série B; Local: Arena Barueri (Barueri); Árbitro: Vinícius Furlan (SP); Público: 916 pagantes; Renda: R$ 14.940,00; Cartões amarelos: Matheus Jussa, Thiaguinho, Betinho, Elvis, Fábio (Oes), Rodolfo, Paulinho Boia, Dudu Vieira (Sao); Gols: Cleber Reis (contra) 10, Fábio 12 e Cleber Reis 45 do 1º.
Oeste: Luís Carlos; Betinho, Cléber Reis, Egon e Alyson; Thiaguinho, Roberto (Wallace Bonilha), Matheus Jussa, Elvis (Gustavo Mosquito) e Bruno Lopes (Mazinho); Fábio. Técnico: Renan Freitas.
São Bento: Renan Rocha; Marcos Martins, Gerson, Joílson e Guilherme Romão; Fábio Bahia (Minho), Dudu Vieira (Alisson), Paulinho e Rodolfo; Zé Roberto e Paulinho Boia (Caio Rangel). Técnico: Mílton Mendes.
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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Juventus vence, mas é eliminado da Copa Paulista

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na tarde de sábado rolou a última rodada da segunda fase da Copa Paulista e o leque de opções era bastante grande. Acabei escolhendo acompanhar a decisão entre Juventus e Santo André no Estádio Conde Rodolfo Crespi. Era promessa clara de bom jogo, já que apenas um dos dois estaria entre os oito melhores do torneio após os 90 minutos. Da minha parte, foi a partida de número #2992 em todos os tempos e o primeiro duelo entre grenás e andreenses que acompanhei em mais de dez anos. 

Os paulistanos vacilaram nas duas rodadas anteriores - empate sofrido no último minuto contra o Comercial e derrota para a Inter de Limeira - e chegaram a esse compromisso precisando derrotar o Ramalhão por dois gols de diferença. O grande problema era que as sete vitórias do Moleque Travesso na atual edição da Copa tinham sido apenas por um tento de diferença. Os comandados de Alex Alves precisavam fazer o que não fizeram nas quinze apresentações anteriores.


Clube Atlético Juventus - São Paulo/SP (lembrando que o Santo André se recusou a posar)


O árbitro Alysson Fernandes Matias, os assistentes Fernando Afonso de Melo e Leandro Alves de Souza, o quarto árbitro Flávio Roberto Ribeiro e os capitães das duas equipes

Mesmo com a baixa temperatura, 1.129 pessoas pagaram ingresso e deram um colorido especial à Rua Javari. Entre elas, os amigos Milton, Bruno, Ricardo Pucci e o mestre automotivo Syller Savoia, o famoso televisão. Todos esperando ver o triunfo local para continuarem armando mil confusões na velha cancha paulistana na terceira fase. A torcida andreense também compareceu em bom número, confiante na classificação.

A expectativa de uma peleja animada se confirmou rapidinho. Foi um daqueles confrontos cheios de tensão, emoção, chances perdidas, muita raça e alguns lances ríspidos por parte dos atletas dos dois times. O Santo André foi ao gramado com o regulamento debaixo do braço e se preocupou principalmente em se defender durante a maior parte do tempo. Os locais ocuparam o campo adversário praticamente durante os 90 minutos.

Mas a primeira oportunidade quem criou foi o onze visitante logo aos três minutos em cobrança de falta de longe que Rafael mandou bem pela linha de fundo. Aos 17, o 9 juventino Danilo quase fez em tiro cruzado que passou perto da trave esquerda. Apesar de rondar a área adversária, o Juventus ciscou demais e só voltou a assustar nos minutos finais.

Aos 44, após cobrança de falta de Potiguar que bateu na barreira, a pelota foi cruzada na área e na sequência me pareceu que um zagueiro do Ramalhão tocou com o braço na bola. Na minha humilde opinião, pênalti não marcado. Aos 47, Potiguar cruzou da direita, a zaga salvou em cima da linha e, no rebote, Maycon chutou firme. O goleiro Luís Augusto fez uma defesa impressionante e impediu que os locais fossem aos vestiários em vantagem. O camisa 1 foi brilhante e comemorou como se fosse um gol.


Ataque juventino e a marcação de Matheus Santiago (11)


Pelo cruzada dentro da área visitante


O Juventus precisava vencer por dois gols de diferença, logo, atacou durante boa parte do tempo


O lance mais impressionante do tempo inicial: Maycon (11) chutou à queima-roupa e Luís Augusto fez um milagre

Na etapa final Alex Alves colocou todo mundo no ataque e a pressão grená foi ampla. O grande problema era o último toque. A performance de doze gols marcados em quinze jogos disputados não aconteceu à toa, já que a atuação ofensiva da equipe da Mooca foi fraca em todo o certame. O Santo André conseguia se segurar na base do sufoco e da raça, sem sofrer tantos sustos assim.

