Procure no nosso arquivo

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Após dez anos de espera, entra na Lista o Presidente Prudente FC

Texto: Fernando Martinez; Fotos: Fernando Martinez e Victor de Andrade (times posados e arbitragem)


Desde 2001 o estado de São Paulo teve um total de 155 times que disputaram campeonatos profissionais (sem contar o Flamengo de Pirajuí, que fez lambança em 2008 e por nem ter terminado a Segundona não entra na lista) organizados pela FPF. Zanzando pelos campos do estado, assisti in loco pelo menos uma vez cada um desses times... menos um.

Desde que o Presidente Prudente Futebol Clube começou a disputar a última divisão, isso em 2006, foram seis temporadas com eliminações na primeira fase. No sub-20 o cenário não mudou muito e o time acumulou fracassos, e somente em 2010 fez uma campanha razoável, justamente quando chegou mais perto da capital paulista, mais precisamente na cidade de Limeira. Eram tempos difíceis para a minha pessoa e infelizmente não consegui ver essa peleja.

(Em tempo, a equipe sub-11 do Tricolor da Vila Industrial chegou a jogar em Guarulhos em 2012 contra o Corinthians, mas obviamente eu não fui. Se começar a assistir essa categoria, não vai demorar muito para incluir torneio interno de escola primária no meu currículo. É demais até para quem adora jogo perdido)

No total foram dez anos esperando pacientemente a chance de acompanhar um joguinho do PPFC próximo à capital. Eis que chegamos em 2016 e na Segundona mais uma vez a agremiação foi eliminada na fase inicial. Já no Campeonato Paulista sub-20 da 2ª Divisão, uma surpresa que me encheu de esperança.

A campanha na primeira fase foi sensacional e o onze verde e preto somou 22 dos 24 pontos possíveis, se classificando com a segunda melhor campanha para as oitavas. Nessa fase, um susto contra o Araçatuba. No confronto de ida uma derrota pela contagem mínima. Porém na volta, quanta diferença. Um massacre de 7x0 e a vaga entre os oito melhores da competição.

E a sorte que não tive nos dez anos passados tive agora. Por conta do regulamento, calhou do Presidente Prudente ter como adversário o centenário Jabaquara Atlético Clube. Finalmente o onze prudentino veio jogar "perto" de casa! Sem poder de forma alguma ficar de fora desse compromisso, me mandei no sábado passado para ver o duelo de ida do Grupo 15 no genial Estádio Espanha. Vale lembrar que o glorioso Leão da Caneleira chegou a essa fase ficando em terceiro da sua chave e derrotando o Barcelona duas vezes nas oitavas.



Jabaquara Atlético Clube (sub-20) - Santos/SP


Presidente Prudente Futebol Clube (sub-20) - Presidente Prudente/SP


Capitães dos times e trio de arbitragem

Fui para o litoral junto com a fênix Emerson e o amigo Mário, e lá encontramos Victor CuriosoRodrigo Colucci. Todos, claro, para colocar a equipe prudentina nas respectivas Listas. Demoramos muito para chegar no estádio por conta da forte ressaca - não de alguém na caravana, e sim do mar em si - e pelo fato das ruas próximas ao estádio estarem inundadas. Isso fez com que eu perdesse as fotos posadas, aqui publicadas contando com a cortesia do Curioso do Futebol.

Apesar de estarmos no final de outubro, fomos brindados com uma temperatura amena, algo sempre de grande valor a pouco tempo do verão. Já a peleja... bom, ela não foi nenhuma Brastemp, só que como tinha time novo na Lista, nem posso reclamar. O primeiro tempo foi equilibrado e os dois times tiveram boas chances. A primeira foi logo no primeiro minuto a favor dos visitantes. Heitor entrou na área e chutou para a boa defesa de Isaac.

O onze local chegou perto de abrir o marcador aos 12 com Léo Oliveira chutando para boa defesa de Wágner. Enquanto rolava um animado papo atrás do gol da entrada da Caneleira, o Presidente Prudente quase marcou aos 45 minutos com uma cabeçada meio sem querer de Luiz Otávio que bateu na trave.


