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segunda-feira, 13 de março de 2017

81 anos de história com Briosa x Nacional no Ulrico Mursa

Texto e fotos: Fernando Martinez


No último sábado a caravana do Projeto 40 desceu a serra e fez uma parada na cidade de Santos. Na pauta, o clássico duelo entre a Portuguesa local, time 32 do álbum, e o Nacional no tradicionalíssimo Estádio Ulrico Mursa. A peleja foi válida pela décima rodada da fase inicial do Campeonato Paulista da Série A3.

Esse jogo foi um prato cheio para quem curte história do futebol paulista. Apesar de times mais antigos participarem da A3 2017, o rubro-verde santista é o adversário mais antigo que o Nacional tem no certame, já que o primeiro confronto entre os dois aconteceu no distante 21 de março de 1936 e teve vitória da Portuguesa por 5x2. Foi o quinto compromisso do onze ferroviário na primeira divisão estadual e também foi realizado no campo da Rua Pinheiro Machado.

Quase 81 anos depois a Portuguesa se tornou o adversário que o Nacional mais enfrentou através dos tempos. Até a partida do sábado, os dois haviam jogado por 119 vezes entre amistosos, torneios menores organizados pela FPF, copas e pelas quatro primeiras divisões do estadual. O retrospecto geral é de 48 vitórias rubro-verdes, 41 empates e 30 triunfos nacionalinos, o último deles num amistoso em 1996 e o último fora de casa em 1980 (!).


Associação Atlética Portuguesa - Santos/SP


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Trio de arbitragem com o árbitro Rodrigo Batista da Silva e os assistentes Orlando Coelho Junior e Fernando Afonso de Melo posando para a foto oficial junto com os capitães dos times

Assim como aconteceu na quarta-feira, a minha chegada no estádio aconteceu na base da emoção. O ônibus saiu do Terminal Jabaquara com atraso e isso quase me fez perder as fotos posadas. Entrei em campo exatamente junto com times e captei as imagens na correria, comemorando o fato de tudo der dado certo. Por sorte também não estava sol, e mesmo com o tempo muito abafado, só o fato do astro-rei não ter dado as caras já ajudou bastante.

Antes desse encontro o Nacional estava em quarto lugar na tábua de classificação e a Briosa em 11º. Curioso é que a Portuguesa estava um ponto atrás do G8 e um ponto à frente da zona de rebaixamento. Sem nenhum enorme destaque até aqui no torneio, mais do que nunca podemos dizer que qualquer ponto perdido fará enorme diferença ao final da primeira fase.

O 120º jogo entre as duas equipes foi muito bom e acima da média. O onze local começou com tudo e nos primeiros minutos teve duas boas oportunidades para inaugurar o placar. Só que o Nacional não deu sopa pro azar e no seu primeiro ataque, isso aos sete minutos, fez o primeiro com Murilo aproveitando rebote do goleiro Thyago.

Três minutos depois, a Briosa quase sofre o segundo. Os locais acordaram e nos quinze minutos seguintes a pressão rubro-verde foi absurda. A enorme blitz deu resultado quando Washington deixou tudo igual aos 24 depois de troca de passes dentro da área.

Com a igualdade a partida ficou mais concentrada no meio de campo, mas mesmo assim ainda teve chance de gol para os dois lados. No último lance do tempo inicial, quando parecia que os times seguiriam aos vestiários com o 1x1 estampado no placar, o Nacional fez o segundo gol numa jogada de todo o setor ofensivo que terminou com o chute de Léo Castro no canto esquerdo.


Zaga do Nacional afastando o perigo


Boa chegada aérea da Briosa atrás do empate



Carlão, camisa 3 da Portuguesa, tocando de calcanhar no começo da jogada do gol de empate e a comemoração de Washington

No intervalo fui até as cabines bater um plá com o amigo Victor de Andrade, o Curioso do Futebol, e acabou rolando uma entrevista na transmissão da Rádio RDG Esportes. Ia ficar por ali para assistir o segundo tempo, porem resolvi retornar ao gramado pois o calor nas cabines era extremo.

O técnico Marcelo Fernandes arrumou a casa e a Portuguesa voltou a campo muito melhor. O Nacional não conseguiu jogar e numa saída errada de bola aos nove minutos, teve novo empate em Pinheiro Machado. Kim cruzou da direita e Iran, livre de marcação, apareceu na pequena área e deixou tudo igual.

Tirando um ou outro contra-ataque, o onze ferroviário pouco fez e viu os rubro-verdes chegarem muito perto da virada. Ricardinho quase anotou o terceiro aos 28 numa bola que bateu na trave. Cinco minutos depois Carlão, zagueiro da Briosa, chutou mais uma vez no poste de Carlão, goleiro do Nacional. Antes do apito final Fernando e Kim também desperdiçaram ótimas oportunidades.


O Nacional atacando pela direita no começo do tempo final


Negueba, camisa 9 do Nacional, e Carlão, 3 da Briosa, em jogada na intermediária


Zaga rubro-verde mostrando serviço


Carlão fazendo boa defesa em um dos vários ataques locais no segundo tempo

Por tudo o que aconteceu no segundo tempo, o placar final de Portuguesa Santista 2-2 Nacional ficou de bom tamanho para o clube da Água Branca. Mesmo sem quebrar o longo jejum de vitórias, um pontinho conquistado fora de casa sempre cai bem. O Naça agora é quinto colocado com 18 pontos enquanto a equipe da baixada está em 12º com 14.

Para completar o sábado ainda fiz uma merecida boquinha na saída do Ulrico Mursa antes de pegar a estrada com destino à capital paulista. Tinha peleja programada pro domingo... tinha, pois acabei desencanando por completo graças ao forte calor e de uma preguiça inesperada de última hora. Futebol de novo agora só na quarta-feira.

Até lá!

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