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segunda-feira, 1 de julho de 2019

Chile segura a Colômbia nos pênaltis e segue em busca do tri

Texto e fotos: Fernando Martinez


Graças a minha nova rotina profissional, na noite de sexta-feira pude seguir com a cobertura da Copa América aqui no JP. Marcada em um horário complicadíssimo em pleno dia útil, a Arena Corinthians recebeu o duelo entre Colômbia e Chile pelas quartas de final. Foi a penúltima peleja realizada na capital bandeirante, a segunda na casa mosqueteira.

Quando os grupos foram sorteados, tinha a esperança de ver um Argentina x Uruguai na cancha alvinegra. Bastava a equipe de Lionel Messi ser líder e a Celeste vice-líder de suas respectivas chaves. Infelizmente elas trocaram de posições e deixaram que eu visse um encontro de duas seleções que já tinha visto na primeira fase: Japão 0x4 Chile e Colômbia 1x0 Catar, ambas no Morumbi. Se não tivesse ido ao Mineirão e deixado para ver os uruguaios perto de casa teria ficado na saudade.

A seleção cafeteira encerrou sua participação no Grupo B com 100% de aproveitamento, quatro gols pró e nenhum contra. O Chile venceu Japão e Equador e depois foi derrotado pelos campeões mundiais de 1930 e 1950 no Maracanã pelo Grupo C. O selecionado vermelho seguia na luta pelo tricampeonato contra a seleção que mostrou melhor futebol na competição até então. Promessa de jogo animado na Arena.

O apito inicial seria dado às 20 horas, isso significava que teria que enfrentar os trens lotadíssimos da CPTM saindo da Estação da Luz em plena hora do rush. Pelo menos a companhia destacou um trem especial que seguiu direto até meu destino. Cheguei cedo e após passar pelo portão encontrei o amigo-abelha Renato Rocha zanzando pelos cantos como se não tivesse amanhã. Diferente das partidas que vi sem a presença do Brasil, desta vez o público foi ótimo, cerca de 44 mil presentes.


Na Estação da Luz saiu um trem especial com destino à Itaquera. Foi o que salvou a pele da rapaziada em plena hora do rush


A fachada da Arena Corinthians decorada para a Copa América. Decoração meio besta, mas tá valendo

Eu estava com o horário apertado e não podia rolar nenhum tipo de atraso, caso contrário teria problemas. Os chilenos não foram legais e saíram do hotel na região da Berrini, localizado a 30 quilômetros de Itaquera, atrasados em meia hora. Por motivos óbvios eles sofreram com o trânsito e apenas por volta das 19h40 a delegação desembarcou no campo alvinegro. O COL agiu rápido e definiu que o jogo começaria às 20h20. A minha corrida pessoal contra o relógio já contava com 20 minutos desperdiçados.


Colômbia x Chile na Arena Corinthians... taí uma coisa que provavelmente nunca mais verei ao vivo


Seleções perfiladas para os respectivos hinos nacionais


Visão geral da casa corintiana para as quartas-de-final da Copa América

Do meu lugar acompanhei o aquecimento das duas seleções enquanto o telão informava o histórico do confronto na história da Copa América: oito triunfos chilenos, três empates e apenas duas vitórias colombianas. Não demorou para que os atletas retornassem ao gramado... era a hora da ação começar. A equipe da terra de Higuita começou melhor e assustou no começo. O Chile equilibrou na sequência e passou a mostrar serviço.

Ospina fez defesa sensacional aos 11 em cabeçada de Aránguiz. Aos 15, o mesmo Aránguiz abriu o marcador, colocando sua seleção em vantagem, acontece que Sánchez estava impedido no início da jogada e, após três minutos de análise do VAR, Nestor Pitana anulou o tento. Mina, zagueiro da Colômbia, assustou (de leve) a zaga adversária aos 26 e depois arranjou briga com Alexis Sánchez aos 31. Aos 34 e aos 39 os vermelhos levaram perigo, sem sucesso, e a etapa inicial terminou num até certo ponto animado 0x0.