Ataque prudentino pela direita no começo da partida


Cobrança de falta perigosa a favor do onze visitante


Bola levantada dentro da área jabaquarense e perigo para a meta defendida por Isaac

No tempo final fui captar alguns instantâneos dentro de campo. Mesmo quase sendo coberto pelo mato que cresce atrás dos gols e na linha lateral da arquibancada oposta, consegui ficar firme e forte por ali. Em meio à densa vegetação vi o Presidente Prudente inaugurar o placar aos 14 minutos. Kaloglian avançou pela direita e cruzou dentro da área. A bola encontrou Heitor, e ele chutou cruzado no canto esquerdo sem chances para o arqueiro jabaquarense.

Na meia hora restante os santistas se lançaram ao ataque em busca do empate e quase conseguiram aos 30 minutos com um belo tiro de Vinícius que obrigou Wagner a fazer boa defesa. No mais, nenhuma oportunidade tão importante e derrota local.


Bola no fundo das redes de Isaac no primeiro gol do Presidente Prudente no Espanha


Boa chegada do ataque visitante. Nesse lance o arqueiro local fez ótima defesa


Ataque de Anderson, camisa 16, pela direita


Zaga do Jabaquara subindo para afastar o perigo

O placar final de Jabaquara 0-1 Presidente Prudente obriga o Leão da Caneleira a vencer a partida de volta por dois gols de diferença para conquistar um lugar na semi da competição. O Tricolor da Vila Industrial está pertinho de ficar entre os quatro melhores times do certame e enfrentar CA Diadema ou VOCEM em busca da grande decisão.



A bela homenagem jabaquarense ao maior goleiro do Brasil em todos os tempos: Gylmar dos Santos Neves

Com mais calma e mais tempo, após o apito final fui ver o estado atual das dependências do complexo aonde o Estádio Espanha está construído. O destaque, claro, fica por conta da estátua homenageando o maior jogador do Jabuca em todos os tempos e o maior goleiro que o Brasil já teve, Gylmar dos Santos Neves. Ídolo do meu avô, ele saiu do onze santista e foi fazer história no Corinthians. Parabéns aos dirigentes do clube santista por essa homenagem.

Até a próxima!

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Nacional domina mas só empata com a Ferroviária na capital

Texto e fotos: Fernando Martinez


Uma chance de ouro desperdiçada. Essa é a melhor definição para o que aconteceu na tarde do último sábado no Estádio Nicolau Alayon. O Nacional abusou do direito de perder gols contra a Ferroviária e jogou fora a oportunidade de praticamente se garantir na semi da Copa Paulista.

Mesmo com a melhor campanha em todo o torneio - o onze grená foi derrotado apenas uma vez em dezoito pelejas disputadas - os araraquarenses sofreram, e muito, com o rápido ataque nacionalino, principalmente no tempo final. O bom público presente na Comendador Souza viu um jogo acima da média.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Ferroviária Futebol S/A - Araraquara/SP


Capitães dos times junto com o árbitro Vinicius Furlan, os assistentes Gustavo Rodrigues de Oliveira e Eduardo Vequi Marciano e o quarto árbitro Rodrigo Santos

Antes de falar do que aconteceu dentro de campo, vale dizer que essa foi a 24ª partida entre as duas equipes na história. Do primeiro amistoso em 1951 até o último duelo, válido pela Copa Estado de São Paulo em 2003, a AFE emplacou um amplo domínio com dez vitórias, dez empates e apenas três derrotas.

Mesmo com tamanha tradição, de 1959 até então aconteceram apenas 11 duelos entre os dois. Desses onze, quatro na capital do estado, todos terminando empatados. O mais famoso deles talvez seja a preliminar da final do Paulista-73 no Morumbi e válida pelo famoso Torneio Paulo Machado de Carvalho, o "Paulistinha".