A insistência deu resultado aos 23 minutos quando o camisa 10 Potiguar aproveitou bola espirrada e acertou um chutaço no ângulo esquerdo de Luís Augusto, fazendo um belíssimo gol. Agora o Juventus precisava somente de outro tento para se classificar. O Ramalhão sentiu o golpe e tomou ainda mais pressão. 

Teve muito sufoco até que, aos 45 aconteceu o momento mais surreal da tarde e que definiu a sorte das duas agremiações. Potiguar cobrou falta da direita, a zaga afastou mal e ela sobrou para Dener. O atleta acertou um sem pulo sensacional e a pelota parou na trave. Na sobra ela bateu em Gil e saiu milimetricamente pela linha de fundo. Um lance de puro azar que selou a eliminação paulistana.


No tempo final, a pressão grená foi ainda maior


Lance de extremo perigo a favor do onze local. Na sequência, Potiguar abriu o marcador


Dener atacando com perigo pela direita


No fim, o Juventus venceu, mas faltou um gol para se garantir entre os oito melhores da Copa Paulista

O resultado final de Juventus 1-0 Santo André não foi suficiente para que o Moleque Travesso se garantisse na terceira fase da Copa Paulista. O Comercial terminou como líder do Grupo 7 com 11 pontos, enquanto o escrete andreense foi o segundo com oito e um gol de saldo, enquanto o Juventus teve a mesma pontuação só que ficou com o saldo zerado. O Bafo fará parte do Grupo 9 com XV de Piracicaba, São Bernardo e Linense e o clube do ABC estará no Grupo 10 com seu rival São Caetano, Ferroviária e Mirassol.

No domingo a agenda estava não tinha marcado, logo, fiquei de boa. A ideia é voltar à ativa na terça-feira com nova peleja da Série B nacional. Tudo bem, não é algo de encher os olhos, mas o esquema é aproveitar a folga com estilo. Além disso, sigo na caça do jogo #3000... agora faltam apenas oito para chegar na lendária marca.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Juventus 1-0 Santo André

Competição: Copa Paulista; Local: Estádio Conde Rodolfo Crespi (São Paulo); Árbitro: Alysson Fernandes Matias; Público: 1.129 pagantes; Renda: R$ 17.080,00; Cartões amarelos: Matheus Santiago, João Pedro, Magno, Johnson, Diego Gomes (San); Gols: Potiguar 23 do 2º.
Juventus: Rafael; Thiago Rocha (Mandacaru), Robson, Diego Sacoman e Paulo Henrique; Alê, Gil, Gabriel (Dener) e Potiguar; Danilo (Fernando) e Maycon. Técnico: Alex Alves.
Santo André: Luís Augusto; Magno, Wesley Pereira, João Pedro (Wanderley) e Eliandro; Rafael Leme, Vitor Vieira, Victor Sapo e Johnson; Vinicius Rodrigues (Diego Gomes) e Matheus Santiago (Léo Apolinário). Técnico: José Carlos Palhavan.
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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

O horroroso fim do centenário do Nacional Atlético Clube

Texto e fotos: Fernando Martinez


Chegou ao fim o tenebroso ano do centenário do Nacional Atlético Clube. No gramado do Estádio Nicolau Alayon, os ferroviários receberam o XV de Piracicaba e foram oficialmente eliminados da Copa Paulista com uma rodada de antecedência. Um final de gala - #ironia - de uma temporada mal planejada, mal organizada, mal jogada e com resultados absurdamente ruins.

Na virada de 2018 para 2019 confesso que cheguei a imaginar que a data comemorativa viria com uma bela campanha e a luta pelo acesso. Errei redondamente. A parceria se mandou antes mesmo do réveillon e o novo elenco foi montado às pressas. O trabalho foi péssimo e a equipe capengou durante as quinze rodadas da A2. Resultado: a performance horrorosa terminou com o lamentável rebaixamento. Nesse cenário de terra arrasada, a parceria da vez pegou o boné e se mudou para a Rua Javari de mala e cuia. Ficou uma enorme incógnita no ar.

