Fala, pessoal!
No sábado passado rolou a grande e esperadíssima final do Campeonato Paulista sub-20 da 2ª divisão, e o JOGOS PERDIDOS não tinha como ficar de fora desse momento antológico. Pela primeira vez em sua gloriosa história de 83 anos, o EC São Bernardo poderia conquistar o título num campeonato paulista. O adversário era o fantástico Jabaquara AC, procurando sua segunda conquista na categoria, já que foi campeão invicto da quarta divisão em 1995.
Por se tratar de uma final, resolvi sair cedo de casa e, graças a uma carona do ressurgido das cinzas seu Natal, cheguei no Baetão ainda faltando mais de uma hora para o início da partida. Para essa peleja, os fiscais da FPF montaram uma operação de guerra, transformando o local num enorme labirinto. Consegui descobrir o caminho para o campo em alguns minutos e devidamente credenciado, conversei com o pessoal do Bernô, todos confiantes na conquista. O tempo passou rápido demais, e ainda com o dia claro, as equipes entraram em campo e logo se alinharam para as fotos:
No jogo de ida (que também teve cobertura do JP) o placar foi de 1x1, o que deixou tudo indefinido em relação ao título. As equipes precisavam de uma vitória simples, e o empate levaria a decisão para a disputa de pênaltis. Antes do apito inicial, mais uma vez esperamos por algum tempo a chegada da ambulância, já uma tradição nos jogos em São Bernardo do Campo. Essa espera só fez a adrenalina subir ainda mais.
Às 7 e meia da noite, finalmente o jogo começou. E como não poderia deixar de ser numa grande final, as ações ficaram concentradas no meio-campo durante os primeiros 30 minutos. Nesse período, a única chance de gol foi justamente para os donos da casa. Ela aconteceu logo aos 2 minutos, quando a bola foi cabeceada por Thiago e percorreu toda a extensão do gol, mas ninguém conseguiu chegar a tempo de empurrar para o fundo das redes. Após essa oportunidade, a peleja foi um verdadeiro jogo de xadrez.
O Jabuca chegou pela primeira vez com perigo aos 31 minutos, numa bola que pipocou dentro da pequena área do Bernô. Só que o atacante santista não conseguiu chutar com força e o arqueiro Jeferson fez a defesa. No contra-ataque, o Bernô chegou forte pela direita e a zaga do Leão da Caneleira mandou para escanteio. Na cobrança, a bola foi no primeiro pau, e o jogador Thiago se antecipou e cabeceou firme para abrir o marcador, para a festa da torcida local.
O onze santista se mandou para o ataque tentando buscar o empate ainda no primeiro tempo, mas deixou o contra-ataque à disposição dos donos da casa. Por muito pouco, o Bernô não marcou o segundo, principalmente numa chegada de Vinícius que bateu na trave. Ao apito final, o jogo terminou com a vantagem mínima para o São Bernardo. No intervalo conversei bastante com os amigos Mílton, Renato, Raul, Renato e Rodrigo Colucci. Pude notar também o grande número de torcedores vestindo a camisa do onze local e torcendo pela conquista.
Para o tempo final, fui novamente acompanhar o ataque do Bernô, e o que aconteceu nesses 45 minutos foi algo difícil de se ver numa decisão. Jogando de forma magistral no setor ofensivo e de forma precisa na sua defesa, o São Bernardo foi senhor absoluto das ações, e não deu nenhuma chance ao ótimo time do Jabaquara. Aos 11 minutos a equipe ampliou o marcador, num gol espírita de Carlão. Ele fez ótima jogada pela esquerda, avançou até a linha de fundo e chutou sem ângulo. Quando o arqueiro do Jabaquara olhou, a bola já tinha entrado.
Perdido por dois, perdido por dez, então os visitantes tentaram se reorganizar para voltar ao jogo, mas o setor defensivo do Bernô neutralizava todas as investidas adversárias. Aos 23 minutos veio o golpe de misericórdia do São Bernardo, que marcou o terceiro após uma aula de contra-ataque. O Jabuca perdeu a bola numa cobrança de falta e, em apenas três toques, Adeílton apareceu livre para tocar na saída do goleiro e praticamente selar a vitória.
Os gritos de "É Campeão" já vinham de forma ininterrupta das arquibancadas. Enquanto isso, o Jabaquara tentava diminuir, mas o goleiro Jeferson fez três ótimas defesas, impedindo que a torcida do Leão, que se fez presente em ótimo número, comemorasse um gol. Os atacantes locais infernizavam a defesa adversária e por muito pouco não ampliaram ainda mais o marcador. Mas esses gols perdidos não incomodaram ninguém, pois todos já estavam contando os segundos para o jogo terminar.
