Texto e fotos: Fernando Martinez
No segundo semestre de 2013 Nacional e Portuguesa estavam a anos-luz de distância no cenário futebolístico do estado. O time ferroviário foi eliminado na primeira fase da última divisão estadual e fez apenas dez jogos naquela temporada. Já o time do Canindé estava na A1, na Sul-Americana e jogava a Série A com direito a grandes apresentações no nacional, como por exemplo a goleada de 4x0 em cima do Corinthians.
Se alguém tivesse feito uma aposta comigo naqueles tempos dizendo que quatro anos depois os dois estariam disputando uma mesma competição profissional e que rolaria uma partida no Estádio Nicolau Alayon com previsão de muito equilíbrio, provavelmente eu consideraria essa pessoa como um caso sério de internação em alguma instituição psiquiátrica. Mal sabia que essa "insanidade" se tornou realidade no último sábado.
Vindo dos títulos da Segundona de 2014 e da A3 de 2017, o onze da Água Branca recebeu uma Portuguesa que colecionou rebaixamentos e chegou ao fundo do poço após a eliminação da Série D em junho. Caso não vença a Copa Paulista, o time do Canindé não terá calendário nacional em 2018 e disputará exatamente as mesmas competições do Naça: Série A2 e Copa.
Falando um pouco de história, os dois se enfrentaram em 47 oportunidades através dos tempos, a maior parte dos confrontos entre 1938 e 1959, ano em que os ferroviários foram rebaixados da primeira divisão. Desde então, foram apenas seis jogos: três amistosos em 1964, 1970 e 1977, dois pela Copa FPF de 2004 e um pela A2 de 2007 (um 5x2 a favor da Lusa que contou com cobertura do blog).
Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP
Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP
Capitães dos times junto ao árbitro Paulo Sérgio dos Santos, os assistentes Claudenir Donizeti da Silva e Fausto Augusto Moretti e o quarto árbitro Marcos Silva Gonçalves
Essa peleja valeu pela segunda rodada do Grupo 3. Na rodada de estreia, o Nacional empatou sem gols contra o Água Santa e a Lusa derrotou a Briosa pela contagem mínima no Canindé. A Comendador Sousa recebeu um belo público - 927 pagantes - numa tarde super agradável e as agremiações corresponderam.
No primeiro tempo o Nacional começou melhor e os bons ataques preocuparam o goleiro Ricardo Berna. A Portuguesa foi se soltando aos poucos e a partir dos 25 minutos passou a dominar as ações. Primeiro Fernandinho criou bom momento em tiro cruzado e no final Dedê chutou de longe e Felipe Lacerda fez boa defesa.
Na volta dos vestiários o onze ferroviário voltou mais disposto, porém sem nenhuma oportunidade clara. Quem criou pela primeira vez foi o atacante rubro-verde Guilherme Queiroz, que fazia sua reestreia, aos 18 minutos. O atleta lusitano chegou a abrir o marcador, só que o assistente número 2 marcou impedimento.
Pouco tempo depois Danilo, camisa 7 local, finalizou de fora da área e obrigou Ricardo Berna a fazer uma defesa brilhante. Aos 31, novamente Guilherme Queiroz apareceu bem e chutou muito perto da meta. A partir daí o Nacional ocupou o setor defensivo da Portuguesa sem conseguir sucesso nas conclusões.
Aquela disputa de bola esperta no ataque do Nacional
Briga pela bola dentro da área lusitana
Pé de ferro na linha central
Duas oportunidades do onze ferroviário em cruzamentos na área
Franklin, camisa 6 da Lusa, se mandando pela esquerda
A partida foi muito boa, pena que no fim o placar tenha ficado em Nacional 0-0 Portuguesa. Foi o segundo empate sem gols seguido do antigo SPR e agora a equipe está na sexta colocação da chave. Os rubro-verdes dividem a liderança com o Taubaté, ambos com quatro pontos ganhos. De qualquer forma, foi genial poder ver esse confronto depois de tanto tempo. Se tudo der certo, estarei no Canindé pro duelo no returno.
Sem mais delongas saí do Alayon e fui pra casa passar o restante do sábado na paz e dormindo cedo. Tudo por um motivo justíssimo: colocar um time novo na Lista pela Segundona e numa decisão de vaga. Mais genial impossível!
Até lá!
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