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terça-feira, 29 de outubro de 2019

Jogos Perdidos e a histórica cobertura da Copa do Mundo sub-17

Texto e fotos: Fernando Martinez



Quem é próximo sabe como a Copa do Mundo de 2014 me afetou. Depois de viver intensamente as duas semanas mais geniais da minha vida decidi que aquele não seria meu último/único mundial. Como a Rússia 2018 estava fora de cogitação, resolvi acompanhar a Copa do Mundo sub-17 no Chile em 2015 lembrando do velho ditado "quem não tem cão, caça com gato". Visitei quatro das sete sedes e vi um total de 14 seleções.

Em 2016 teve Olimpíada, outra competição com seleção de tudo que é canto, e em 2017 eu fali por completo. Em março de 2018 estava no fundo do poço quando o Peru foi escolhido como sede do mundial sub-17 de 2019. Era meio absurdo pensar em acompanhar in loco a competição pela segunda vez, só que lá no fundo eu tinha a esperança que tudo iria melhorar e assim eu conseguiria ver duas ou três rodadas em terras peruanas.

Em fevereiro deste ano, quando os planos da viagem eram mais palpáveis, uma surpresa: a FIFA tirou a Copa do Peru por conta de problemas nas instalações e na infra-estrutura. A entidade então entrou em contato com a CBF querendo saber se o Brasil poderia receber o mundial aproveitando todo o aparato da Copa América. Após alguns dias, com a positiva da confederação, foi decidido que a 18ª edição da Copa do Mundo sub-17 seria em solo tupiniquim.

Se eu já cogitava ir até o Peru, sendo aqui no Brasil eu tinha que dar um jeito de qualquer forma. Mesmo sem saber quais seriam as sedes, já comecei a preparar o espírito e o bolso. Goiânia, Brasília e Vitória foram escolhidas como as três cidades-sede. Nada absurdo e ainda por cima eu tinha a chance de ir em dois estados que nunca tinha ido. Quando a tabela saiu começou aquela análise marota pensando em armar um cronograma bem recheado.

Foram alguns dias de análise até que descobri um lance genial: havia uma única combinação na qual daria para visitar todas as sedes, todos os estádios e também ver um jogo de cada uma das 24 seleções. Algo raro e absolutamente espetacular. Foram meses para organizar as viagens de avião, ônibus, as reservas em hotéis e todo o planejamento logístico, tudo pensando numa cobertura simplesmente histórica para mim e consequentemente para o JP.

Uma etapa importante na programação era a compra dos ingressos. Logo no primeiro dia já garanti os meus, todos por um valor justo. Com eles garantidos, a história ficou ainda mais legal. Contando com a ajuda do amigo Luciano Claudino, resolvi como quem não quer nada solicitar o credenciamento de imprensa. Não tinha muita esperança, até que em agosto recebi um e-mail com uma resposta positiva da FIFA.

A alegria foi enorme em saber que teria a oportunidade de ver os jogos que quisesse bem de perto, como faço desde sempre aqui no Jogos Perdidos. Depois de anos cobrindo Segundona, campeonatos de base, divisões de acesso em geral, eu teria pela primeira vez a chance de cobrir uma Copa do Mundo - sub-17, mas vale da mesma forma - de dentro do campo. Pensando na minha situação exatamente de dois anos atrás, foi um momento emblemático que será lembrado para sempre.

Dito tudo isso, foi até fácil segurar a ansiedade e esperar o 26 de outubro de 2019. Nem pensei muito no que estava prestes a acontecer até poucos dias antes da Magical Mystery Tour chegar. A partir do próximo post, falarei sobre tudo o que rolou na viagem, dentro e fora de campo. Foram seis dias inesquecíveis.

Até lá!

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