Voltando para o presente, a diferença de dezenove pontos entre as duas campanhas não entrou em campo e o Nacional foi um adversário de respeito para o escrete grená. A primeira chance de gol foi aos dois minutos em chute de Anderson Magrão a favor dos locais. A peleja ficou equilibrada e a AFE chegou com perigo aos 26 quando Matheus fez grande defesa após cabeçada de Bruno Lopes.

Aos 34, completando o terceiro jogo seguido com polêmica, Rafael Castro foi derrubado por Matheus dentro da área. O árbitro Vinícius Furlan marcou pênalti, porém o lance gerou muita reclamação já que os atletas locais reclamaram de um impedimento no começo da jogada e também que a pelota saiu pela linha de fundo segundos depois. William Cordeiro não quis nem saber da confusão e chutou com estilo para abrir o marcador. Foi com o 0x1 que o tempo inicial terminou.


Depois de treze anos, Nacional e Ferroviária voltaram a duelar


De pênalti, William Cordeiro abriu o marcador a favor do onze grená


Capitão da AFE afastando a bola de dentro da sua área

No segundo o Nacional voltou mostrando uma vontade incrível e logo no quinto minuto aconteceu o empate. Num ataque rápido pelo meio a bola sobrou para Tuco, que chutou forte no canto direito de Matheus. A AFE sentiu o gol e a partir daí só deu o time da casa.

Aos 20 minutos o onze paulistano teve a maior e melhor chance da virada quando Michel foi derrubado dentro da área. Ele mesmo foi para a cobrança do pênalti, só que resolveu chutar um field goal e a bola foi parar na arquibancada. Até o apito final, o Naça teve mais duas imensas oportunidades, uma delas com Carrara chutando na saída do goleiro, ambas miseravelmente desperdiçadas.


No tempo final, o Nacional encurralou a Ferroviária no campo de defesa


Lance do gol de empate nacionalino segundos antes de Tuco aparecer na imagem e fazer o seu


Bola cruzada na área em escanteio local


Carrara chutou para fora e desperdiçou outra chance para a virada do onze paulistano

Todo mundo sabe que futebol é bola na rede, mas é fato que o placar final de Nacional 1-1 Ferroviária foi injusto por conta da bela atuação local no segundo tempo. Um 3x1 ou 4x1 não seria nenhum exagero. Tantos gols feitos jogados no lixo certamente farão muita falta no jogo de volta, que será realizado na Arena da Fonte no próximo sábado.

Até a próxima!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Feriadão com Nacional, Votuporanguense e 0x0 no Alayon

Texto e fotos: Fernando Martinez


Três dias após empatar com o Comercial de Ribeirão Preto de forma heroica, o Nacional voltou ao gramado do Estádio Nicolau Alayon para a penúltima partida da segunda fase da Copa Paulista. O adversário era o líder do Grupo 7, o CA Votuporanguense, time que em sua curta história nunca perdeu pra o onze ferroviário.

Até então haviam sido disputados quatro jogos entre os dois com duas vitórias alvinegras e dois empates. As igualdades aconteceram nas duas pelejas realizadas em São Paulo, as duas com cobertura do blog: um 2x2 sensacional valendo pela Segundona de 2012 e um 1x1 pela A3 do ano passado na Rua Javari.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Clube Atlético Votuporanguense - Votuporanga/SP


Quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Rodrigo Gomes Domingues, os assistentes Leandro Fernandes Rodrigues e Vladimir Nunes da Silva e o quarto árbitro Rodrigo Santos junto com os capitães dos times

O quórum de amigos foi enorme para essa apresentação, muito por conta da agradável tarde de um sempre bem vindo feriado. O público da peleja foi de 343 pagantes, e se levarmos em conta o padrão atual de presença na Comendador Souza, foi um público ótimo.

Depois de fazer as fotos oficiais nem fiquei muito no campo por conta do calor. Da parte coberta vi os donos da casa jogaram bem praticamente durante todo o tempo. O CAV, ainda invicto na disputa dessa fase, não foi capaz de mostrar o futebol que o levou à liderança da chave e também o volume de jogo dos 3x0 aplicados no Nacional no primeiro turno.


