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quinta-feira, 16 de março de 2017

Vacilo nacionalino e virada atibaiense na Comendador Souza

Texto e fotos: Fernando Martinez


Teve futebol em dobro na quarta-feira por aqui, indo do oito ao oitenta em questão de poucas horas. A cansativa jornada começou com uma nova sessão vespertina no Estádio Nicolau Alayon, a quinta em 2017, na 11ª rodada da fase inicial do Campeonato Paulista da Série A3. Em campo, Nacional e Atibaia, dois recentes rivais das últimas divisões do estado.

Começando por essa peleja, o time ferroviário tinha quatro dos próximos cinco jogos dentro de casa. Para quem quer estar entre os oito melhores times da competição ao final da primeira fase, é fato que esses doze pontos disputados na Comendador Souza podem garantir a aguardada passagem para as quartas-de-final.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Sport Club Atibaia - Atibaia/SP


Capitães dos times junto ao árbitro Rodrigo Santos, os assistentes William Trufelli Malaquias e Ítalo Magno Andrade e o quarto árbitro Cesar Rodrigo Deolindo

Já o Atibaia faz uma campanha um tanto quanto irregular que melhorou consideravelmente no último mês. A primeira vitória só aconteceu na quinta rodada - 2x0 contra o Olímpia, em jogo que teve cobertura do blog - só que nos últimos seis compromissos somou quatro triunfos e apenas duas derrotas. Pensando primeiro em se afastar da zona de rebaixamento, um pontinho na Comendador Souza já seria bastante comemorado.

Na chegada ao estádio tive um papo rápido com o amigo Miguel, uma das maiores autoridades quando falamos de Nacional Atlético Clube. Ele me informou que o veterano goleiro Carlão não ficaria nem no banco, já que Felipe Lacerda se recuperou de lesão e voltou a defender a meta ferroviária.

No segundo semestre de 2016 o arqueiro já tinha encerrado a carreira, mas voltou ao gol esse ano justamente por conta da lesão de Felipe, e ao que tudo indica e até segunda ordem (até porquê ele está inscrito normalmente na A3) agora o adeus é definitivo. O jogador merece todos os parabéns por ter atuado de forma tão marcante com a camisa do NAC em 2005 e de 2012 até o empate contra a Briosa no último sábado.

O sol não deu as caras durante toda a tarde e tivemos uma temperatura agradável para ver e, principalmente, para os atletas se apresentarem em campo. O Atibaia iniciou os trabalhos jogando melhor, mas por volta dos dez minutos o Nacional tomou as rédeas da partida e não soltou mais até o final do tempo inicial.

Aos 20 minutos os locais abriram o marcador. Jobson chutou de longe e o goleiro Gustavo bateu roupa. Na tentativa de tirar a pelota dos pés de Emerson Mi, ele tocou para Léo Castro. O camisa 11 só teve o trabalho de empurrar pro fundo das redes.

Pouco tempo depois o arqueiro atibaiense se redimiu. Jobson o viu fora da meta e arriscou do meio de campo. No desespero, Gustavo conseguiu fazer uma belíssima e milagrosa defesa, mandando a bola pela linha de fundo. Até o apito final o Naça foi melhor e poderia ter ido para os vestiários com uma vantagem maior no marcador.


Falta de longe a favor do Atibaia no começo da partida


Negueba sofrendo dura marcação pela esquerda do ataque nacionalino


Caio Mendes cruzando dentro da área laranja

É, só que no segundo tempo tudo mudou. Nem bem a peleja tinha sido reiniciada e o time laranja deixou tudo igual. Gilsinho cobrou falta pela esquerda e a bola percorreu toda a área, passou entre as pernas de Felipe e parou no fundo do gol. Tudo igual na Comendador aos dois minutos.

O empate deixou o jogo mais equilibrado, mais dramático, mais aberto e com mais oportunidades de gols. Os visitantes zanzavam perigosamente próximos da área local e isso preocupava muito todo o setor defensivo. O Nacional também teve seus (vários) momentos, e num ataque pela direita aos 25 minutos, aconteceu um lance bastante polêmico quando Negueba foi derrubado dentro da área e o árbitro nada marcou. Na minha visão, pênalti claro.

Aos 28 Gilsinho recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso, deixando o Falcão com um jogador a menos. Faltando vinte minutos de partida, essa era a oportunidade que o Nacional precisava para tentar a vitória com ainda mais afinco. As chances até existiram, porém Gustavo impediu que o onze ferroviário passasse de novo à frente do placar com pelo menos três grandes defesas.

A torcida já lamentava o empate quando o árbitro deu cinco minutos de acréscimo. O Atibaia estava encolhido na defesa esperando contabilizar mais um ponto quando tentou um último ataque. A bola foi levantada na área e Felipe Lacerda resolveu interceptar o cruzamento com um soco. Ao invés da pelota subir, ela desceu, no meio do caminho encontrou a barriga do camisa 6 Jeferson e terminou a jogada mansamente no fundo das redes. Um gol contra bizarro que deu a vitória pro time visitante.


No segundo tempo o Nacional atacou bastante, principalmente pela direita


Lance no meio de campo quando o placar ainda mostrava empate por um gol


Outra investida do time ferroviário pela direita

O placar de Nacional 1-2 Atibaia derrubou o time da Água Branca para a sétima posição na tábua de classificação, apenas um ponto acima no nono colocado. O Naça venceu somente um dos últimos seis compromissos e precisa voltar a mostrar o bom futebol das primeiras rodadas o quanto antes. Já o Falcão se manteve fora da zona de rebaixamento agora com 16 pontos na 14ª posição.

Antes de sair do estádio deu tempo de ver uma surreal briga entre um fiscal da FPF e um gandula, algo inédito em tantos anos de estrada. Quando a poeira baixou, segui a pé da Comendador Souza até o Allianz Parque, casa alviverde e que não fica longe dali, junto com o amigo Bruno Ulivieri. Teve sessão noturna de futebol com time novo na Lista e aquela sensação de "o quê eu estou fazendo aqui?" quando vou num jogo grande.

Até lá!

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