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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O triste final de temporada do Nacional

Texto e fotos: Fernando Martinez


No sábado passado chegou ao fim a primeira fase da Copa Paulista e fui ao Estádio Nicolau Alayon para ver de perto a melancólica despedida do Nacional da competição. Jogando contra o Atibaia, o onze alviceleste queria tentar apagar um pouco a péssima impressão deixada durante o pífio segundo turno. Da minha parte, foi a 36ª peleja do time em casa que acompanhei, chegando a uma marca de dois anos e duas temporadas completas.

No turno final do Grupo 4 foram cinco jogos disputados pelo alviceleste e apenas um ponto ganho: um empate contra o Taboão da Serra, dono da pior campanha do certame, e quatro derrotas, todas com apresentações sem inspiração, com pouca vontade e com um futebol terrivelmente abaixo da média. Para uma equipe que terminou o primeiro turno na vice-liderança do Grupo 4, a performance vergonhosa deixou várias perguntas e nenhuma resposta.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Sport Club Atibaia - Atibaia/SP


Capitães dos times junto com o árbitro Cesar Luiz de Oliveira, os assistentes Leandra Aires Cossette e Guilherme Holanda Moura Lima e o quarto árbitro João Marcos Giovanelli 

A Comendador Sousa estava com um público abaixo do normal, algo natural em se pensando em tudo que (não) aconteceu nas rodadas anteriores. O sol estava forte e confesso que não esperava muita coisa. Jogando com uma equipe totalmente alternativa e repleta de reservas, o Nacional buscou se apresentar de forma convincente, mas o escrete laranja não estava para brincadeira. 

No tempo inicial houve relativo equilíbrio, porém as melhores chances foram todas dos visitantes. O onze nacionalino nacionalista buscava atacar pelos lados do campo e as investidas eram neutralizadas sem problema pelo sólido setor defensivo atibaiense. Pelo lado do Falcão, bons momentos e boa atuação do camisa 1 local Léo Siqueira.


Gabriel, 3 do Atibaia, dominando dentro da área


Investida ferroviária pela esquerda


Bola levantada na área do Falcão e corte do camisa 9 Mascote

Tudo que não aconteceu nos primeiros 45 minutos aconteceu na etapa final. A entrada de Filipe, camisa 17 atibaiense, transformou a vida dos defensores ferroviários num verdadeiro inferno. Aos 9 minutos o Atibaia teve um pênalti marcado a seu favor. Filipe bateu e Léo Siqueira fez uma defesa magnífica, mandando pela linha de fundo. É, só que nem deu tempo de comemorar, pois em seguida Samuel abriu o placar. Ele recebeu passe na direita e chutou cruzado. O camisa 1, herói 90 segundos antes, falhou e viu a bola passar por cima dele.

O Nacional desperdiçou duas boas chances de deixar tudo igual: uma numa cabeçada de Otacílio Neto que tirou tinta da trave direita e outra num chute à queima-roupa da pequena área que um zagueiro conseguiu desviar. Como desgraça pouca é bobagem, os visitantes fizeram o segundo aos 20. Filipe fez belíssima jogada pela esquerda, avançou com classe, passou pelo zagueiro e chutou. Léo Siqueira espalmou pro meio da área e Mascote, totalmente livre, completou de cabeça. Aos 28 Soares animou a desanimada torcida local com um bonito gol na pequena área, aproveitando cruzamento da esquerda e o vacilo dos defensores.

A esperança se transformou em novo desânimo um minuto depois com o terceiro gol do Falcão. Aliás, um golaço. O goleiro Ariel deu um chutão para o campo de ataque aproveitando que praticamente todos os jogadores estavam dentro da sua área. Filipe recebeu, com um drible sensacional tirou o zagueiro, enganou o goleiro e tocou no canto. Um golaço que consolidou a vitória laranja. Fechando o caixão do Nacional em 2018, Emerson marcou o quarto aos 34.


Léo Siqueira fazendo brilhante defesa em pênalti cobrado por Filipe


Minutos depois, Filipe conseguiu a vingança ao marcar um golaço em cima do arqueiro do Nacional


Raro momento de ataque do Naça nos minutos finais

Fim de jogo: Nacional 1-4 Atibaia. O clube da Água Branca terminou a sua participação na Copa Paulista a vice-lanterna do Grupo 4 com 13 pontos ganhos (quatro vitórias, um empate e sete derrotas), doze deles conquistados no primeiro turno. O time fecha o ano com uma sequência de seis compromissos sem nenhum triunfo e um gosto amargo na boca da coletividade ferroviária.

O 2018 nacionalino nacionalista começou bem e por muito pouco a equipe não conseguiu chegar na semi-final da Série A2. Caso não tivesse perdido de forma suspeita para o Água Santa na penúltima rodada, a chance de voltar à elite do estadual depois de 60 anos seria real e bem provável. Na Copa Paulista... bom, deu o que deu.


Placar mostrando o final melancólico de temporada do Nacional AC

Agora só em 2019, ano do centenário e com a velha esperança (mais uma vez) do retorno ao principal campeonato estadual do país. Esperamos que a diretoria possa fazer uma festa digna à altura da enorme tradição. Estamos também na torcida para que as almas que gerem o futebol do clube possam fazer uma camisa comemorativa do SPR, algo que nunca foi feito desde que mudaram de nome em 1946.

Foi isso. Agora é aguardar a segunda fase da competição já sentindo aquela brisa de fim de ano soprar mais forte. Além de trazer o calor, algo sempre incômodo, a reta final dos certames é legal por um lado e melancólica por outro. Quando a agenda permitir, nos faremos presentes.

Até a próxima!
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Ficha Técnica: Nacional 1-4 Atibaia

Competição: Copa Paulista; Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Cesar Luiz de Oliveira; Público: 142 pagantes; Renda: R$ 1.610,00; Cartão amarelo: Otacílio Neto (Nac); Gols: Samuel 10, Mascote 20, Soares 28, Filipe 29 e Emerson 34 do 2º.
Nacional: Léo Siqueira; Janderson, Lucas Xuxa, Paulinho e Léo Carvalho; Luizinho (Allan Christian), Kevyn, Vitor Braga (Soares) e Juninho (Rikelme); Léo Cereja e Otacílio Neto. Técnico: Ricardo Silva.
Atibaia: Ariel; Gabriel (Renan), Gabriel, Matheus Abreu e Matheus Silva; Roberto, Emerson Guito, Samuel (Theo) e Mascote; Dudu (Filipe) e Emerson. Técnico: Carlão.
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