Zaga da Colômbia dominando a pelota no campo de defesa


Vidal (8) disputando bola dentro da área colombiana


Cobrança de falta a favor da Colômbia

Na volta do intervalo a peleja deu uma melhorada e teve um cenário parecido com o do primeiro tempo: Colômbia mais bem postada no começo e aos poucos o Chile tomando conta de tudo. James Rodriguez e Cuadrado, aos dois e cinco minutos, foram bem. Aos 25 Vidal fez o gol vermelho aproveitando bola espirrada e chutando no canto esquerdo. A torcida comemorou, só que de novo o tento foi anulado pois Maripan bateu a mão na pelota. O VAR não estava a fim de moleza com os bicampeões da América.

Aos 37 Vargas criou o lance mais bonito da noite quando tentou encobrir Ospina de longe. O goleiro colombiano fez ótima defesa e impediu o golaço. Esse foi o último momento de perigo nos 90 minutos. O placar em branco levou a decisão aos pênaltis. A Lei de Murphy atuou forte só porque eu tinha que sair rápido da Arena.

Eu torci para usarem o gol que eu estava e, logicamente contando com a Lei de Murphy, os chutes aconteceram do lado oposto. James Rodríguez, Cardona, Cuadrado e Mina fizeram os quatro primeiros dos cafeteiros e Vidal, Vargas, Pulgar e Aránguiz os do Chile. Com 4x4 Tesillo bateu mal, a pelota relou a trave e saiu pela linha de fundo. Alexis Sánchez teve a oportunidade de pôr seu país na semifinal e não desperdiçou.



Dois escanteios, um a favor da Colômbia e outro a favor do Chile. Nenhum teve sucesso


William Tesillo perdendo o pênalti para a Colômbia


Alexis Sánchez marcando o gol que colocou o Chile na semifinal

O resultado de Colômbia 0x0 Chile (4x5) manteve o sonho do tri aos conterrâneos de Pablo Neruda. Não foi a melhor atuação, porém o que importa é que estão entre os quatro melhores do continente outra vez. O adversário será o surpreendente Peru, que eliminou o Uruguai também nos pênaltis no sábado. Já os colombianos caem invictos e sem sofrerem nenhum gol. Assim como na Copa do Mundo ano passado, são eliminados na marca de cal.

Da minha parte, nem bem o penal decisivo tinha sido convertido e saí correndo da casa corintiana. Em tempo recorde cheguei na estação da CPTM com direito a via crucis. Teve trem, metrô e ônibus até chegar no Itaim Bibi prontinho para nova madrugada na labuta. Cheguei cuspindo um pulmão, mas valeu a pena. No sábado, sem descansar direito, teve nova cobertura com direito a uma quebra de um histórico tabu no futebol paulista.

Até lá!

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Ficha Técnica: Colômbia 0x0 Chile (4x5)

Competição: Copa América; Local: Arena Corinthians (São Paulo); Árbitro: Néstor Pitana (Arg); Público: 44.062 presentes (41.692 pagantes/2.370 não pagantes); Renda: R$ 8.971.600,00; Cartões amarelos: Stefan Medina, Juan Cuadrado, James Rodríguez (Col), Charles Aránguiz, Arturo Vidal (Chi).
Colômbia: David Ospina; Stefan Medina, Yerry Mina, Davinson Sánchez e William Tesillo; Juan Cuadrado, Wilmar Barrios e Mateus Uribe (Edwin Cardona); James Rodriguez, Radamel Falcao (Duván Zapata) e Roger Martinez (Luis Díaz). Técnico: Carlos Queiroz.
Chile: Gabriel Arias; Mauricio Isla, Gary Medel, Guillermo Maripán e Jean Beausejour; Arturo Vidal, Erick Pulgar e Charles Aránguiz; José Fuenzalida (Esteban Pavez), Eduardo Vargas e Alexis Sánchez. Técnico: Reinaldo Rueda.
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