Texto e fotos: Fernando Martinez
Na tarde de sábado rolou a última rodada da segunda fase da Copa Paulista e o leque de opções era bastante grande. Acabei escolhendo acompanhar a decisão entre Juventus e Santo André no Estádio Conde Rodolfo Crespi. Era promessa clara de bom jogo, já que apenas um dos dois estaria entre os oito melhores do torneio após os 90 minutos. Da minha parte, foi a partida de número #2992 em todos os tempos e o primeiro duelo entre grenás e andreenses que acompanhei em mais de dez anos.
Os paulistanos vacilaram nas duas rodadas anteriores - empate sofrido no último minuto contra o Comercial e derrota para a Inter de Limeira - e chegaram a esse compromisso precisando derrotar o Ramalhão por dois gols de diferença. O grande problema era que as sete vitórias do Moleque Travesso na atual edição da Copa tinham sido apenas por um tento de diferença. Os comandados de Alex Alves precisavam fazer o que não fizeram nas quinze apresentações anteriores.
Clube Atlético Juventus - São Paulo/SP (lembrando que o Santo André se recusou a posar)
O árbitro Alysson Fernandes Matias, os assistentes Fernando Afonso de Melo e Leandro Alves de Souza, o quarto árbitro Flávio Roberto Ribeiro e os capitães das duas equipes
Mesmo com a baixa temperatura, 1.129 pessoas pagaram ingresso e deram um colorido especial à Rua Javari. Entre elas, os amigos Milton, Bruno, Ricardo Pucci e o mestre automotivo Syller Savoia, o famoso televisão. Todos esperando ver o triunfo local para continuarem armando mil confusões na velha cancha paulistana na terceira fase. A torcida andreense também compareceu em bom número, confiante na classificação.
A expectativa de uma peleja animada se confirmou rapidinho. Foi um daqueles confrontos cheios de tensão, emoção, chances perdidas, muita raça e alguns lances ríspidos por parte dos atletas dos dois times. O Santo André foi ao gramado com o regulamento debaixo do braço e se preocupou principalmente em se defender durante a maior parte do tempo. Os locais ocuparam o campo adversário praticamente durante os 90 minutos.
Mas a primeira oportunidade quem criou foi o onze visitante logo aos três minutos em cobrança de falta de longe que Rafael mandou bem pela linha de fundo. Aos 17, o 9 juventino Danilo quase fez em tiro cruzado que passou perto da trave esquerda. Apesar de rondar a área adversária, o Juventus ciscou demais e só voltou a assustar nos minutos finais.
Aos 44, após cobrança de falta de Potiguar que bateu na barreira, a pelota foi cruzada na área e na sequência me pareceu que um zagueiro do Ramalhão tocou com o braço na bola. Na minha humilde opinião, pênalti não marcado. Aos 47, Potiguar cruzou da direita, a zaga salvou em cima da linha e, no rebote, Maycon chutou firme. O goleiro Luís Augusto fez uma defesa impressionante e impediu que os locais fossem aos vestiários em vantagem. O camisa 1 foi brilhante e comemorou como se fosse um gol.
Ataque juventino e a marcação de Matheus Santiago (11)
Pelo cruzada dentro da área visitante
O Juventus precisava vencer por dois gols de diferença, logo, atacou durante boa parte do tempo
O lance mais impressionante do tempo inicial: Maycon (11) chutou à queima-roupa e Luís Augusto fez um milagre
Na etapa final Alex Alves colocou todo mundo no ataque e a pressão grená foi ampla. O grande problema era o último toque. A performance de doze gols marcados em quinze jogos disputados não aconteceu à toa, já que a atuação ofensiva da equipe da Mooca foi fraca em todo o certame. O Santo André conseguia se segurar na base do sufoco e da raça, sem sofrer tantos sustos assim.
A insistência deu resultado aos 23 minutos quando o camisa 10 Potiguar aproveitou bola espirrada e acertou um chutaço no ângulo esquerdo de Luís Augusto, fazendo um belíssimo gol. Agora o Juventus precisava somente de outro tento para se classificar. O Ramalhão sentiu o golpe e tomou ainda mais pressão.
Teve muito sufoco até que, aos 45 aconteceu o momento mais surreal da tarde e que definiu a sorte das duas agremiações. Potiguar cobrou falta da direita, a zaga afastou mal e ela sobrou para Dener. O atleta acertou um sem pulo sensacional e a pelota parou na trave. Na sobra ela bateu em Gil e saiu milimetricamente pela linha de fundo. Um lance de puro azar que selou a eliminação paulistana.
No tempo final, a pressão grená foi ainda maior
Lance de extremo perigo a favor do onze local. Na sequência, Potiguar abriu o marcador
Dener atacando com perigo pela direita
No fim, o Juventus venceu, mas faltou um gol para se garantir entre os oito melhores da Copa Paulista
O resultado final de Juventus 1-0 Santo André não foi suficiente para que o Moleque Travesso se garantisse na terceira fase da Copa Paulista. O Comercial terminou como líder do Grupo 7 com 11 pontos, enquanto o escrete andreense foi o segundo com oito e um gol de saldo, enquanto o Juventus teve a mesma pontuação só que ficou com o saldo zerado. O Bafo fará parte do Grupo 9 com XV de Piracicaba, São Bernardo e Linense e o clube do ABC estará no Grupo 10 com seu rival São Caetano, Ferroviária e Mirassol.
No domingo a agenda estava não tinha marcado, logo, fiquei de boa. A ideia é voltar à ativa na terça-feira com nova peleja da Série B nacional. Tudo bem, não é algo de encher os olhos, mas o esquema é aproveitar a folga com estilo. Além disso, sigo na caça do jogo #3000... agora faltam apenas oito para chegar na lendária marca.
Até a próxima!
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Ficha Técnica: Juventus 1-0 Santo André
Competição: Copa Paulista; Local: Estádio Conde Rodolfo Crespi (São Paulo); Árbitro: Alysson Fernandes Matias; Público: 1.129 pagantes; Renda: R$ 17.080,00; Cartões amarelos: Matheus Santiago, João Pedro, Magno, Johnson, Diego Gomes (San); Gols: Potiguar 23 do 2º.
Juventus: Rafael; Thiago Rocha (Mandacaru), Robson, Diego Sacoman e Paulo Henrique; Alê, Gil, Gabriel (Dener) e Potiguar; Danilo (Fernando) e Maycon. Técnico: Alex Alves.
Santo André: Luís Augusto; Magno, Wesley Pereira, João Pedro (Wanderley) e Eliandro; Rafael Leme, Vitor Vieira, Victor Sapo e Johnson; Vinicius Rodrigues (Diego Gomes) e Matheus Santiago (Léo Apolinário). Técnico: José Carlos Palhavan.
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