Texto e fotos: Fernando Martinez
Para fechar e coroar minha presença na disputa do Grupo 1 da Copa de Seleções Estaduais sub-20, fui pela terceira vez em cinco dias até o Estádio Laudo Natel em Cotia ver a decisão da chave entre a seleção maranhense e a seleção paulista. Os donos da casa jogavam pelo empate, enquanto os nordestinos precisavam vencer.
O caminho de ida, só pra variar, foi de boa e cheguei no CT do São Paulo super cedo, antes mesmo dos times se aquecerem. Quando os paulistas foram a campo, notei que a meia deles era amarela. Achei estranho, já que a seleção nunca teve nenhum detalhe dessa cor na sua história. "Talvez seja algum tipo de uniforme de treino e eles troquem na hora do jogo", pensei.
É, eu estava enganado. Na hora em que vi o pessoal indo em definitivo pro gramado fiquei chocado. Uma horrenda camisa amarela, calção preto e a já vista meia amarela. Uma combinação que nada tem a ver com a bandeira do estado e que (provavelmente) nunca foi utilizada na história. Milton Haddad, do alto de seus 60 aninhos de futebol, quase foi embora do Laudo Natel, ofendido com tal afronta.
Podem me chamar de purista, o que for, mas já que é pra jogar, que façam direito. Uma seleção que carrega tanta história não pode jogar com uma combinação de cores que não tem nada a ver com a realidade. Como o estrago já estava feito, não me restava outra opção a não ser desencanar disso e curtir os 90 minutos.
Seleção Maranhão (sub-20)
Seleção São Paulo (sub-20) com a horrível combinação de cores do uniforme
Capitães das seleções e quarteto de arbitragem paulista composto pelo árbitro Márcio Henrique de Gois, assistentes Fabrício Porfírio de Moura e Marcela de Almeida Silva e a quarta árbitra Adeli Mara Monteiro
Como disse lá no alto, Maranhão precisava derrotar os paulistas para figurarem entre os oito melhores da competição. Apesar do favoritismo natural, São Paulo teve enormes dificuldades de se impor e foi superior apenas em alguns momentos da partida. Vimos certo equilíbrio e poucas emoções de fato.
Os locais tiveram mais posse de bola e chegaram perto da meta maranhense algumas vezes. Aos 21 minutos São Paulo ficou com um atleta a menos com a expulsão do camisa 8. Quando pensamos que Maranhão poderia surpreender, foi a vez deles ficarem com dez em campo aos 33 minutos. No lance seguinte, a melhor oportunidade do tempo inicial em cobrança de falta local e boa defesa do goleiro Taboca.
O primeiro tempo terminou com o 0x0 no placar e no segundo o panorama não foi muito diferente. Maranhão sabia que precisava se acertar no ataque e São Paulo não estava numa tarde muito inspirada. A peleja foi seguindo assim e somente melhorou nos minutos finais.
Os locais tiveram uma bola na trave num belo chute pela esquerda e, vendo a vaga ir embora, os maranhenses partiram com tudo no crepúsculo do jogo. Aos 43 o goleiro da casa mandou um golpe de vista horroroso e viu a bola bater na trave num chute de fora da área. Nos acréscimos, os visitantes tiveram uma oportunidade absurda num lance onde a pelota ficou dançando na pequena área e ninguém apareceu para completar.
Detalhe da pelota se escondendo do camisa 9 bandeirante
São Paulo atacou mais, quase sempre pelo lado esquerdo do campo, como dá para se perceber nessas imagens
Grande chance local em cobrança de falta no tempo final
Dupla marcação maranhense dando resultado
O resultado final de Maranhão 0-0 São Paulo classificou a seleção paulista, no sufoco, pra segunda fase. O adversário do onze bandeirante será a seleção goiana em confronto que acontece no próximo final de semana. Mesmo desclassificada, a seleção maranhense mostrou bastante qualidade e merece os parabéns pelas duas apresentações.
Foi isso. Se o cronograma, as finanças e o ânimo permitirem a ideia é se fazer presente para ver Goiás, o time 666, entrar na Lista. Bora fazer aquela velha corrente pra frente...
Até a próxima!
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