Texto e fotos: Fernando Martinez
Nem me lembrava como era isso mais... na última quarta-feira armei uma rodada dupla na Zona leste paulistana com direito a duas decisões. Iniciei os trabalhos com mais um "Juvenal" na minha lista, o 23º em todos os tempos e o 13º no profissional. Um duelo tradicionalíssimo com um Juventus perto da classificação na Copa Paulista e um Nacional à beira da eliminação precoce.
Depois de terminar o primeiro turno na liderança do Grupo 4, o alviceleste da Água Branca conseguiu a proeza de ganhar apenas um ponto em quatro rodadas disputadas no segundo. Um empate contra o super lanterna Taboão da Serra e derrotas para Portuguesa, Ituano e Audax. Somente uma combinação de dois triunfos nos dois últimos compromissos e uma derrota do Falcão contra o CATS classificaria o clube, evitando a segunda eliminação seguida na fase inicial. Pensar nas duas vitórias não seria nenhum absurdo, mas um triunfo dos taboanenses contra o Falcão provavelmente seria esperar demais.
Já o Juventus, depois de ter iniciado o certame mostrando um futebol horroroso, conseguiu emplacar boas apresentações no returno e se vencesse o duelo paulistano se garantiria na segunda fase pela primeira vez em cinco anos. Jogando na Rua Javari, com apoio da torcida e com o astral elevado, além da ótima direção técnica do grande Alex Alves, isso não seria difícil de acontecer.
Clube Atlético Juventus - São Paulo/SP
Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP
Os capitães dos times junto com o árbitro Alessandro Darcie, os assistentes Fernando Afonso de Melo e Robson Ferreira Oliveira e o quarto árbitro Pietro Dimitrof Stefanelli
Pena que, assim como temos visto em tudo que é campeonato em território tupiniquim, a partida tenha sido de baixa qualidade técnica. Foi difícil ver os 22 atletas maltratando a pobre gorduchinha. O Nacional teve a primeira boa chance num chute de Bruno Nunes da marca do pênalti. O ótimo André Dias deixou passar, porém conseguiu defender em cima da linha.
Os grenás jogaram sem inspiração alguma e só deram o primeiro tiro perigoso depois dos 30 minutos. Numa cobrança venenosa de escanteio pela esquerda, quase vimos um raro gol olímpico acontecer. O lance acordou os locais e o arqueiro nacionalino nacionalista passou sufoco mais duas vezes antes do intervalo chegar. O último bom momento foi um chute de longe de Fernando que passou perto do gol dos mandantes.
Douglas, camisa 2 grená, tirando a bola do seu campo
Outra investida do lateral juventino
Emerson Mi tentando um ataque a favor do Nacional
Não aguentei ficar fritando no sol e fui para a arquibancada do gol da creche. Dali acompanhei o tempo final ao lado do lulista e fã de esportes americanos Milton Haddad e o ícone fashion Renato Rocha. Vimos o Juventus voltar melhor e abrir o marcador aos oito minutos com Dener. Cesinha atacou pela direita, cruzou, a zaga rebateu e o camisa 8 chutou no alto, deixando a situação visitante crítica.
As notícias que vinham de Indaiatuba não eram nada boas. Com o triunfo parcial do Atibaia, nem uma vitória salvaria o escrete ferroviário. Talvez por isso o clima da peleja tenha esquentado tão rapidamente. Decorridos 25 minutos, João Lucas, atleta nacionalino nacionalista, que já havia sido substituído, deu um empurrão em Douglas quando esse sofreu uma falta e caiu perto do banco de reservas.
Foi o que bastou para o pau cantar e, como diria David Libeskind, o Rei do Mau Humor, presenciamos um "sururu colossal". Teve tapa na cara, rasteira, chute, xingamento e muito empurra-empurra. Foram cinco minutos nessa zona até que o árbitro resolveu expulsar três de cada lado: João Lucas, Fernando e Caio Mendes dos visitantes e Carlinhos, Cesinha e Dener (que também já havia sido substituído) dos locais.
Com nove de cada lado o jogo ficou mais aberto e o clima quente permaneceu no ar numa sucessão de lances ríspidos. O Juventus quase fez o segundo com Elton Martins, mas o atleta vacilou no momento decisivo e desperdiçou a chance. Os ferroviários se lançaram no velho esquema do bumba meu boi, só que poderiam estar jogando até agora que o empate provavelmente não teria saído.
Duas jogadas aéreas durante o segundo tempo
Dois instantâneos da briga que durou mais de cinco minutos e que resultou na expulsão de seis (!) jogadores
Ao final dos mais de 90 minutos, o placar não-eletrônico da cancha grená marcou Juventus 1-0 Nacional. Muita festa de atletas e torcedores do onze mandante pela antecipada classificação. Desde 2013 o campeão de 2007 não sabia o que era passar de fase na Copa Paulista. Vamos aguardar ansiosamente quais serão os adversários do Moleque Travesso.
Pelos lados do Nacional fica a enorme decepção pelo vergonhoso segundo turno com um ponto ganho em quinze disputados. Uma campanha ridícula e um final de temporada absolutamente melancólico, Falarei sobre isso no post da despedida de 2018, que será disputada sábado contra o Atibaia no Nicolau Alayon.
Sem tempo a perder, saí correndo da Javari para deixar minha mochila no QG da capital e dali voltar à ZL e assistir meu jogo 2.900 em todos os tempos. Teve decisão no histórico e lendário Parque São Jorge.
Até lá!
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Ficha Técnica: Juventus 1x0 Nacional
Ficha Técnica: Juventus 1x0 Nacional
Competição: Copa Paulista; Local: Estádio Conde Rodolfo Crespi (São Paulo); Árbitro: Alessandro Darcie; Público: 816 pagantes; Renda: R$ 12.170,00; Cartões amarelos: Carlinhos, Adílson, Nata (Juv), Allan Christian, Janderson, Everton Dias, Jeferson (Nac); Cartões vermelhos: Carlinhos, Cesinha, Dener (Juv), Caio Mendes, Fernando, João Lucas (Nac); Gol: Dener aos 9 do 2º.
Juventus: André Dias; Douglas, Carlinhos, Robson e Paulo Henrique; Raphael Augusto (Vinícius Gomes), Nata, Dener (Vanlilo) e Cesinha; Adilson (Elton Martins) e Portuga. Técnico: Alex Alves.
Nacional: Mauricio; Bruno Oliveira, Everton Dias, Jeferson e Caio Mendes; Janderson, Allan Christian (Naldinho), Fernando e Emerson Mi (Léo Cereja); Bruno Nunes e João Lucas (Otacílio Neto). Técnico: Ricardo Silva.
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