Opa,
Na última terça-feira à noite foi a vez do segundo jogo válido pelo Campeonato Brasileiro da Série B do dia. Depois do bom jogo em São Caetano e do meu pit-stop pelo centro de São Paulo, segui até a Zona Norte paulistana, mais precisamente no agora longínquo Estádio do Canindé. Lá iria acontecer um jogo que prometia bastante: Portuguesa x Guarani, até então terceiro e primeiro colocados da competição. E nem imaginava que esse jogo seria o melhor que vi até aqui em 2009...
Vale registrar que o estádio rubro-verde recebeu um bom público, e que agora as bilheterias do Canindé são um exemplo de funcionamento. Existem filas, mas elas andam bastante rápido devido ao bom número de guichês abertos e da organização feita por seguranças no local. Depois de tantos anos vendo sofrimento por ali, é bom ver as coisas funcionando direitinho.
As mais de quatro mil pessoas presentes esperavam uma ótima partida, pois os dois times vem fazendo boas campanhas na Série B até agora. Para mim, a partida foi especial por dois motivos: foi o 199º do time do Canindé que vi no estádio e além disso, foi a oitava vez que vi Lusa e Bugre disputarem uma partida, só perdendo em número de jogos para as doze vezes que vi o clássico Juve-Nal.
Entrei rápido e já fui garantir meu lugar nas cheias dependências do estádio. E desde os primeiros minutos o jogo já se mostrou eletrizante. A Portuguesa não perdeu tempo, e aos 4 minutos abriu o marcador com o jogador Héverton escorando cruzamento da direita. Festa da boa torcida lusitana e tristeza na torcida brugrina, que também compareceu em bom número.
Mas o gol foi praticamente a única coisa boa que a Portuguesa fez durante os primeiros 45 minutos. O Guarani logo tomou as rédeas do jogo e passou a encurralar a Lusa no seu campo de defesa. O empate então veio logo, aos 11 minutos. Wálter Minhoca recebeu bom passe dentro da área, e mesmo com três atletas da Lusa perto dele, ele teve calma para matar a bola e chutar forte para deixar tudo igual no Canindé.
A Portuguesa batia cabeça, a sua defesa jogava mal demais e o ataque não acertava o pé. Ficou fácil para o Bugre, que mostrou o futebol que levou o time à liderança do campeonato. Aos 26 minutos então veio a virada através do jogador Ricardo Xavier, cabeceando no canto direito do goleiro Fábio que falhou no lance. A virada foi a gota d'água para alguns torcedores da Lusa ficarem extremamente irritados com a sonolenta atuação da equipe do Canindé.
E para desespero da torcida da casa, o Guarani ampliou aos 32 minutos. Numa rápida jogada pela direita, o jogador Maranhão entrou sozinho e tocou quase sem ângulo. O goleiro Fábio falhou de novo e deixou a bola passar entre seu corpo e a trave, deixando a Lusa numa situação complicada, perdendo o jogo ainda no primeiro tempo por 3x1. A torcida então ficou compleamente inconformada com a atuação de determinados atletas. O pessoal não se conformava com atuação tão pífia do time.
Ainda antes do intervalo chegar, o Guarani perdeu mais duas boas chances de ampliar o marcador. Não seria nenhum absurdo uma vitória parcial de 4 ou 5x1 do Bugre nesse tempo inicial. O jogo estava fácil para o time visitante, e vi até torcedor indo embora nesse intervalo de jogo. Mas a esperança é a última que morre, e no segundo tempo a torcida esperava pelo menos que o time jogasse de forma digna.
E quem teve esperança foi recompensado com um segundo tempo histórico, com a Portuguesa voltando com uma garra incrível e uma vontade de virar o jogo absurda. O Guarani não viu a cor da bola no tempo final do jogo. A Lusa já tinha perdido duas ótimas chances de gol quando conseguiu diminuir o placar aos 14 minutos. Edno cobrou a falta e Bruno Rodrigo cabeceou firme para fazer o segundo gol rubro-verde.
A Lusa jogava muito bem, e o gol de empate parecia ser questão de tempo. Mas duas chances perdidas deixaram os torcedores apreensivos. A primeira aos 19 minutos, com uma confusão dentro da pequena área e a bola quicando sem que ninguém colocasse para o fundo do gol. E aos 23 minutos, outro lance simplesmente inacreditável: o jogador Héverton recebeu pela direita e cruzou. Sem goleiro e sem zagueiro nenhum para atrapalhar, e só com o gol livre na sua frente, o atacante Christian cabeceou por cima do travessão. Ninguém acreditou no que viu por lá... a pergunta que os torcedores se faziam era uma só: "será que o empate não vai chegar?"