Assim que o árbitro apitou o final do jogo com o placar de São Bernardo 3-0 Jabaquara, a festa foi imensa dentro e fora do campo. A comemoração foi mais do que merecida, pois após tantos anos no limbo futebolístico, o Bernô merecia demais essa conquista. O título veio após 18 jogos, com 11 vitórias, 6 empates e apenas 1 derrota (para o Palestra, no jogo que talvez tenha sido o mais importante para a equipe), 33 gols marcados e 12 gols sofridos. E mesmo saindo derrotada na final, o Jabuca merece os parabéns pela ótima campanha. Quem sabe isso não seja um alento para que o glorioso Leão da Caneleira possa voltar a disputar os próximos campeonatos com chance de acesso. É o que esperamos.
Voltando a falar do Bernô, acompanhei a equipe nos últimos momentos no profissionalismo entre 1998 e 2001. Além disso, assisti vários jogos do time no período "amador" do sub-20 entre 2003 e 2009. Vi jogos sofríveis com derrotas homéricas e campanhas pífias, pouco condizentes com a gloriosa história do time. Mas após a chegada do técnico Júlio César Passarelli e do vice-presidente Gigio Sareto o panorama mudou da água para o vinho. Eles implantaram um trabalho profissional, mesmo sofrendo com condições parcas de trabalho na cidade. Além das autoridades locais não ajudarem em nada, elas atrapalham demais, pois consideram que São Bernardo do Campo possui apenas uma equipe, o que é um absurdo sem tamanho.
Os portões de acesso ao gramado foram abertos, e a festa então ficou mais bonita, pois toda a torcida e familiares dos atletas puderam comemorar a conquista ao lado dos herois do São Bernardo. Na frente de dezenas de pessoas, os jogadores receberam as medalhas e o troféu. No pódio armado pela FPF estavam presentes também o secretário de esportes da cidade e um representante do prefeito. Achei estranho os mesmos aparecerem somente na hora da conquista, já que ficaram longe dos jogos do time durante o ano.
O JOGOS PERDIDOS parabeniza todos os atleta, integrantes da comissão técnica e torcedores do Esporte Clube São Bernardo (em especial o Thiago, que por muitas vezes nos "anos do limbo" era o único torcedor do time presente nos jogos, e o Pedro) por esse campeonato histórico (a primeira conquista da cidade desde o título do Palestra na terceira divisão de juniores em 1992 e o primeiro do Bernô desde 1964). Desde a volta da equipe ao profissionalismo em 2010, acompanhamos de perto todo o bom trabalho feito por todos os envolvidos. Ficamos felizes pelo reconhecimento de todos durante a festa (nessa campanha dos juniores, estivemos presentes em 9 dos 18 jogos). Desde já torcemos pelo sucesso da equipe na Segundona em 2012.
Após quase uma hora, saímos das dependências do Baetão com o sentimento de dever cumprido, por trazer aos amigos visitantes do JP mais uma final de campeonato paulista. Nesses meses de novembro e dezembro os jogos vão rareando, mas mesmo assim tentaremos pincelar pelejas perdidas nos campeonatos ainda restantes.
Até a próxima!
Fernando
No sábado passado rolou a grande e esperadíssima final do Campeonato Paulista sub-20 da 2ª divisão, e o JOGOS PERDIDOS não tinha como ficar de fora desse momento antológico. Pela primeira vez em sua gloriosa história de 83 anos, o EC São Bernardo poderia conquistar o título num campeonato paulista. O adversário era o fantástico Jabaquara AC, procurando sua segunda conquista na categoria, já que foi campeão invicto da quarta divisão em 1995.
Por se tratar de uma final, resolvi sair cedo de casa e, graças a uma carona do ressurgido das cinzas seu Natal, cheguei no Baetão ainda faltando mais de uma hora para o início da partida. Para essa peleja, os fiscais da FPF montaram uma operação de guerra, transformando o local num enorme labirinto. Consegui descobrir o caminho para o campo em alguns minutos e devidamente credenciado, conversei com o pessoal do Bernô, todos confiantes na conquista. O tempo passou rápido demais, e ainda com o dia claro, as equipes entraram em campo e logo se alinharam para as fotos:
EC São Bernardo (sub-20) - São Bernardo do Campo/SP. Foto: Fernando Martinez.
Jabaquara AC (sub-20) - Santos/SP. Foto: Fernando Martinez.
Quarteto de arbitragem para a final, com o árbitro Leandro Carvalho da Silva, os assistentes Everson Luiz Soares e Marcos Rodrigues Monteiro e o quarto árbitro Válter Luís Correia, e os capitães dos times. Foto: Fernando Martinez.
