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segunda-feira, 26 de maio de 2025

Jogos Perdidos visitando Ituverava e Igarapava

Texto e fotos: Fernando Martinez


Entre os dois jogos da manhã e o do fim da tarde, havia um grande intervalo na nossa agenda no sábado passado, em meio à segunda caravana da coragem do ano. Como sempre faço, fui verificar quais cidades da região já tiveram times no futebol profissional. Entre quatro ou cinco opções, optamos por visitar duas, começando por Ituverava.

A cidade tem pouco menos de 40 mil habitantes, fica a 413 quilômetros da capital e foi lar da tradicional Associação Atlética Ituveravense. O clube nasceu em 1926 e marcou presença nas divisões de acesso de São Paulo em 11 oportunidades. A primeira foi na terceirona de 1966, ano em que dividiu o título com a Inter de Limeira após uma vitória de 3 a 1 para cada lado. A última aparição ocorreu na quarta divisão de 1990. O rubro-negro se despediu dos gramados em 16 de setembro daquele ano, com uma derrota por 3 a 0 para o Cravinhos.


Escudo da saudosa Ituveravense



Fachada da sede social da AA Ituveravense


O gigantesco salão nobre do clube. Uma verdadeira volta ao passado


Entrada do Estádio Municipal de Ituverava

Não foi difícil encontrar o Estádio Municipal de Ituverava. Infelizmente, ele estava fechado e não conseguimos entrar. Só que a Ituveravense teve como sua principal casa o Estádio da Rua Victor Venerando da Fonseca, popularmente conhecido como "campo da Ituveravense", que não visitamos. Fomos então à sede social, que permanece ativa. Um funcionário contou que a AAI não joga mais nem os campeonatos amadores da região e se mantém por meio de eventos e festas. O salão nobre é uma verdadeira viagem ao passado.

Satisfeitos por visitar mais um clube histórico do estado, pegamos a estrada e seguimos até a bela Igarapava, casa do Igarapava Esporte Clube e que tem cerca de 30 mil habitantes. Não sabíamos se o estádio do Galo da Comarca (não é só o XV de Jaú que tem esse apelido) ainda existia, e foi uma grata surpresa encontrá-lo em plena atividade.

O IEC foi fundado em 1919 e disputou por 10 vezes as divisões de acesso, estreando em 1961 e jogando pela última vez em 1994. O clube chegou ao hexagonal final da Série B2 e fez seu último jogo em 6 de novembro daquele ano, sendo goleado pelo XV de Caraguá por 4 a 1 fora de casa. Já são 31 anos sem a presença do alvirrubro.


Entrada da cidade de Igarapava



Fachada do simpático Estádio Garibaldi Pereira, em Igarapava


O belo visual que temos quando entramos no estádio

Chegamos à porta do estádio e vimos uma grande movimentação. Claro que entramos para ver o que era. Descobrimos que iria começar a final do Campeonato Municipal de Futebol de Campo da cidade, reunindo União e o genial Mercearia da Gi (!). Um ótimo público lotou as arquibancadas que um dia viram o futebol profissional do Igarapava EC. É claro que ficamos para assistir a parte da partida.

Antes do jogo, houve uma animada apresentação de banda marcial tocando clássicos como "La Bamba" (!), entre outros. Teve entrada das equipes, discurso do secretário de esportes e bastante atraso. Depois de todo o cerimonial, a bola rolou. Nada de jogadores fora de forma e sim um pessoal que poderia estar disputando a Segundona. Vimos um jogo movimentado. O glorioso Mercearia da Gi não tomou conhecimento do União e abriu 3 a 0 ainda no primeiro tempo, praticamente assegurando o título. Na etapa final, fechou a conta com mais um gol.


Arquibancada principal do Garibaldi Pereira


Agora a visão da arquibancada principal





Detalhes da final do campeonato municipal de Igarapava entre o união local e o glorioso Mercearia da Gi

Seria mais legal se fosse o Igarapava em campo? Sem dúvida. Mas valeu mesmo assim. Pelo que apuramos com os presentes, o IEC mantém atualmente uma equipe de veteranos. Foi muito legal ver o Garibaldi Pereira cheio, com a torcida animada acompanhando a partida. Me peguei imaginando como era assistir ao Galo da Comarca nos tempos de profissionalismo.

Após as duas visitas, retomamos a programação oficial e seguimos rumo à divisa de São Paulo com Minas Gerais. Fazia muito tempo que eu não acompanhava o Módulo II Mineiro in loco e tive o prazer de voltar com um duelo absurdamente tradicional em um local que nunca imaginei conhecer.

Até lá!

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