O Nacional ocupou o campo de defesa do CAV na maior parte do tempo


Rara chegada do time visitante no ataque


O onze ferroviário tentou várias vezes o lançamento pelo alto na área


Boa saída do goleiro Gatti na meta do CAV

O problema para os locais foi a segura atuação do goleiro Gatti. O camisa 1 mostrou muito serviço e impediu que o Nacional abrisse o marcador, principalmente no primeiro tempo, em chances agudas de Jobson e Emerson Mi. Já nos últimos 45 minutos aconteceu o lance mais polêmico da tarde.

Eram passados oito minutos quando Marcão anotou de cabeça o gol visitante. Num primeiro momento o tento foi validado pelo árbitro, mas depois de uma conversa com o assistente número 1 e o quarto árbitro, ele voltou atrás. Assim como no duelo contra o Bafo, muita confusão em campo e paralisação por vários minutos.


Ainda no tempo inicial, ótima chance local e boa defesa do camisa 1


A zaga nacionalina deu poucos espaços para o ataque adversário


Outra investida do time paulistano

Quando os ânimos esfriaram, o escrete paulistano continuou melhor porém sem levar muito perigo à meta alvinegra. Sendo assim, a peleja terminou como começou: Nacional 0-0 CA Votuporanguense. No quinto compromisso entre os dois times, a quinta partida sem vitória paulistana. Um pequeno e já incômodo tabu a favor do onze do interior.

Com o empate entre Red Bull e Comercial, o Naça agora precisa empatar com os campineiros na rodada final e torcer que o onze ribeirão-pretano não derrote o CAV em Votuporanga. Uma vitória classifica o time da capital para as quartas-de-final sem depender de ninguém.

Assim como aconteceu sábado, o pós-jogo foi genial com direito a mais uma visita de vários amigos à minha humilde residência. Um dia bastante proveitoso, eu diria.

Até a próxima!

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Clima quente e empate entre Nacional e Bafo no Alayon

Texto e fotos: Fernando Martinez


No sábado passado dei continuidade ao processo de ressocialização futebolística e fui novamente ao Estádio Nicolau Alayon ver o Nacional em ação pela segunda fase da Copa Paulista. Abrindo o segundo turno do Grupo 7, o onze ferroviário recebeu o Comercial em tarde quente na capital bandeirante.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Comercial Futebol Clube - Ribeirão Preto/SP


Capitães dos times junto com o árbitro Norberto Luciano da Silveira, os assistentes Alex Alexandrino e Ricardo Luis Buzz e o quarto árbitro Ricardo Bittencourt da Silva

No jogo de ida realizado na semana anterior o Naça venceu o alvinegro de virada - o primeiro triunfo paulistano no Palma Travassos desde 1992 - com gols no apagar das luzes, gerando confusão dentro e fora de campo. Algo me dizia que a peleja do sábado ainda veria reflexos de tudo o que rolou em Ribeirão Preto.

Diferente do que aconteceu contra o Red Bull, dessa vez o número de amigos presentes surpreendeu. Desde que entrei na quarentena pós-Olimpíada, foi a primeira vez que vi a maior parte dos presentes, o que é sempre um grande prazer. Essa rapaziada descolada acabou vendo um jogo bastante interessante.

No tempo inicial o Bafo foi levemente superior, mas não traduziu em gols esse pequeno domínio. O goleiro Matheus mostrou bastante serviço e impediu que o Comercial saísse na frente. O Nacional não conseguiu se desvencilhar da boa marcação alvinegra e passou os primeiros 45 minutos em branco.


Ataque nacionalino pela direita


Boa saída do arqueiro do Bafo em bola alçada na área


Chance pelo alto do Comercial

Já no segundo tempo a história foi outra. Nem bem a partida tinha sido reiniciada e o Comercial abriu o marcador com Matheus Totô. Ele recebeu bom passe de Everton e tocou na saída do goleiro paulistano. Com o 1x0 a seu favor, o Bafo recuou e chamou o Nacional para o seu campo.

