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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Pacaembu volta a receber futebol e vê vitória tranquila do Corinthians Feminino

Texto e fotos: Fernando Martinez


A correria para sair da Fazendinha depois do triunfo alvinegro em cima do Jabaquara pelo sub-20 super se justificou. Sem jogos desde fevereiro, a noite de terça-feira marcou o retorno ao Pacaembu. Na pauta, Corinthians x Ferroviária pelo Campeonato Paulista Feminino, a primeira cobertura do JP no torneio em 2025. Como o foco do velho estádio agora é evento, não podemos perder as (raras) chances de ver bola rolando por lá.

Antes do jogo, vale destacar a triste decisão da Federação Paulista de Futebol na organização do estadual feminino. Em anos anteriores, o torneio contou com 12 clubes e, em 2024, com 11. Neste ano, a entidade optou por excluir São José, Pinda e Marília da elite sem a menor cerimônia. Essa mudança, apresentada como uma evolução da competição, para mim nada mais foi do que uma grande canetada.

Com a Copa do Mundo no Brasil daqui a dois anos, é preocupante ver que os campeonatos femininos ainda são tratados como subprodutos, não há como negar isso. A exclusão dos clubes considerados mais frágeis parece ter sido motivada por uma tentativa de reduzir goleadas expressivas, em vez de ampliar a competição ou definir com antecedência um modelo para 2026.

Caso existisse uma segunda divisão consolidada, a decisão até poderia ser compreendida. No entanto, os clubes retirados do torneio não têm garantias sobre seu retorno à elite, mesmo que se saiam bem na Taça Paulistana, destinada a equipes que não têm cacife para enfrentar os grandes. A Federação poderia ter criado um sistema de acesso e descenso, fortalecendo a modalidade de forma estruturada, mas optou pelo caminho mais simples: apresentar a exclusão como um suposto benefício para a categoria.

Outro ponto questionável é a situação do Realidade Jovem, único clube “pequeno” entre os maiores, que já garantiu vaga na Série A3 do Brasileiro de 2026, mesmo que perdesse todos os seus compromissos por goleada. Com duas vagas destinadas a equipes fora das séries A e B, o time de São José do Rio Preto, o único dos oito participantes sem divisão nacional, se credenciou para a terceirona do ano que vem antes mesmo da primeira rodada. Uma anomalia.


Quando os times entraram em campo, o sistema de iluminação do Pacaembu estava meia-bomba. Levou um tempo para ajeitarem. Tanto tempo sem jogo deve ter feito o pessoal desaprender como funcionava tudo


Sport Club Corinthians Paulista (feminino) - São Paulo/SP


Ferroviária Futebol S/A (feminino) - Araraquara/SP


Jéssica Aparecida Milani, Leandra Aires Cossette, Welber Venancio da Silva, Gabriel Furlan e as capitãs

Falando agora da bola rolando, o Corinthians era o líder do Paulistão após cinco rodadas disputadas e vinha de uma boa vitória contra o Palmeiras. As meninas alvinegras tinham 12 pontos, contra 10 das alviverdes, nove do São Paulo e oito da Ferroviária. Uma vitória contra a equipe grená manteria o Timão na ponta da tabela.

Estava com saudade do Pacaembu, pois meu último jogo ali (e último no geral também) tinha sido o empate da Portuguesa contra o Botafogo da Paraíba pela Copa do Brasil no dia 27 de fevereiro. Depois que a Lusa não quis mais atuar no Paulo Machado de Carvalho, não tivemos nenhuma partida marcada para o local. Como os novos donos não ligam para isso, está tudo bem.

Pouca gente foi ao recauchutado estádio (que segue em obras intermináveis) para ver um confronto tradicional no futebol feminino. No meio da disputa das quartas de final do Brasileiro da categoria, quem estava no Pacaembu assistiu uma apresentação segura do time reserva do Corinthians.

A pressão local foi a tônica de todo o primeiro tempo. Eudimilla quase fez aos seis e depois ela mesma mandou na trave. Aos 34, após muita insistência, saiu o gol alvinegro com finalização da venezuelana Dayana Rodríguez repleta de efeito que encobriu a goleira Amanda Coimbra. A Ferroviária pouco se aventurou no campo de ataque.

Na segunda etapa as grenás melhoraram, mas nada que assustasse de verdade a goleira Kemelli. O Corinthians se defendeu bem e aos 20 ampliou a vantagem quando Letícia Monteiro cruzou da direita e Carol Nogueira completou. Com 2 a 0 contra, a Ferroviária tentou diminuir em diversos chutes de fora da área, porém todos saíram pela linha de fundo.









O Corinthians foi muito melhor do que a Ferroviária na etapa inicial, porém só chegou às redes uma vez






No segundo tempo o onze visitante melhorou, mas quem marcou novamente foi o Corinthians. Na última foto, a comemoração das atletas alvinegras


Placar final da boa vitória corintiana no Pacaembu

O 2 a 0 no clássico manteve as corintianas na ponta isolada da tabela, agora com 15 pontos e 13 gols de saldo. Se não tivessem vacilado nos acréscimos contra o São Paulo, ainda estariam com 100% de aproveitamento. A próxima rodada do estadual acontece no meio da semana que vem e o alvinegro vai enfrentar o Realidade Jovem fora de casa.

Encontrei o trio Pucci, Victor e Lucas na saída do velho estádio e seguimos até o ponto de ônibus que fica na Avenida Pacaembu. Por sorte, não esperei mais do que 15 segundos o meu ônibus, o glorioso 208M - Terminal Pinheiros, e rapidinho já estava nas dependências do QG da Zona Oeste.

Até a próxima!

Ficha Técnica: Corinthians 2-0 Ferroviária

Local: Estádio Paulo Machado de Carvalho (São Paulo); Árbitra: Jessica Aparecida Milani; Público: 2.902 pagantes (290 presentes); Renda: R$ 35.930,00; Cartões amarelos: Thaís Regina, Andressa Alves e Monique; Cartão vermelho: Erika 25 do 2º; Gols: Dayana Rodríguez 34 do 1º e Carol Nogueira 20 do 2º.
Corinthians: Kemelli; Erika, Thaís Regina e Leticia Teles (Gisela Robledo); Paulinha (Juliana Passari), Dayana Rodríguez (Gabi Zanotti), Duda Sampaio (Thaís Ferreira), Andressa Alves (Carol Nogueira) e Juliete; Eudimilla (Jaqueline) e Ariel Godoi (Letícia Monteiro). Técnico: Lucas Piccinato.
Ferroviária: Amanda Coimbra; Sissi (Dudinha), Monique, Camila e Barrinha (Fátima Dutra); Kaylane (Duda), Cris (Nicoly), Raquel e Micaelly (Vendito); Julia Beatriz (Catyellen) e Neném (Mylena Carioca). Técnico: Léo Mendes.

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