No jogo de ida (que também teve cobertura do JP) o placar foi de 1x1, o que deixou tudo indefinido em relação ao título. As equipes precisavam de uma vitória simples, e o empate levaria a decisão para a disputa de pênaltis. Antes do apito inicial, mais uma vez esperamos por algum tempo a chegada da ambulância, já uma tradição nos jogos em São Bernardo do Campo. Essa espera só fez a adrenalina subir ainda mais.
Taças para o Campeão e Vice do Paulista sub-20 da 2ª divisão. Fotos: Fernando Martinez.
Aqui as medalhas que seriam distribuídas aos atletas dos dois times envolvidos na decisão. Foto: Fernando Martinez.
Às 7 e meia da noite, finalmente o jogo começou. E como não poderia deixar de ser numa grande final, as ações ficaram concentradas no meio-campo durante os primeiros 30 minutos. Nesse período, a única chance de gol foi justamente para os donos da casa. Ela aconteceu logo aos 2 minutos, quando a bola foi cabeceada por Thiago e percorreu toda a extensão do gol, mas ninguém conseguiu chegar a tempo de empurrar para o fundo das redes. Após essa oportunidade, a peleja foi um verdadeiro jogo de xadrez.
Saída de bola do Jabaquara no primeiro tempo. Foto: Fernando Martinez.
Bola cruzada dentro da área do Leão. Foto: Fernando Martinez.
O Jabuca chegou pela primeira vez com perigo aos 31 minutos, numa bola que pipocou dentro da pequena área do Bernô. Só que o atacante santista não conseguiu chutar com força e o arqueiro Jeferson fez a defesa. No contra-ataque, o Bernô chegou forte pela direita e a zaga do Leão da Caneleira mandou para escanteio. Na cobrança, a bola foi no primeiro pau, e o jogador Thiago se antecipou e cabeceou firme para abrir o marcador, para a festa da torcida local.
Disputa de bola na lateral do campo. Foto: Fernando Martinez.
O onze santista se mandou para o ataque tentando buscar o empate ainda no primeiro tempo, mas deixou o contra-ataque à disposição dos donos da casa. Por muito pouco, o Bernô não marcou o segundo, principalmente numa chegada de Vinícius que bateu na trave. Ao apito final, o jogo terminou com a vantagem mínima para o São Bernardo. No intervalo conversei bastante com os amigos Mílton, Renato, Raul, Renato e Rodrigo Colucci. Pude notar também o grande número de torcedores vestindo a camisa do onze local e torcendo pela conquista.
Zagueiro do Jabaquara tentando proteger a bola de atacante do Bernô. Foto: Fernando Martinez.
Para o tempo final, fui novamente acompanhar o ataque do Bernô, e o que aconteceu nesses 45 minutos foi algo difícil de se ver numa decisão. Jogando de forma magistral no setor ofensivo e de forma precisa na sua defesa, o São Bernardo foi senhor absoluto das ações, e não deu nenhuma chance ao ótimo time do Jabaquara. Aos 11 minutos a equipe ampliou o marcador, num gol espírita de Carlão. Ele fez ótima jogada pela esquerda, avançou até a linha de fundo e chutou sem ângulo. Quando o arqueiro do Jabaquara olhou, a bola já tinha entrado.
O segundo tempo foi todo do São Bernardo, aqui criando outra oportunidade de gol pelo alto. Foto: Fernando Martinez.
Perdido por dois, perdido por dez, então os visitantes tentaram se reorganizar para voltar ao jogo, mas o setor defensivo do Bernô neutralizava todas as investidas adversárias. Aos 23 minutos veio o golpe de misericórdia do São Bernardo, que marcou o terceiro após uma aula de contra-ataque. O Jabuca perdeu a bola numa cobrança de falta e, em apenas três toques, Adeílton apareceu livre para tocar na saída do goleiro e praticamente selar a vitória.
Bola entrando calmamente no gol do Jabaquara, no terceiro gol do São Bernardo na decisão. Foto: Fernando Martinez.
Ataque do Bernô pela esquerda. Foto: Fernando Martinez.
Os gritos de "É Campeão" já vinham de forma ininterrupta das arquibancadas. Enquanto isso, o Jabaquara tentava diminuir, mas o goleiro Jeferson fez três ótimas defesas, impedindo que a torcida do Leão, que se fez presente em ótimo número, comemorasse um gol. Os atacantes locais infernizavam a defesa adversária e por muito pouco não ampliaram ainda mais o marcador. Mas esses gols perdidos não incomodaram ninguém, pois todos já estavam contando os segundos para o jogo terminar.
Boa intervenção do arqueiro jabaquarense no final da partida. Foto: Fernando Martinez.