Os locais passaram a jogar melhor e criaram boas oportunidades para deixar tudo igual. Só que o tempo foi passando, passando, passando e o empate que era bom nada. O injusto resultado parcial parecia que se confirmaria quando o árbitro da peleja deu seis minutos de acréscimos.

O relógio já marcava 50 minutos quando saiu o lance de maior emoção da tarde. Carrara cruzou pela esquerda e Magrão cabeceou. A bola bateu na trave, no goleiro Márcio e, do ãngulo em que me encontrava, pareceu que também entrou dentro do gol. O assistente número 1 Alex Alexandrino teve a mesma impressão e deu o gol. Lance polêmico, pois quem estava atrás da meta teve a impressão que a pelota não ultrapassou a linha.

Os atletas e a comissão técnica do onze de Ribeirão Preto ficaram inconformados com a marcação e foram pra cima do trio de arbitragem. Vimos alguns minutos de muito bate-boca e muita reclamação, tudo em vão. Na saída de bola o clima continuou quente e Renato, camisa 8 do Comercial, foi expulso por dar uma cotovelada em Jáder. Mais muvuca e mais confusão, naquelas cenas lamentáveis que sempre fazem nossa cabeça.


Disputa de bola na intermediária


Mais um ataque local e cruzamento na área


O Nacional foi melhor durante o tempo final



Os jogadores comercialinos reclamaram bastante, mas o gol do Nacional foi validado assim mesmo

Antes do apito final o onze local ainda teve a chance da virada, mas o gol não saiu. No fim, a peleja ficou mesmo em Nacional 1-1 Comercial. O pessoal do time visitante ainda permaneceu um bom tempo dentro de campo, primeiro xingando o quarteto de arbitragem, depois xingando a torcida ferroviária. O empate colocou o Naça na vice-liderança da chave com cinco pontos, enquanto o Bafo é o lanterna com dois.

O pós-jogo teve passeio no centro da cidade e uma visita de parte dos amigos ao meu humilde lar. Aproveitamos e vimos o acesso bugrino para a Série B do nacional depois de quatro anos.

Até a próxima!

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

JP na Olimpíada (parte 8): Triunfo argentino em noite tensa no Rio

Texto e fotos: Fernando Martinez


Para fechar a rodada dupla no primeiro domingo dos Jogos Olímpicos, assisti a segunda apresentação da seleção da Argentina, bi-campeã em 2004 e 2008, contra a seleção da Argélia, essa devidamente incluída na Lista durante o Mundial de dois anos atrás, pelo torneio masculino de futebol. O palco, claro, foi o belíssimo Estádio Olímpico Nílton Santos.

As duas seleções saíram de campo derrotadas nas suas respectivas estreias e para não ver o sonho de uma vaga nas quartas-de-final ir para o espaço, a vitória era mais do que obrigação. Dos quatro jogos realizados no Engenhão, esse foi o que teve o maior público pagante: 37.450. No meio da massa, um grande número de torcedores do país vizinho.


Argentina e Argélia perfiladas para os respectivos hinos nacionais

E foi justamente a presença maciça dos "hermanos" que deu um toque tenso nas arquibancadas. As provocações entre brasileiros e argentinos não pararam por um minuto sequer e o clima durante todo o tempo foi bem barra pesada. Confesso que não deu para curtir muito o jogo por conta desse ingrediente.

Menos mal que a partida foi muito boa. Os argelinos, diferente do que muitos podiam imaginar, não entraram em campo pensando em se defender e levaram bastante perigo para a meta defendida por Geronimo Rulli. A primeira chance de gol aconteceu aos cinco minutos numa belíssima cabeçada de Benkablia.

Aos poucos a Argentina foi se soltando e o atacante Ángel Correa foi se transformando no maior destaque no gramado. O ex-são paulino Calleri ainda tinha uma tímida presença em campo. Falando no camisa 9, vale dizer que a família do atleta estava ocupando vários lugares próximos aos meus e com o passar do tempo eles se tornaram alvos fáceis de brasileiros mais exaltados.

