Texto e fotos: Fernando Martinez
Fez muito frio na terça-feira e tinha previsão de chuva a qualquer momento. Mesmo assim fui até a cidade de Mauá acompanhar o início da penúltima rodada da segunda fase do Campeonato Paulista sub-23 da Segunda Divisão. No Estádio Pedro Benedetti, o Mauaense tinha que vencer o União Barbarense e se perdesse iria permanecer na última divisão em 2024.
O Grupo 9 tinha o XV de Jaú líder isolado e já classificado para a terceira fase com 10 pontos. O Tanabi somava cinco, o União quatro e o Grêmio apenas dois. A Locomotiva tinha que fazer valer o fator casa pensando em manter a chance de vaga. O lance é que se dependesse da história, a batalha seria ainda mais difícil.
O retrospecto era totalmente favorável ao escrete visitante. Eles tinham se enfrentado em 10 oportunidades, com oito vitórias do União, um empate e somente uma do Grêmio (2 a 0 no primeiro compromisso em abril de 1989). A equipe da Grande São Paulo estava sem vencer e sem marcar há 34 anos. Na terça jogou contra a própria história.
GE Mauaense - Mauá/SP
União A Barbarense FC - Santa Bárbara D'Oeste/SP
O capitão do Mauaense, do União, o árbitro José Cláudio Rocha Filho, os assistentes Leandro Fernandes Rodrigues e Diogo Cruz Freire e o quarto árbitro Ricardo Bittencourt da Silva
O sumido Pucci, operário-padrão do mês de junho, esteve comigo na jornada e enfrentou a baixa temperatura pois queria voltar a um estádio depois de semanas. Acabou que ele deu sorte, pois, assim como em todas as coberturas na atual etapa do torneio, a peleja foi boa.
O União Barbarense começou melhor, só que foi uma pressão sem chances claras. Aos 16, o primeiro grande momento em falta de Vitinho e boa defesa de Matheus. O arqueiro local foi bem novamente na sequência em cabeçada de Luan. O Mauaense estava bem postado e se segurava com relativa facilidade. Aos poucos passaram a se aventurar no ataque.
Com a partida controlada, o Grêmio abriu o marcador aos 41 minutos. A zaga visitante não conseguiu afastar a bola em cobrança de escanteio e Igor Clerc, na direita, chutou cruzado. O goleiro Ivo deu rebote e Matheus Soldado completou. O primeiro tabu do dia tinha sido quebrado, agora faltava o outro.
Sob muito frio em Mauá, Mauaense e União Barbarense fizeram um bom jogo
Na etapa final começou a garoar forte e eu fiquei na cabine próxima aos vestiários. Não estava a fim de me molhar com uma temperatura tão baixa. Junto com a diretoria do Grêmio, vi o União retornar ao gramado querendo o empate, porém os atletas estavam bem nervosos. Pintou discussão entre os jogadores mais de uma vez e eles não acertaram muita coisa.
O Mauaense, jogando sem sustos, ampliou a vantagem aos 22 em uma belíssima jogada que envolveu todo o ataque e terminou com a finalização de Luiz Phillipe no canto. Ivo tocou na bola e não teve sucesso na tentativa de evitar o tento. O gol tranquilizou de vez os locais e deixou o União ainda mais nervoso. Sem cabeça, o Leão da 13 poderia ter sofrido o terceiro aos 44 em cobrança de pênalti. Luiz Mena mandou a pelota no vestiário da arbitragem em uma batida bisonha.
O Mauaense se aproveitou de erros do União, jogou bem e se manteve com chances na Segundona
Após a derrota, o pessoal do União, muito nervoso, foi para cima de integrantes da comissão do Mauaense perto dos vestiários. A polícia teve trabalho
No fim, o Mauaense 2-0 União Barbarense quebrou o longo tabu de 34 anos e manteve as chances da Locomotiva alcançar a terceira fase da Segundona. Com a derrota do Tanabi, o time chega na última rodada na vice-liderança da chave, mas terá a difícil missão de enfrentar o XV em Jaú. Será o principal compromisso da equipe em muitos anos.
Após o apito final encontrei o Mário e o ex-lateral do Flamengo Maurinho. Os dois estavam na comissão técnica do Bragantino no vice da A2 de 2007. Eu e o Pucci pegamos uma carona até o Terminal Tietê. Foi uma hora de trajeto ouvindo histórias geniais do ex-atleta. No dia seguinte retornei à Mauá em outro duelo da última divisão, desta vez com final infeliz para os donos da casa.
Até lá!
Ficha Técnica: Mauaense 2-0 União Barbarense
Local: Estádio Pedro Benedetti (Mauá); Árbitro: José Cláudio Rocha Filho; Público: 55 pagantes; Renda: R$ 510,00; Cartões amarelos: Luiz Philipe, Vitinho (Mau), Felipe, Caio Mateus, Vitão, Leyton, Ivo Ricardo; Gols: Matheus Soldado 41 do 1º, Luiz Philipe 22 do 2º.
Mauaense: Matheus; Luiz Mena, Vidoto (Wenderson), Gean e Igor Clerc (Guilherme); Gabriel Mury (Digão), Vitinho (Samarone), Lucas Ribeiro e João Jesley; Matheus Soldado e Luiz Philipe (Matheus Tayde). Técnico: Fernando Silva.
União Barbarense: Ivo Ricardo; Espanhol, Vitão, João Victor e Felipe (Gabriel Sales); Marcelo Campos (Edgar), Leyton (Lucas Alves), Ramon e Vitinho (Marcelo Filho); Luan (Franklin) e Caio Mateus. Técnico: João Vallim.
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