Assim que o árbitro apitou o final do jogo com o placar de São Bernardo 3-0 Jabaquara, a festa foi imensa dentro e fora do campo. A comemoração foi mais do que merecida, pois após tantos anos no limbo futebolístico, o Bernô merecia demais essa conquista. O título veio após 18 jogos, com 11 vitórias, 6 empates e apenas 1 derrota (para o Palestra, no jogo que talvez tenha sido o mais importante para a equipe), 33 gols marcados e 12 gols sofridos. E mesmo saindo derrotada na final, o Jabuca merece os parabéns pela ótima campanha. Quem sabe isso não seja um alento para que o glorioso Leão da Caneleira possa voltar a disputar os próximos campeonatos com chance de acesso. É o que esperamos.
Jogadores comemorando o título no alambrado do Baetão. Foto: Fernando Martinez.
Equipe do Jabaquara levantando a taça pela conquista do vice-campeonato. Foto: Fernando Martinez.
Agora toda a delegação do Jabuca posando com a taça e as medalhas, ainda no gramado do Baetão. Foto: Fernando Martinez.
Voltando a falar do Bernô, acompanhei a equipe nos últimos momentos no profissionalismo entre 1998 e 2001. Além disso, assisti vários jogos do time no período "amador" do sub-20 entre 2003 e 2009. Vi jogos sofríveis com derrotas homéricas e campanhas pífias, pouco condizentes com a gloriosa história do time. Mas após a chegada do técnico Júlio César Passarelli e do vice-presidente Gigio Sareto o panorama mudou da água para o vinho. Eles implantaram um trabalho profissional, mesmo sofrendo com condições parcas de trabalho na cidade. Além das autoridades locais não ajudarem em nada, elas atrapalham demais, pois consideram que São Bernardo do Campo possui apenas uma equipe, o que é um absurdo sem tamanho.
O capitão Ramses e demais jogadores levantando a merecida taça de Campeão Paulista sub-20 da 2ª divisão. Foto: Fernando Martinez.
Jogadores, familiares e Roberts posando no meio da festa. No melhor estilo "Aonde está Wally?", o amigo Mílton também faz parte da imagem. Foto: Fernando Martinez.
Os portões de acesso ao gramado foram abertos, e a festa então ficou mais bonita, pois toda a torcida e familiares dos atletas puderam comemorar a conquista ao lado dos herois do São Bernardo. Na frente de dezenas de pessoas, os jogadores receberam as medalhas e o troféu. No pódio armado pela FPF estavam presentes também o secretário de esportes da cidade e um representante do prefeito. Achei estranho os mesmos aparecerem somente na hora da conquista, já que ficaram longe dos jogos do time durante o ano.
Mais uma imagem dos campeões e da bonita taça. Foto: Fernando Martinez.
Gigio Sareto e Júlio César Passarelli, talvez os dois maiores responsáveis pela histórica conquista do Esporte Clube São Bernardo. Foto: Fernando Martinez.
O JOGOS PERDIDOS parabeniza todos os atleta, integrantes da comissão técnica e torcedores do Esporte Clube São Bernardo (em especial o Thiago, que por muitas vezes nos "anos do limbo" era o único torcedor do time presente nos jogos, e o Pedro) por esse campeonato histórico (a primeira conquista da cidade desde o título do Palestra na terceira divisão de juniores em 1992 e o primeiro do Bernô desde 1964). Desde a volta da equipe ao profissionalismo em 2010, acompanhamos de perto todo o bom trabalho feito por todos os envolvidos. Ficamos felizes pelo reconhecimento de todos durante a festa (nessa campanha dos juniores, estivemos presentes em 9 dos 18 jogos). Desde já torcemos pelo sucesso da equipe na Segundona em 2012.
Após quase uma hora, saímos das dependências do Baetão com o sentimento de dever cumprido, por trazer aos amigos visitantes do JP mais uma final de campeonato paulista. Nesses meses de novembro e dezembro os jogos vão rareando, mas mesmo assim tentaremos pincelar pelejas perdidas nos campeonatos ainda restantes.
Até a próxima!
Fernando
Eu estava presente, valew Jogos Perdidos por registrar essas conquista histórica para o nosso querido São Bernardo!
ResponderExcluirEstava lá! Belíssima partida, valeu muito a pena deixar de ir ao Pacaembu ver os 4 de Neymar para ver a festa histórica do Bernô. Mesmo sendo de Santos fiquei na torcida do Vovô. Me identifiquei.
ResponderExcluirUm abraço a todos da torcida do Bernô, como o Pedro, Collucci e Thiago.
Nos dois jogos que fiquei lá, um para realizar uma matéria para o Terra e para minha faculdade (na qual o Fernando me ajudou) e nesta final, vi como os caras amam realmente esse clube.
Abraços!