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sexta-feira, 4 de março de 2005

Libertadores: Santos 3-2 Danubio (Uru)

  

Acabo de chegar de Santos, aonde acompanhei o jogo entre Santos e Danubio do Uruguai pela Libertadores! Como é maravilhoso assistir um jogo no Urbano Caldeira. Acho que é um dos poucos estádios "achados" que merece estar aqui, entre os "perdidos". Libertadores, então, com Pelé nas tribunas, tem um "quê" de nostalgia...

Bom, como trabalho no metrô, e o metrô depende dos meus esforços pra andar, tive que arrumar alguém pra ficar no meu lugar. Ou seja, sacrifiquei um domingo (terei que pagar por minha ausência) para estar mais uma vez no templo santista.

Pra variar, entrei no estádio com 0x1 no placar. Nada de novidade, em se tratando de mim. Fui assistir Palmeiras 2x0 Tacuary, e consegui a proeza de chegar depois do primeiro gol, e sair antes do segundo. Foi perfeito! Haja saco pra aguentar comemoração palmeirense, duas vezes então. Mas hoje não tive a mesma sorte. Por muito pouco, não volto pra casa sem ter visto um gol do Danúbio, um clube que só quem é doente pode saber o que representa em nossas listas. Ou melhor, somente na minha, a partir de hoje.

Por falar em doença, um dos piores sintomas de nossa síndrome é ter que lutar com os calendários injustos. A cada fim de ano comemoramos as inúmeras possibilidades de ver algo inédito e sensacional. A cada começo de ano nos surpreendemos com a capacidade que os dirigentes têm de agendar tudo o que interessa para os membros do clube para os mesmos dias e horários.

Hoje, tivemos que escolher entre o CRAC, de Catalão, que jogou em Campinas e o Danúbio. Como CRAC me lembra ovos e o Brinco de Ouro não me traz boas lembranças (na única vez em que lá estive, um infeliz saiu morto em uma confusão; e acreditem, todos os torcedores, TODOS sem exceção, dançam aquelas musiquinhas que os auto-falantes tocam no intervalo, mesmo se forem músicas da Xuxa, Angélica, Bozo, ou algo do gênero).

Como Danúbio me lembra valsa, e dança me lembra sexo oposto, e praia me lembra ainda mais, resolvi ir pra Santos. O Fernando, foi pra Campinas. Aliás, ele tem se esforçado pra descobrir amistosos do Guarani...

Bom, o primeiro gol, do Danúbio, perdi mesmo. O jogo foi terrível, tecnicamente. O Santos estava irreconhecível. O Danúbio, muito tranquilo, na dele, segurou o quanto pôde. No final do primeiro tempo, Léo, um dos poucos que se salvou, deixou sua marca. Lá pelos 30 do segundo tempo, Robinho mais uma vez desequilibrou e anotou o seu. Mas o jogo mesmo aconteceu quando eu estava de saída (pra variar).

Quem evitou com que eu perdesse mais uma vez os lances importantes foi um policial, que impediu que eu ficasse vendo o jogo na frente do corredor de saída (pois é, em Santos, eles não deixam os animais ficarem em pé em degraus, ou parados nas passagem, como acontece nos Pacaembus e Morumbis da vida, pode?), assim, arrumei um lugar junto do alambrado e, de longe, vi o Danúbio jogar água no chope dos caiçaras, e sacudir a rede no finalzinho!

Finalzinho nada!! O goleirão do Danúbio queria jogo, e resolveu derrubar o Basílio pra ver no que ia dar. Como a brincadeira foi dentro da área, o juizão (um argentino tão alemão que mais parecia dinamarquês, e que ficou o tempo todo tão perto do lance que irritou a torcida, pq ficava sempre na frente da bola) não teve escolha, anotou a penalidade máxima, e Ricardinho deu números finais ao jogo.

Vale lembrar que durante o tempo todo a gente percebia uma garoa muito fina fazendo força pra cair, mas muito sutilmente. No final, ela resolveu apertar, o suficiente para eu ter que desdobrar minha capucha, que é um saco pra dobrar de novo!

Resultado justo, espero que o Santos vá longe na Libertadores, assim como espero a recuperação do Santo André. Também torço muito pelo Atlético. O Danúbio merecia um ponto, mas o Santos merecia dois. Como esse resultado é impossível, o Danúbio que se conforme. E quem não viu dessa vez, que espere mais 16 anos, uma vez que esse time só jogou Libertadores 3 vezes, e a última foi em 89.

Estevan

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