Texto e fotos: Fernando Martinez
Chegou a hora da definição dos promovidos no Campeonato Brasileiro Feminino A2. O primeiro acesso da história da segundona nacional foi definido na fria noite de terça-feira no Estádio Oswaldo Teixeira Duarte. A Portuguesa precisava derrotar o Tiradentes/PI para voltar à elite na próxima temporada. Um ano e meio depois dos dois se despedirem da primeira divisão com o melancólico 2x2, também no Canindé.
Na primeira fase a Lusa fez uma brilhante campanha (você viu aqui no JP as coberturas dos jogos contra o Caucaia/CE e contra o genial CRESSPOM) com seis triunfos e apenas um empate. Os 19 pontos colocaram o time na primeira colocação do Grupo 2. A genial agremiação piauiense foi segunda do Grupo 1, também invicta, com quatro vitórias e três empates. No duelo de ida, vitória do Tigre pela contagem mínima e a vantagem de atuar por um empate.
Associação Portuguesa de Desportos (feminino) - São Paulo/SP
Sociedade Esportiva Tiradentes (feminino) - Teresina/PI
O quarteto de arbitragem dessa decisão foi composto pela árbitra Katiucia da Mota Lima, as assistentes Patricia Carla de Oliveira e Renata Ruel de Brito e a quarta árbitra Adeli Mara Monteiro. Na foto, também as capitãs dos times
Isso tudo dentro de campo. Fora dele o Tiradentes denunciou a Portuguesa por supostamente ter utilizado uma atleta irregular na peleja realizada em Teresina. O Tigre pede na ação a eliminação do clube paulista e certamente isso vai dar muito pano pra manga. Como a Lusa diz que não fez nada de errado, queria se garantir dentro de campo e depois se defender no julgamento que ainda não tem data marcada.
Sem pensar nas pendências jurídicas, vimos um jogo com todos os ingredientes de uma verdadeira decisão. A Portuguesa foi pra cima desde o início. Aos 12 minutos, a primeira grande chance de gol. A zagueira Estefany furou e a bola ficou com Beatriz. A camisa 11 tocou para Taís, só que na hora do chute ela foi atrapalhada por Bel e mesmo assim por pouco a bola não entrou.
Aos 19, Valéria, atleta piauiense, fez boa jogada individual e chutou no canto para boa defesa da camisa 1 lusitana. Aos 26, Beatriz abriu na ponta e cruzou. Silmara pegou bonito e quase fez o primeiro da Lusa. Três minutos depois o Tiradentes assustou em ótima cobrança de falta de Bel. Já aos 40 por muito pouco a situação paulista não se complica quando Letícia empurrou Valéria pelas costas dentro da área. Pênalti. Bel bateu mal e isolou, mandando a bola (muito) pra fora e jogando fora a oportunidade de ouro pro onze visitante ficar muito próximo da promoção ainda no primeiro tempo.
Bia, camisa 5 do Tiradentes, se preparando para mandar a pelota longe do seu campo
Avante lusitana encarando a marcação piauiense
Bola zanzando pela área do Tigre da PM
Bel teve a grande chance de abrir o placar a favor do Tiradentes, mas mandou esse pênalti quase na Marginal Tietê
Não querendo correr riscos, a Lusa tomou uma enorme injeção de ânimo nos vestiários e voltou pro tempo final ligada no 220. Logo no segundo minuto Thaís cobrou falta e a bola bateu na trave. A pressão foi total e a insistência deu resultado aos 16 minutos. Thaís cobrou escanteio e Letícia subiu bem na área para fazer o primeiro. O gol desanimou o Tiradentes, e com isso as locais se aproveitaram. Aos 19, Beatriz ficou livre e tocou na saída da goleira, porém a bola saiu pela linha de fundo.
Já no minuto seguinte não teve jeito e a vantagem foi ampliada. Thaís, sempre ela, cobrou falta dentro da área e Lucélia, camisa 9, acertou bela cabeçada, marcando 2x0. Dois minutos depois a mesma Lucélia fez o terceiro completando bom passe de Fernanda. Num período de sete minutos, a Lusa chegou aos 3x0 e do jeito que estava jogando somente uma catástrofe as tiraria da elite nacional em 2018.
É, só que as meninas pararam de jogar e chamaram o assustado Tiradentes para o seu campo. Tudo bem que a pressão do escrete nordestino era tímida, mas isso era perigoso demais. O Tigre da PM foi comendo pelas beiradas, esperando um bom momento para voltar a ter chances de acesso. Aos 43 ele aconteceu quando Eline bateu falta, Elen desviou a bola no travessão e Alice aproveitou rebote e fez o primeiro visitante. Precisando de apenas um gol a mais, os minutos finais foram terrivelmente longos para a torcida local.
Diferente do primeiro tempo, no segundo a Portuguesa foi fatal
Detalhe do primeiro gol da Lusa marcado de cabeça por Leticia aos 16 do tempo final
Em outra cabeçada, a Portuguesa fez o segundo aos 20 com Lucélia
Aos 22, novamente Lucélia marcou, agora em chute certeiro do meio da área
A falta a favor do Tiradentes nos acréscimos que fez a torcida rubro-verde suar frio
Aos 46 a equipe azul e amarela teve uma falta marcada a seu favor na entrada da área. O pessoal nas arquibancadas suou frio durante vários minutos até que Eline bateu e mandou a pelota por cima. Foi o último ato da decisão e quando a árbitra apitou pela última vez, a enorme festa rubro-verde começou no Canindé. O placar final de Portuguesa 3-1 Tiradentes/PI recolocou o onze bandeirante na primeira divisão do futebol feminino. Resultado merecido pela bela campanha feita. Tudo bem que ainda teremos o julgamento no TJD, mas dentro de campo a vaga é rubro-verde. Se a promoção se confirmar, o adversário será Pinheirense/PA ou Caucaia/CE.
A tristeza das atletas do Tiradentes pela perda do acesso à Série A1 do futebol feminino em 2018
A grande festa lusitana no Canindé. O time estará de volta à primeira divisão nacional ano que vem
Voltaremos à ativa no sábado, também conhecido como o Dia Internacional do Fernando, com o Nacional em campo pela Copa Paulista.
Até lá!
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