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quinta-feira, 21 de março de 2024

Histórico! Nicolau Alayon vê um 5 a 3 depois de 80 anos!

Texto e fotos: Fernando Martinez


É, a gripe chegou a parou. Na quarta-feira cheguei ao quinto dia doente, mas, na base da teimosia, voltei ao Estádio Nicolau Alayon para outro compromisso do Nacional no Campeonato Paulista da Série A4. O adversário da vez era o lanterna América, em duelo que os ferroviários só podiam pensar em vitória.

Depois do péssimo empate por 0 a 0 com o Audax, eu não esperava nada do Nacional, porém o que vimos durante principalmente a etapa inicial surpreendeu a todos. Ninguém podia imaginar que estava perto de acompanhar um dos melhores jogos em terras paulistas na atual temporada futebolística.


Nacional AC - São Paulo/SP


América FC - São José do Rio Preto/SP


O árbitro Tiago de Mattos da Silva, os assistentes Rafael de Souza Penatte e Maria Eduarda Silva Pires, o quarto árbitro Martinho Menck da Silva Junior e os capitães

O Nacional começou a partida com tudo, algo que não estamos acostumados a ver. Se aproveitando da postura perdida da defesa americana, Victor Teister abriu o placar aos sete minutos e Paolo ampliou aos 14. O América buscou equilibrar as coisas e teve um ou outro ataque perigoso. Começava aí a grande tarde de Maurício, arqueiro local.

Aos 27, Nicollas marcou o terceiro em cobrança de pênalti e Paolo fez 4 a 0 aos 32. Se fosse um outro time a gente até esperaria que poderia virar um massacre por uma diferença mais elástica... só que não era o caso. Historicamente o Nacional adora aprontar com a sua torcida. Foi o que aconteceu na sequência.

O América diminuiu aos 34 minutos com um gol de Vinícius Caveira. O tento desestabilizou os mandantes e o alvirrubro sentiu que era a sua hora. Juan anotou o segundo e de novo Vinícius Caveira converteu, agora em belíssimo toque de calcanhar, e fez o terceiro. Se tivesse mais cinco minutos, não duvido que o intervalo chegaria com um 4 a 4.

Nunca tinha visto um tempo tão insano na Comendador Souza em 28 anos de jogos ali. E se a segunda etapa não teve tanto gol, ela seguiu eletrizante. O América foi bem e encurralou a equipe da casa em busca do empate. Maurício acabou se tornando o nome dos 45 minutos finais com pelo menos quatro intervenções sensacionais. Enquanto sofria na defesa, o Naça colocava as manguinhas de fora em bons contra-ataques.

A partida seguiu sem alterações no placar até os acréscimos. O alvirrubro de São José do Rio Preto tentou, porém quem fez foi o onze local. Em bola lançada ao campo de ataque, Talisca ganhou no corpo do defensor e acertou um chutaço no canto esquerdo, fechando o marcador e dando importante vitória ao escrete ferroviário.


O Nacional começou com tudo o jogo no Alayon. Aqui detalhe do segundo gol




De pênalti, Nicollas fez o terceiro



Em reação espetacular, o América fez três em nove minutos




No segundo tempo, o América chegou perto do empate, mas Maurício salvou a pátria local


A comemoração de Talisca no quinto gol paulistano


Um 5 a 3 que não acontecia na Comendador Souza desde 1944 (!). Histórico demais

O Nacional 5-3 América manteve os paulistanos na luta por uma vaga nas quartas de final da Série A4. O clube agora está em 11º com 16 pontos, três abaixo do G8. Resta vencer os dois compromissos restantes e torcer contra quem está em cima. Já o Diabo segue na lanterna e precisa de um milagre para evitar a queda.

Um 5 a 3 é difícil de se ver e esse foi muito mais histórico do que pensei. O Naça não vencia por esse placar desde 1994 (contra o Bernô no Baetão), na capital paulista desde 1962 (contra o saudoso Nitro-Química em São Miguel Paulista) e no Nicolau Alayon desde 1944.

O confronto em questão foi contra o Santos (!), que tinha Teleco, ídolo do Corinthians e um dos jogadores preferidos do meu avô, no ataque. Ou seja, há oito décadas o clube ferroviário não fazia o que fez quarta-feira no seu estádio. Levando em conta que na época ainda se chamava São Paulo Railway AC, quem foi ao campo da Zona Oeste na quarta-feira acompanhou algo inédito em 105 anos de história. Isso que dá graça a tudo que fazemos.

Apesar da alegria em ver a história sendo escrita, voltei ao QG com um mal-estar tremendo. Tive que abortar a sessão noturna e só voltarei aos campos quando melhorar de vez. Não tem como ficar vacilando.

Até a próxima!

Ficha Técnica: Nacional 5-3 América

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Tiago de Mattos da Silva; Público: 153 pagantes; Renda: R$ 2.040,00; Cartões amarelos: Matheus Serraglia, Hugo Gil, Pedro Estevam, Kayque Pereira, Vinícius Dutra, Rhyann e Wallace; Gols: Victor Teister 8, Paolo 15, Nicollas (pênalti) 27, Paolo 32, Vinícius Caveira 34, Juan 39 e Vinícius Caveira 44 do 1º, Talisca 48 do 2º.
Nacional: Maurício; Luan, Pedro Estevam, Matheus Serraglia (Kevin Leonardo) e Hugo Gil; Biel, Marcus Vinícius (Diogo Bolt) e Nicollas (Vitinho); Paolo (Kayque Pereira), Talisca e Victor Teister (Vinícius Dutra). Técnico: Diego Souza
América: Gabriel Chaves; Juan, Wallace (Victor Lopes), Rhyann e João Neto (Kleberson); Bruno, Victor Lima (Victor Santos) e Léo Matos; Afonso, Vinícius Caveira e Rikelmy (Matheus Gomes). Técnico: Anderson Nascimento.

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