Texto e fotos: Fernando Martinez
A tarde de quarta-feira reservou uma ótima sessão "vagabundos da bola" com o Campeonato Paulista sub-23 da Segunda Divisão na pauta. Fui ao Estádio Nicolau Alayon curtir o raro encontro entre Nacional e América de São José do Rio Preto, o time #2 da minha Lista e que eu não via na região desde 2014. Confronto de times que não venceram na primeira rodada do Grupo 11.
Derrotado em Araras pelo União São João no domingo, o onze ferroviário tinha que vencer. Empate ou derrota seriam resultados péssimos pensando na classificação para o novo torneio que a FPF vai criar em 2024. Seria uma tragédia o Naça disputar o quinto nível estadual na próxima temporada. O América também não podia vacilar e vinha de empate com o Flamengo de Guarulhos dentro de casa.
Nacional AC - São Paulo/SP
América FC - São José do Rio Preto/SP
Capitãs com o quarteto de arbitragem de responsa no Alayon: o árbitro Thiago Luis Scarascati, os assistentes Daniel Luis Marques e Amanda Pinto Matias e o quarto árbitro Flávio Roberto Mineiro Ribeiro
Apesar da tradição, Nacional e América só jogaram 10 partidas na história. Foram jogos de ida e volta nos Paulistas de 1958 e 1959, no Paulistinha de 1974, na Copa Bandeirantes de 1994 e na Série A2 de 2001. O retrospecto era de quatro triunfos nacionalistas, três empates e três do alvirrubro. O último duelo aconteceu no dia 2 de junho de 2001. Naquele sábado à tarde, os paulistanos derrotaram os visitantes por 3 a 2 com a minha presença entre os pagantes.
Contei com a companhia do quinteto Milton, Nilton, Mário, Caio e Sérgio, este abrilhantando o confronto com a sua presença em horário incomum. O Nacional atacou do lado direito da Comendador Souza nos primeiros 45 minutos e lá fomos acompanhar os avantes do escrete local. No início não teve tanta emoção. O América se defendia bem, se arriscava pouco no campo ofensivo e os ferroviários tentavam pelas laterais com pouca efetividade.
O Nacional aos poucos foi adquirindo um certo domínio e o bom momento foi premiado com o gol aos 25 minutos. Os donos da casa retomaram a posse no meio-campo e John foi lançado. Ele tirou de um defensor, avançou e tocou com muito estilo no canto direito de Heitor. Apesar do 1 a 0 contra, a equipe americana chegou com perigo somente em uma bomba de longe que passou perto da meta.
Aos 46 os paulistanos ampliaram a vantagem em um lance sem muita pretensão. Faltando poucos segundos para terminar a etapa inicial, a bola foi chutada a esmo por um dos zagueiros até o campo ofensivo. John matou na esquerda, driblou Carlos Miguel e viu o espaço. O camisa 9 acertou um belíssimo tiro no ângulo esquerdo do goleiro visitante. Uma pintura que deixou o Naça mais sossegado em campo.
Nicollas cobrando escanteio pela direita do ataque local
No primeiro tempo o Nacional foi melhor do que o América e criou as melhores chances
Heitor olhando a bola entrar no ângulo esquerdo no segundo gol nacionalista, marcado por John
No segundo tempo o América voltou com três alterações, só que ficou com um a menos logo aos dois minutos com a expulsão de Rhyann. Era tudo o que o Nacional queria: vantagem boa no marcador e em número de atletas. Mas como as coisas no Alayon não seguem a mesma lógica de outros lugares, tudo desapareceu minutos depois. Leonardo cometeu uma falta absurda no meio-campo em cima de Coutinho e levou o vermelho direto. O bisonho lance acordou o alvirrubro.
Aos 17 Yan, no meio de dois zagueiros, completou de cabeça um cruzamento da esquerda, diminuiu o placar e recolocou de vez o América na partida. O Nacional passava perrengue na defesa, porém nos contra-ataques chegou perto de fazer o terceiro em duas finalizações que tiveram boa defesa de Heitor. Até o último minuto teve emoção, sufoco e muita bola cruzada dentro da área local. Felizmente para os mandantes, a reação americana ficou na vontade.
No tempo final o Nacional vacilou e o América chegou muito perto de deixar tudo igual. O triunfo paulistano foi obtido na raça
Detalhe da faixa da fiel torcida americana marcando presença na capital paulista
O Nacional 2-1 América foi o resultado esperado pela torcida paulistana em busca da classificação e a presença na Segunda Divisão "A" em 2024. Ganhar os pontos em casa é fundamental. No sábado o escrete ferroviário vai receber o lanterna Flamengo, que perdeu do União São João por 3 a 0 em Guarulhos. Um novo triunfo deixaria o time em boa situação, porém certamente será um jogo absolutamente complicado.
Saí correndo após o apito final pois precisava pegar o ônibus até 17h10 caso quisesse economizar a passagem de volta. Ele passou rápido e passei pela catraca às 17h07. Em tempos de vacas magras e muito perrengue, alegria é ir e voltar usando a mesma passagem do bilhete único. É, a coisa não está fácil...
Até a próxima!
Ficha Técnica: Nacional 2-1 América
Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Thiago Luis Scarascati; Público: 199 pagantes; Renda: R$ 2.570,00; Cartões amarelos: Nicollas, Rodrigo Mello, Fabão, Diogo Bolt, João Victor; Cartões vermelhos: Rhyann 2 e Leonardo 11 do 2º; Gols: John 25 e 46 do 1º, Yan 17 do 2º.
Nacional: Maurício; Leonardo, Luís Henrique, Alê (Gabriel) e Fabão; Diogo Bolt, Vitinho (Vinícius), Digão e Andrei (Rodrigo Mello) (Bahia); John e Nicollas (Lucas). Técnico: Jaílson Pita.
América: Heitor; Carlos Miguel (Yan), João Victor, Rhyann e Iago; Tabata (Afonso), Alex (Lucas), Manoel e Gaúcho (Denilso); Coutinho e Ramon (Yan). Técnico: Márcio Ribeiro.
Um absurdo criarem mais uma divisao. Era melhor uma unica divisão de acesso com grupos regionalizados
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