Chegou uma nova parceira, a terceira em menos de seis meses, e a promessa de que viriam fortes. A campanha começou com duas vitórias, contra Taubaté fora de casa e Portuguesa na Comendador Souza, algo inesperado que deixou todos os simpatizantes do alvi-celeste animados. Só que foi apenas um sopro de alegria. Nas sete partidas seguintes, nenhum triunfo, atuações ridículas e a dependência de vencer o Juventus, o responsável direto pelo rebaixamento no estadual, para se garantir na segunda fase. A vitória aconteceu na base da surpresa.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Esporte Clube XV de Novembro - Piracicaba/SP


Os capitães dos times junto com o árbitro Thiago Luis Scarascati, os assistentes Gustavo Rodrigues de Oliveira e Bruno Silva de Jesus e o quarto árbitro Daniel Carlos Luciano Fernandes

Na fase atual, mostrando que a classificação foi apenas um espasmo, um 0x0 na estreia contra o Água Santa e três derrotas seguidas contra o Nhô Quim e duas vezes contra o Mirassol. Pior foi ver a equipe se arrastando, criando pouco e sofrendo pressão em todos os compromissos. Mesmo jogando na capital, os mais ligados sabiam que o XV era favorito à vitória na quarta, se bobeasse por uma boa margem de gols. Bingo!

O que se viu no gramado histórico da cancha da Zona Oeste foi um verdadeiro passeio dos alvinegros piracicabanos. O fraco elenco do Nacional nada fez - a culpa não é deles, e sim de quem os trouxe - e confirmou a eliminação antecipada que já era prevista. O primeiro tento visitante saiu aos 14 da etapa inicial com Wellington Simião marcando de cabeça. Cássio Gabriel por pouco não fez o segundo na sequência.


Peri (6) cortando investida do Nacional


Chegada local pela direita do ataque


O jogo era a última chance do Nacional ainda sonhar com uma vaga na próxima fase do torneio

Matheus Lu foi o responsável pelo único momento digno de registro a favor dos locais, porém chutou pela linha de fundo. Aos 44, em rápido contra-ataque visitante, Felipe Lacerda evitou outra vez o que seria o segundo tento. A vantagem foi finalmente ampliada aos sete do tempo final em lance onde setor ofensivo piracicabano destruiu os defensores do Nacional. A bola foi alçada e Robertinho, meio sem querer, cabeceou e encobriu o arqueiro da casa.

Jogando na boa e envolvendo com facilidade o setor defensivo local, o terceiro saiu aos 39 minutos dos pés de Luizinho. Desde 1957 o XV não vencia o Nacional na capital bandeirante. Ainda quando os paulistanos jogavam a principal divisão do estado, eles sofreram um sonoro 4x0 no Nicolau Alayon. Essa tinha sido a última e única vitória piracicaba por aqui em toda a história.


No tempo final os locais não conseguiram atacar com propriedade e as investidas foram neutralizada pela zaga visitante


Lance no meio-campo. Em quase todas as divididas, quem ganhou foi o atleta do XV


Comemoração pelo terceiro gol, o tento que colocou o Nhô Quim na terceira fase da Copa Paulista


Placar final da última apresentação nacionalista na sua casa em seu centenário... um ano horroroso

O placar final de Nacional 0-3 XV de Piracicaba foi a tampa do caixão alvi-celeste na Copa Paulista. Todos, sem exceção, tem culpa na enorme bagunça que foi o ano em que o antigo SPR completou 100 anos de vida. Não teve amistoso comemorativo, não teve time decente, não teve respeito com a torcida, não teve vergonha na cara e não teve organização. Mas teve rebaixamento, uma horrorosa camisa dourada (!) comemorando os 100 anos e uma festa que homenageou uma cambada pessoas que nada tem a ver com a história do clube. Chance para arrumar isso agora somente em 2119.

Agora resta juntar os cacos e ver como se comportarão na disputa da A3 em 2020. Foi tão difícil conseguir o acesso em 2017 e agora vão ter que suar sangue pensando no retorno à A2... de novo. Agora, se o trabalho continuar a ser feito do jeito que está, eles precisam abrir o olho, pois voltar à Segundona não será nada impossível. Da minha parte, assim como fiz nas 51 pelejas anteriores, me farei presente torcendo por um futuro melhor.

Falando em Copa Paulista, no próximo sábado vai rolar a rodada decisiva e certamente estaremos em alguma decisão pela Grande São Paulo. Grande chance de batermos cartão na Rua Javari... vamos ver.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Nacional 0-3 XV de Piracicaba

Competição: Copa Paulista; Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Thiago Luis Scarascati; Público: 169 pagantes; Renda: R$ 2.120,00; Cartão amarelo: PH (Nac); Gols: Simião 14 do 1º, Robertinho 7 e Luizinho 39 do 2º.
Nacional: Felipe Lacerda; Danilo Negueba, Felipe Gregório, Guilherme e Denner; Kevin (Washington), Matheus Lu (Josué), PH e Allan Christian; De Paula e Vinicius Faria (Éder Paulista). Técnico: Felipe Alves.
XV de Piracicaba: Luis Fernando; Robertinho, Paulão, Marcel e Peri; Fraga, Cadu Barone (Misael), Simião (Danilo Bueno) e Cassio; Raphael Macena e Erick Salles (Luizinho). Técnico: Tarcísio Pugliese.
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