Texto e fotos: Fernando Martinez
Na quarta-feira pintou folga e com isso marquei presença na última sessão futebolística antes do início da Copa do Mundo. Em duelo antecipado da primeira rodada do returno do Grupo 2 do Campeonato Brasileiro Feminino, a Portuguesa, flertando perigosamente com o desastre, recebeu o Flamengo no Estádio Oswaldo Teixeira Duarte. Mais uma vez, um público diminuto assistiu o confronto: por volta de 25 almas.
Na semana passada o Fla recebeu a Lusa e meteu 6x0 jogando no Rio de Janeiro. Por conta de tudo que vem acontecendo com as meninas rubro-verdes tanto no nacional quando no estadual, nada indicava que elas seriam capazes de surpreender, muito pelo contrário. O rubro-negro, que certamente será um dos quatro classificados da chave, era favoritaço mesmo atuando fora de casa.
Associação Portuguesa de Desportos (feminino) - São Paulo/SP
Clube de Regatas do Flamengo (feminino) - Rio de Janeiro/RJ
O quarteto de arbitragem paulista com a árbitra Fernanda Ignacio de Souza, as assistentes Fabrini Bevilaqua Costa e Leandra Aires Cossette e a quarta árbitra Adeli Mara Monteiro junto com as duas capitãs
Sob uma temperatura agradabilíssima de final de outono vimos uma peleja aonde tudo que esperávamos se concretizou desde os primeiros movimentos. Nem bem o relógio chegou ao primeiro minuto e o Fla quase abriu o placar num chute de longe em que Fabi, camisa 1 local, fez ótima defesa. As visitantes estavam inspiradas e ocuparam o campo de defesa local sem a menor cerimônia.
Demorou para o placar ser inaugurado, mas quando isso aconteceu as meninas do Rio emendaram três tentos num período de quatro minutos. O primeiro saiu aos 23 dos pés de Bárbara, chutando no canto depois de receber bom passe vindo da direita. Aos 25, as visitantes tiveram escanteio pela esquerda. A zaga falhou, a goleira saiu mal e Flávia fez de cabeça. Dois minutos depois, Ju da entrada da área do canto direito de Fabi. Ela ainda tocou na bola, porém não impediu o gol.
Ainda meio grogue com os três golpes seguidos do adversário, aos 30 minutos a Portuguesa criou seu único bom momento em toda a partida em tiro de longe que tocou na trave. O Fla recolocou a ordem no marcador aos 36 com o quarto gol, o primeiro da camisa 27 Danyelle. A pelota sobrou na direita e a atleta emendou um bonito chute na saída da arqueira lusitana. Na boa e sem sustos, o Urubu já tinha conquistado o triunfo com muita antecedência.
Atleta lusitana se esticando toda para fazer o domínio
As meninas do Flamengo levaram enorme perigo para a zaga rubro-verde, várias vezes em lances pelo alto
Detalhe do quarto gol da tarde, marcado pela camisa 27 Danyelle
Assim como vimos o Santos fazer no Canindé no jogo do Brasileiro realizado em 31 de maio, o Flamengo abusou do direito de perder gols no tempo final. Já sabendo que a vitória estava garantida, as avantes mostraram displicência em muitos momentos. Quando não, Fabi foi bastante acionada, como em dois bons ataques aos cinco e aos oito minutos.
Aos 12, Larissa apareceu livre, driblou a goleira e, com o gol aberto, chutou pra fora. Dois minutos depois Danyelle marcou um golaço. A bola foi levantada da direita e a camisa 27 matou e chutou milimetricamente no canto direito. Aos 22 ela chegou ao hat trick num bonito gol de cabeça, o sexto das visitantes. Quase vimos o sétimo aos 30, mas Fabi fez um pequeno milagre em tiro à queima-roupa.
Defensora da Portuguesa tentando o desarme dentro da área
Detalhe do sexto gol flamenguista, marcado por Danyelle, a artilheira da tarde com três tentos
Troca de passes no campo de ataque carioca
Mesmo criando mais oportunidades, o placar da semana passada se repetiu: Portuguesa 0-6 Flamengo. Como disse no começo do texto, é fato que as rubro-negras irão se classificar, assim como é certeza que a Lusa vai ter que suar sangue na luta contra o rebaixamento. A equipe terá mais seis compromissos, um deles uma decisão contra o Vitória/PE, para tentar não ir parar na segundona em 2019. Não será nada fácil.
Após o apito final, e durante o caminho até o QG na capital paulista, o pensamento passou a ser um só: Copa do Mundo. Em menos de 24 horas o campeonato mais genial do planeta iria começar e estava prestes a viver 24 horas por dia o torneio. Terei apenas dois momentos off-mundial, um já na sexta-feira.
Até lá!
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