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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

JP na gloriosa volta das seleções estaduais (pelo menos no sub-20)

Texto e fotos: Fernando Martinez


Olha só... e não é que o Jogos Perdidos ainda existe? Não iria aparecer mais por aqui a curto/médio prazo, mas a CBF resolveu organizar um campeonato genial, talvez o mais legal dos últimos tempos, e meu retorno se fez obrigatório. Não dava para a Copa de Seleções Estaduais sub-20 acontecer e não aparecer aqui no blog.

Em 2015 a entidade reuniu as seleções de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina num quadrangular (com dias e horários péssimos) nas cidades de Itu e São José dos Campos. A seleção paulista foi campeã, e para 2016 foi prometida uma versão recheada com as demais seleções estaduais. Como chegou o final de 2016 e ficamos de mãos abanando, achei que a competição estava sepultada.

Pra nossa alegria, no final de outubro apareceu no site da CBF a tabela da edição 2017 da Copa com a presença de 26 seleções (só o Distrito Federal ficou de fora). As quatro dos estados com o pior ranking jogaram a primeira fase e duas se classificaram, se juntando às 22 melhores. Os 24 times foram divididos em oito chaves com três agremiações cada e o campeão de cada grupo se garante nas quartas-de-final.

O mais legal disso tudo é que cada grupo tem sede no estado melhor ranqueado. Isso significa que São Paulo joga até a decisão (isso se se classificar, lógico) em casa. Pode não ser o mais justo, mas é o mais funcional, sem sombra de dúvida. A seleção paulista caiu no Grupo 1 junto com a seleção sergipana e a seleção maranhense.

Agora, vale registrar que poucos veículos de imprensa falaram sobre esse sensacional torneio, e os que falaram citaram de forma errada a origem da competição. A Copa de Seleções Estaduais sub-20 não tem nada a ver com o antigo Campeonato Brasileiro de Seleções, já que essa era uma disputa entre profissionais. A origem real está no Campeonato Brasileiro de Seleções Juvenis (depois Juniores), realizado de 1978 até 1984. Poucos sabem da existência desse certame que foi muito importante na época.

Enfim, voltando aos tempos atuais, demorou até sabermos qual estádio paulista sediaria a chave. Quando finalmente a CBF divulgou, bateu uma certa tristeza. O Estádio Laudo Natel, o CT de base do São Paulo em Cotia, foi o escolhido. Até então, ali era um local "inacessível" e pensei que minha presença estava comprometida.

Como ninguém demonstrou interesse em me fazer companhia nas duas primeiras rodadas fui atrás de uma forma barata para ir lá de transporte público. Descobri que há um ônibus intermunicipal próximo ao metrô Faria Lima que segue direto até o Terminal Metropolitano de Cotia, e que dali o CT está relativamente próximo. Infelizmente o caminho, que nem é tão longo, é impossível de se percorrer a pé, a não ser que a gente pense em ser atropelado numa estrada sem acostamento e sem nenhuma sinalização. Resta ir de táxi mesmo.

Eis que chegou o dia da primeira rodada e do genial confronto entre a seleção paulista e a seleção sergipana. O ônibus não demorou e o caminho entre o ponto inicial e o ponto final foi percorrido exatamente em uma hora e dez minutos. Depois desse tempo são mais seis ou sete minutos de táxi e voilá, faltando uma hora pro apito inicial já me encontrava no belíssimo CT tricolor. Não foi fácil conseguir a liberação para permanecer no gramado, porém no fim deu tudo certo.


Seleção Paulista (sub-20)


Seleção Sergipana (sub-20)


Quarteto de arbitragem paulista com o árbitro Leonardo Ferreira Lima, as assistentes Fabrini Bevilaqua Costa e Patricia Carla de Oliveira e a quarta árbitra Katiucia da Mota Lima

Tinha visto a gloriosa seleção paulista apenas uma vez in loco, só que num jogo de veteranos e sem o uniforme oficial. Mesmo com algumas falhas - a meia clássica é vermelha e há listras também nas mangas - foi genial finalmente ver o belo uniforme em campo. Destaque também para a bela camisa dos sergipanos.

Acho que era natural pensar que os paulistas eram favoritos ao triunfo, então fui acompanhar o ataque local durante os 90 minutos. Os visitantes, contando com mais da metade dos atletas do CS Sergipe, não mostraram um futebol vistoso, mas pelo menos se seguraram bem na defesa. Não foi fácil pro selecionado bandeirante furar o bloqueio defensivo.

Nos primeiros 20 minutos o goleiro Ismael foi bem quando acionado e evitou o gol paulista com duas grandes defesas. Somente aos 31 minutos o time da casa chegou ao seu gol. Rodrigo Farofa, atacante do Novorizontino, recebeu bom passe em profundidade, entrou na área e tocou na saída do camisa 1.


Lance de ataque paulista na intermediária sergipana


Chegada de São Paulo pelo alto


Bom ataque local pela direita em chute que levou perigo à meta do goleiro Ismael


Rodrigo Farofa se prepara para chutar e abrir o marcador no Laudo Natel

Já no segundo tempo o Sergipe voltou mais disposto, mais arrumado e botou as manguinhas de fora. Os nordestinos equilibraram as ações e passaram a incomodar o setor defensivo do onze local. São Paulo mostrou bastante falta de entrosamento, algo natural com tão pouco tempo de preparação, e muitos erros de passes.

Foi Ismael, o goleiro que tinha salvado a pátria verde e amarela no primeiro tempo, quem deu uma forcinha aos paulistas. Aos 25 minutos a bola foi cruzada da esquerda e ele saiu errado do gol. Marlon Ribas, atleta do Desportivo Brasil, se aproveitou e tocou de cabeça, ampliando a vantagem local.

Esse segundo tento matou qualquer chance de sucesso visitante e nos minutos restantes a seleção paulista perdeu um rol de oportunidades de todos os tipos e cores, a maior parte delas com o autor do segundo gol. Por sorte, quando o árbitro encerrou a peleja elas não fizeram falta.



Início do ataque que originou o segundo gol paulista e a cabeçada de Marlon Ribas que deu números finais à partida


Marlon Ribas, ele de novo, com a chance do terceiro gol local

O placar final de São Paulo 2-0 Sergipe colocou a seleção bandeirante na liderança do Grupo 1 com três pontos ganhos e obrigou a seleção sergipana a vencer o jogo de sexta-feira, contra a seleção maranhense, para se manter viva no certame. Aliás, como não poderia ser diferente o duelo nordestino foi o ponto alto da primeira fase dessa chave.

Fiz o caminho de volta para a capital paulista no mesmo esquema táxi-ônibus ainda mais rápido do que a ida. Definitivamente a história de que "o CT de Cotia é difícil de chegar" virou coisa do passado.

Até a próxima!

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