Mas aos 30 minutos, o esperado empate finalmente veio. Num gol que foi bastante parecido com o segundo, o jogador Ygor cabeceou no canto direito do goleiro bugrino e deixou tudo igual no marcador. O empate que parecia impossível tinha chegado, mas ainda dava tempo para mais festa da torcida rubro-verde.
E a festa completa da torcida da Portuguesa aconteceu aos 39 minutos. Numa boa jogada pela esqueda do seu ataque, o jogador Anderson Paim tocou para a entrada da área, Marco Antônio apareceu e acertou um chutaço, que desviou no zagueiro bugrino antes de entrar no gol do Guarani para decretar a épica virada lusitana. Poucas vezes tinha visto uma festa tão grande da torcida da Lusa no Canindé. Muitos torcedores chorando e todo mundo se abraçando... emoção à flor da pele.
A Lusa ainda teve a chance de marcar o quinto gol, mas o goleiro do Guarani fez ótima defesa. Mas o principal já tinha acontecido. Final de jogo: Portuguesa 4-3 Guarani. Vitória épica do time do Canindé no melhor jogo que eu vi in loco nesse ano de 2009. De um time completamente morto no final do primeiro tempo, para um time raçudo, com garra e vontade acima da média. Se continuarem assim, a vaga na Série A em 2010 será uma realidade.
Para o Guarani, fica acesa a luz amarela, pois a liderança da Série B agora está com o Atlético/GO, e a equipe precisa voltar ao ótimo ritmo que teve no começo da Série B caso queira a sonhada vaga na elite nacional no ano que vem. O time é bom e tem boas chances, mas precisa voltar a jogar bem logo, caso contrário, a situação vai ficar mais difícil.
Ainda meio fora do ar e com o nível de adrenalina lá em cima, me dirigi então ao metrô paulistano para voltar ao meu lar. E feliz por ter visto um jogo tão bom e emocionante. E pensar que por muito pouco não fui ao Canindé devido a uma dor de cabeça das mais chatas... E na quarta-feira teve mais jogo, mesmo com muita chuva e lama...
Até lá
Fernando
Na última terça-feira à noite foi a vez do segundo jogo válido pelo Campeonato Brasileiro da Série B do dia. Depois do bom jogo em São Caetano e do meu pit-stop pelo centro de São Paulo, segui até a Zona Norte paulistana, mais precisamente no agora longínquo Estádio do Canindé. Lá iria acontecer um jogo que prometia bastante: Portuguesa x Guarani, até então terceiro e primeiro colocados da competição. E nem imaginava que esse jogo seria o melhor que vi até aqui em 2009...
Vale registrar que o estádio rubro-verde recebeu um bom público, e que agora as bilheterias do Canindé são um exemplo de funcionamento. Existem filas, mas elas andam bastante rápido devido ao bom número de guichês abertos e da organização feita por seguranças no local. Depois de tantos anos vendo sofrimento por ali, é bom ver as coisas funcionando direitinho.
As mais de quatro mil pessoas presentes esperavam uma ótima partida, pois os dois times vem fazendo boas campanhas na Série B até agora. Para mim, a partida foi especial por dois motivos: foi o 199º do time do Canindé que vi no estádio e além disso, foi a oitava vez que vi Lusa e Bugre disputarem uma partida, só perdendo em número de jogos para as doze vezes que vi o clássico Juve-Nal.
Times perfilados para o Hino Nacional com a graciosa presença das cheerleaders da Lusa. Foto: Fernando Martinez.
Entrei rápido e já fui garantir meu lugar nas cheias dependências do estádio. E desde os primeiros minutos o jogo já se mostrou eletrizante. A Portuguesa não perdeu tempo, e aos 4 minutos abriu o marcador com o jogador Héverton escorando cruzamento da direita. Festa da boa torcida lusitana e tristeza na torcida brugrina, que também compareceu em bom número.
Mas o gol foi praticamente a única coisa boa que a Portuguesa fez durante os primeiros 45 minutos. O Guarani logo tomou as rédeas do jogo e passou a encurralar a Lusa no seu campo de defesa. O empate então veio logo, aos 11 minutos. Wálter Minhoca recebeu bom passe dentro da área, e mesmo com três atletas da Lusa perto dele, ele teve calma para matar a bola e chutar forte para deixar tudo igual no Canindé.
Começo da jogada do primeiro gol do Bugre na partida. Foto: Fernando Martinez.
Aqui, os jogadores do Guarani já comemorando o empate. Foto: Fernando Martinez.
A Portuguesa batia cabeça, a sua defesa jogava mal demais e o ataque não acertava o pé. Ficou fácil para o Bugre, que mostrou o futebol que levou o time à liderança do campeonato. Aos 26 minutos então veio a virada através do jogador Ricardo Xavier, cabeceando no canto direito do goleiro Fábio que falhou no lance. A virada foi a gota d'água para alguns torcedores da Lusa ficarem extremamente irritados com a sonolenta atuação da equipe do Canindé.
