Texto e fotos: Fernando Martinez
Desde o ano passado estava na cabeça a ideia de assistir um jogo do São Bento no Estádio Walter Ribeiro pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Demorou um pouquinho, e na noite de terça-feira consegui finalmente cumprir o objetivo e fui até a cidade de Sorocaba curtir uma apresentação do onze alvi-azul nessa que tem sido uma temporada complicada. O adversário da 23ª rodada foi o Vitória da Bahia, um confronto absolutamente inimaginável há alguns anos.
O escrete interiorano era nada menos do que o lanterna do certame antes dessa peleja e a rapaziada vinha de quatro compromissos sem nenhum triunfo. Uma vitória em cima do Vitória - foi inevitável, desculpem - era obrigação. Esse foi o primeiro duelo dos sorocabanos no CIC após o aniversário de 106 anos. Para comemorar a data, os atletas carregaram nas costas o nome de craques históricos. Por exemplo, a zaga teve a honra de levar o nome da dupla Marinho Peres e Luís Pereira.
Visitei a simpática cidade depois de dois anos de ausência (a última visita ali tinha sido na derrota do São Bento contra o Ypiranga pela Série C de 2017) com a presença do amigo-abelha Renato Rocha e de Caio Buchalla, o mago das Copas, com sua simpática esposa Roberta. No caminho, claro, aquele papo sobre tudo de bom que está por vir nas próximas semanas. Além do meu jogo #3000, vai ter cobertura histórica do JP no final de outubro.
Chegamos na casa do Bentão e enquanto os amigos foram descolar um ingresso eu, sempre com o credenciamento em dia, me posicionei na parte nobre do CIC (na Série B fazer as fotos do gramado é um saco). Um bom público marcou presença e um total de 1.515 pagantes viram de perto uma boa atuação local. Nada mágico ou inesquecível, porém pelo menos serviu para voltarem a vencer e deixarem a última colocação.
Times perfilados para a execução do Hino Nacional
Pegando aquela famosa carona, as fotos oficiais do Vitória e do quarteto com os capitães. O São Bento não quis posar...
Aos seis minutos os donos da casa já ficaram em vantagem. Minho recebeu na esquerda e cruzou na área, na cabeça de Rodolfo. O camisa 10 que levava o nome do falecido Mickey, atleta que disputou 86 jogos nos anos 50 e 60, fez a festa dos presentes. Sem querer dar bobeira, o Vitória quase empatou aos 17 quando Anselmo Ramón mandou bola na trave. De novo o avante baiano assustou aos 24 e Renan Rocha fez boa defesa.
Depois disso, pouco se viu e a partida ficou embolada demais. Os exigentes torcedores que estavam perto de mim estavam preocupados com o que esperar no tempo final. Como enchi o bucho na estrada degustando um sanduba de mortadela absolutamente indecente, não consegui forças para matar a saudade do gostoso pastel do Wálter Ribeiro, dono do Selo JP de qualidade há muitos anos. Destaque negativo só para o refrigerante, meio copo de uma tubaína sem gás, custar cinco reais.
Novamente no meu confortável lugar, vi o São Bento criar o primeiro grande lance da segunda etapa com Rodolfo aos quatro minutos. Pena que o atacante, mesmo livre de marcação, tenha chutado torto. O time da casa levou o cotejo em banho-maria até que num espaço de dez minutos criou várias oportunidades que levaram ao segundo gol. Primeiro Rodolfo cobrou falta primorosa aos 19 e Martín Rodríguez fez ótima defesa. Aos 23 foi a vez de Paulinho finalizar com perigo. Aos 25, os baianos tiveram um tento anulado e no fim, ele nem fez diferença.
Aos 27, novamente o goleiro rubro-negro fez grande intervenção em tiro de Paulinho. Na sequência, um milagre. Em cobrança de escanteio curto - sim, isso aconteceu - a bola foi alçada e Gerson, que tinha na sua camisa o nome de Marinho Peres, subiu entre os zagueiros e ampliou a vantagem paulista. O 2x0 sossegou o ímpeto do São Bento e o Vitória se lançou ao ataque. Falando em milagre, aos 41 vimos uma das defesas mais impressionantes dos últimos tempos. Renan Rocha fez defesa difícil em finalização de Caicedo e o rebote sobrou para Felipe Garcia na pequena área. O camisa 7 mandou à queima-roupa e o arqueiro sorocabano impediu o gol de forma brilhante.
Precisando muito voltar a vencer, o São Bento começou a peleja em cima do time baiano
Atleta do Vitória cortando bola lançada no seu campo de defesa
Lance do segundo gol, marcado de cabeça por Gerson no tempo final depois de cobrança curta de escanteio... milagre!
Escanteio a favor do Vitória em busca de pelo menos diminuir o prejuízo em Sorocaba
Placar final do jogo no Wálter Ribeiro com triunfo providencial do time da casa
Com esse momento ficou claro que a noite não estava favorável ao escrete visitante. O resultado final de São Bento 2-0 Vitória foi merecido, principalmente pelo que os locais apresentaram nos 45 minutos finais. O triunfo colocou o alvi-azul provisoriamente na 17ª posição, enquanto o Leão parou na 15ª colocação. Na próxima rodada a equipe interiorana visitará o Oeste e provavelmente marcaremos presença na Arena Barueri.
Voltamos para a capital na boa e sem percalços. Da minha parte, essa foi a partida #2990 que acompanhei in loco. Isso quer dizer que a contagem regressiva para o jogo #3000 entrou na sua reta final. O legal é que não tenho a menor ideia onde será. Sei que no dia seguinte cheguei ao #2991 com a melancólica e bisonha despedida nacionalista no ano do seu centenário.
Até lá!
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Ficha Técnica: São Bento 2-0 Vitória/BA
Competição: Campeonato Brasileiro Série B; Local: Estádio Wálter Ribeiro (Sorocaba); Árbitro: Lucas Paulo Torezin (PR); Público: 1.515 pagantes; Renda: R$ 13.050,00; Cartões amarelos: Gerson (Sao), Wesley, Van (Vit); Gols: Rodolfo 7 do 1º, Gerson 28 do 2º.
São Bento: Renan Rocha; Marcos Martins, Joílson, Gerson e Guilherme Romão; Fábio Bahia, Paulinho (Raphael Martinho) e Dudu Vieira (Caio Rangel); Rodolfo, Zé Roberto e Minho (Vinícius Kiss). Técnico: Milton Mendes.
Vitória/BA: Martín Rodríguez; Van, Everton Sena (Zé Ivaldo), Ramon e Capa; Baraka (Caicedo), Léo Gomes e Marciel (Ruy); Felipe Garcia, Wesley e Anselmo Ramon. Técnico: Carlos Amadeu.
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