Os dois times faziam um jogo até certo ponto equilibrado. Nesse cenário, a Argentina teve grande chance para inaugurar o marcador aos 24 minutos com grande chute de Mauricio Martínez, outro primo perdido, que tirou tinta do travessão. Sete minutos depois Chaal fez grande defesa em tiro de Ángel Correa.

Só que foi da Argélia a maior chance de gol durante o tempo inicial. Aos 43 minutos o atacante Baghdad Bounedjah recebeu passe em condição legal e, livre de marcação, tentou encobrir o goleiro Rulli, que defendeu meio sem querer com o rosto. Uma preciosa oportunidade que fez bastante falta no final. Nos acréscimos do tempo inicial, Victor Cuesta, zagueiro argentino, foi expulso.


Troca de passes no ataque argentino


Boa saída de Rulli do gol portenho


Zaga da Argélia desarma o camisa 10 Ángel Correa em lance dentro da área


Visão geral do Engenhão lotado para Argentina x Argélia

No intervalo rolou aquela ida à lanchonete para fazer uma clássica boquinha, já que a jornada olímpica ainda estava longe de acabar. Voltei para meu lugar esperando, assim como a maior parte dos presentes no Engenhão, que a Argélia aproveitasse o fato de estar com um atleta a mais em campo.

Só que a vantagem numérica não adiantou nada e em apenas 82 segundos a Argentina abriu o marcador. Rulli cobrou tiro de meta, Calleri resvalou na pelota e a mesma sobrou para Ángel Correa entrar na área e chutar no canto esquerdo de Chaal. Os "hinchas" do país vizinho comemoraram daquela forma alucinada que lhes é peculiar.

Os africanos não se abalaram com o tento sofrido e emendaram boas chances de gol na sequência, quase sempre nos pés de Bounedjah. A defesa argentina sofria bastante com o rápido ataque adversário e aos 18 minutos Bendebka deixou tudo igual. Ascacíbar vacilou, a pelota sobrou para Meziane, que tocou para o camisa 14 completar.

O empate foi o ponto de partida para uma troca de ofensas surreal entre locais e alguns dos integrantes da família Calleri. A mais exaltada era uma mulher por volta de 35 anos, que respondia de forma ríspida simplesmente TODA provocação direcionada ao grupo.

O clima era de total tensão e seis minutos após o empate a Argentina passou novamente à frente do marcador. Para aumentar ainda mais o cenário bélico ao meu redor, quem fez o gol? Ele mesmo, Jonathan Calleri, para o completo delírio dos familiares do mesmo. Alguns dos integrantes do grupo foram pra cima dos brasileiros mais provocadores e a chapa esquentou em definitivo. Só faltou agressão, pois de resto teve tudo.

Dentro das quatro linhas, e também com dez em campo desde os 21 minutos, a Argélia se entregou e não foi capaz de levar perigo ao gol de Rulli. Sem sofrer sustos na defesa, a Argentina atacou bastante porém perdeu a chance de ampliar seu saldo de gols.


Mauricio Martínez arriscando de longe


Zakarya Haddouche cobrando falta a favor do onze africano


Rulli fazendo a defesa depois de cruzamento da direita


Cristian Pavón em ataque pela direita

No final, o placar ficou em Argentina 2-1 Argélia, a primeira vitória dos sul-americanos no Rio 2016. Ela acabou sendo a única, pois no jogo seguinte o time empatou com Honduras e conseguiu a proeza de ser eliminado ainda na fase inicial do torneio de futebol masculino. Os africanos encerraram a participação com apenas um ponto conquistado e na lanterna do Grupo D.

Com oito jogos na bagagem em três cidades diferentes, depois desse jogo dei uma pausa no futebol e entrei no mundo olímpico de verdade, curtindo vários esportes diferentes durante dois dias seguidos. Fiz a minha estreia "real" na belíssima Arena de Vôlei de Praia montada na praia de Copacabana.

Até lá!