E para desespero da torcida da casa, o Guarani ampliou aos 32 minutos. Numa rápida jogada pela direita, o jogador Maranhão entrou sozinho e tocou quase sem ângulo. O goleiro Fábio falhou de novo e deixou a bola passar entre seu corpo e a trave, deixando a Lusa numa situação complicada, perdendo o jogo ainda no primeiro tempo por 3x1. A torcida então ficou compleamente inconformada com a atuação de determinados atletas. O pessoal não se conformava com atuação tão pífia do time.
Jogadores atentos com escanteio para o time campineiro. Foto: Fernando Martinez.
Ainda antes do intervalo chegar, o Guarani perdeu mais duas boas chances de ampliar o marcador. Não seria nenhum absurdo uma vitória parcial de 4 ou 5x1 do Bugre nesse tempo inicial. O jogo estava fácil para o time visitante, e vi até torcedor indo embora nesse intervalo de jogo. Mas a esperança é a última que morre, e no segundo tempo a torcida esperava pelo menos que o time jogasse de forma digna.
Chegada do time da casa no começo da segunda etapa. Foto: Fernando Martinez.
E quem teve esperança foi recompensado com um segundo tempo histórico, com a Portuguesa voltando com uma garra incrível e uma vontade de virar o jogo absurda. O Guarani não viu a cor da bola no tempo final do jogo. A Lusa já tinha perdido duas ótimas chances de gol quando conseguiu diminuir o placar aos 14 minutos. Edno cobrou a falta e Bruno Rodrigo cabeceou firme para fazer o segundo gol rubro-verde.
Visão geral, lá do alto, do jogo entre Portuguesa x Guarani. Foto: Fernando Martinez.
A Lusa jogava muito bem, e o gol de empate parecia ser questão de tempo. Mas duas chances perdidas deixaram os torcedores apreensivos. A primeira aos 19 minutos, com uma confusão dentro da pequena área e a bola quicando sem que ninguém colocasse para o fundo do gol. E aos 23 minutos, outro lance simplesmente inacreditável: o jogador Héverton recebeu pela direita e cruzou. Sem goleiro e sem zagueiro nenhum para atrapalhar, e só com o gol livre na sua frente, o atacante Christian cabeceou por cima do travessão. Ninguém acreditou no que viu por lá... a pergunta que os torcedores se faziam era uma só: "será que o empate não vai chegar?"
Mas aos 30 minutos, o esperado empate finalmente veio. Num gol que foi bastante parecido com o segundo, o jogador Ygor cabeceou no canto direito do goleiro bugrino e deixou tudo igual no marcador. O empate que parecia impossível tinha chegado, mas ainda dava tempo para mais festa da torcida rubro-verde.
Lance do gol de empate da Portuguesa no jogo. Vemos a bola chegando na cabeça do jogador Ygor. Foto: Fernando Martinez.
E a festa completa da torcida da Portuguesa aconteceu aos 39 minutos. Numa boa jogada pela esqueda do seu ataque, o jogador Anderson Paim tocou para a entrada da área, Marco Antônio apareceu e acertou um chutaço, que desviou no zagueiro bugrino antes de entrar no gol do Guarani para decretar a épica virada lusitana. Poucas vezes tinha visto uma festa tão grande da torcida da Lusa no Canindé. Muitos torcedores chorando e todo mundo se abraçando... emoção à flor da pele.
A Lusa ainda teve a chance de marcar o quinto gol, mas o goleiro do Guarani fez ótima defesa. Mas o principal já tinha acontecido. Final de jogo: Portuguesa 4-3 Guarani. Vitória épica do time do Canindé no melhor jogo que eu vi in loco nesse ano de 2009. De um time completamente morto no final do primeiro tempo, para um time raçudo, com garra e vontade acima da média. Se continuarem assim, a vaga na Série A em 2010 será uma realidade.
Para o Guarani, fica acesa a luz amarela, pois a liderança da Série B agora está com o Atlético/GO, e a equipe precisa voltar ao ótimo ritmo que teve no começo da Série B caso queira a sonhada vaga na elite nacional no ano que vem. O time é bom e tem boas chances, mas precisa voltar a jogar bem logo, caso contrário, a situação vai ficar mais difícil.
Ainda meio fora do ar e com o nível de adrenalina lá em cima, me dirigi então ao metrô paulistano para voltar ao meu lar. E feliz por ter visto um jogo tão bom e emocionante. E pensar que por muito pouco não fui ao Canindé devido a uma dor de cabeça das mais chatas... E na quarta-feira teve mais jogo, mesmo com muita chuva e lama...
Até lá
Fernando
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