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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O triste final de temporada do Nacional

Texto e fotos: Fernando Martinez


No sábado passado chegou ao fim a primeira fase da Copa Paulista e fui ao Estádio Nicolau Alayon para ver de perto a melancólica despedida do Nacional da competição. Jogando contra o Atibaia, o onze alviceleste queria tentar apagar um pouco a péssima impressão deixada durante o pífio segundo turno. Da minha parte, foi a 36ª peleja do time em casa que acompanhei, chegando a uma marca de dois anos e duas temporadas completas.

No turno final do Grupo 4 foram cinco jogos disputados pelo alviceleste e apenas um ponto ganho: um empate contra o Taboão da Serra, dono da pior campanha do certame, e quatro derrotas, todas com apresentações sem inspiração, com pouca vontade e com um futebol terrivelmente abaixo da média. Para uma equipe que terminou o primeiro turno na vice-liderança do Grupo 4, a performance vergonhosa deixou várias perguntas e nenhuma resposta.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Sport Club Atibaia - Atibaia/SP


Capitães dos times junto com o árbitro Cesar Luiz de Oliveira, os assistentes Leandra Aires Cossette e Guilherme Holanda Moura Lima e o quarto árbitro João Marcos Giovanelli 

A Comendador Sousa estava com um público abaixo do normal, algo natural em se pensando em tudo que (não) aconteceu nas rodadas anteriores. O sol estava forte e confesso que não esperava muita coisa. Jogando com uma equipe totalmente alternativa e repleta de reservas, o Nacional buscou se apresentar de forma convincente, mas o escrete laranja não estava para brincadeira. 

No tempo inicial houve relativo equilíbrio, porém as melhores chances foram todas dos visitantes. O onze nacionalino nacionalista buscava atacar pelos lados do campo e as investidas eram neutralizadas sem problema pelo sólido setor defensivo atibaiense. Pelo lado do Falcão, bons momentos e boa atuação do camisa 1 local Léo Siqueira.


Gabriel, 3 do Atibaia, dominando dentro da área


Investida ferroviária pela esquerda


Bola levantada na área do Falcão e corte do camisa 9 Mascote

Tudo que não aconteceu nos primeiros 45 minutos aconteceu na etapa final. A entrada de Filipe, camisa 17 atibaiense, transformou a vida dos defensores ferroviários num verdadeiro inferno. Aos 9 minutos o Atibaia teve um pênalti marcado a seu favor. Filipe bateu e Léo Siqueira fez uma defesa magnífica, mandando pela linha de fundo. É, só que nem deu tempo de comemorar, pois em seguida Samuel abriu o placar. Ele recebeu passe na direita e chutou cruzado. O camisa 1, herói 90 segundos antes, falhou e viu a bola passar por cima dele.

O Nacional desperdiçou duas boas chances de deixar tudo igual: uma numa cabeçada de Otacílio Neto que tirou tinta da trave direita e outra num chute à queima-roupa da pequena área que um zagueiro conseguiu desviar. Como desgraça pouca é bobagem, os visitantes fizeram o segundo aos 20. Filipe fez belíssima jogada pela esquerda, avançou com classe, passou pelo zagueiro e chutou. Léo Siqueira espalmou pro meio da área e Mascote, totalmente livre, completou de cabeça. Aos 28 Soares animou a desanimada torcida local com um bonito gol na pequena área, aproveitando cruzamento da esquerda e o vacilo dos defensores.

A esperança se transformou em novo desânimo um minuto depois com o terceiro gol do Falcão. Aliás, um golaço. O goleiro Ariel deu um chutão para o campo de ataque aproveitando que praticamente todos os jogadores estavam dentro da sua área. Filipe recebeu, com um drible sensacional tirou o zagueiro, enganou o goleiro e tocou no canto. Um golaço que consolidou a vitória laranja. Fechando o caixão do Nacional em 2018, Emerson marcou o quarto aos 34.


Léo Siqueira fazendo brilhante defesa em pênalti cobrado por Filipe


Minutos depois, Filipe conseguiu a vingança ao marcar um golaço em cima do arqueiro do Nacional


Raro momento de ataque do Naça nos minutos finais

Fim de jogo: Nacional 1-4 Atibaia. O clube da Água Branca terminou a sua participação na Copa Paulista a vice-lanterna do Grupo 4 com 13 pontos ganhos (quatro vitórias, um empate e sete derrotas), doze deles conquistados no primeiro turno. O time fecha o ano com uma sequência de seis compromissos sem nenhum triunfo e um gosto amargo na boca da coletividade ferroviária.

O 2018 nacionalino nacionalista começou bem e por muito pouco a equipe não conseguiu chegar na semi-final da Série A2. Caso não tivesse perdido de forma suspeita para o Água Santa na penúltima rodada, a chance de voltar à elite do estadual depois de 60 anos seria real e bem provável. Na Copa Paulista... bom, deu o que deu.


Placar mostrando o final melancólico de temporada do Nacional AC

Agora só em 2019, ano do centenário e com a velha esperança (mais uma vez) do retorno ao principal campeonato estadual do país. Esperamos que a diretoria possa fazer uma festa digna à altura da enorme tradição. Estamos também na torcida para que as almas que gerem o futebol do clube possam fazer uma camisa comemorativa do SPR, algo que nunca foi feito desde que mudaram de nome em 1946.

Foi isso. Agora é aguardar a segunda fase da competição já sentindo aquela brisa de fim de ano soprar mais forte. Além de trazer o calor, algo sempre incômodo, a reta final dos certames é legal por um lado e melancólica por outro. Quando a agenda permitir, nos faremos presentes.

Até a próxima!
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Ficha Técnica: Nacional 1-4 Atibaia

Competição: Copa Paulista; Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Cesar Luiz de Oliveira; Público: 142 pagantes; Renda: R$ 1.610,00; Cartão amarelo: Otacílio Neto (Nac); Gols: Samuel 10, Mascote 20, Soares 28, Filipe 29 e Emerson 34 do 2º.
Nacional: Léo Siqueira; Janderson, Lucas Xuxa, Paulinho e Léo Carvalho; Luizinho (Allan Christian), Kevyn, Vitor Braga (Soares) e Juninho (Rikelme); Léo Cereja e Otacílio Neto. Técnico: Ricardo Silva.
Atibaia: Ariel; Gabriel (Renan), Gabriel, Matheus Abreu e Matheus Silva; Roberto, Emerson Guito, Samuel (Theo) e Mascote; Dudu (Filipe) e Emerson. Técnico: Carlão.
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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Sem sustos, Timão bate Ponte e está na semi do Brasileiro Feminino

Texto e fotos: Fernando Martinez


Fechando a rodada dupla de quarta-feira, tive o enorme prazer de retornar ao velho Estádio Alfredo Schurig, a Fazendinha, para pela primeira vez acompanhar o time feminino do Corinthians na sua casa definitiva (pelo menos até segunda ordem). O adversário das invictas meninas alvinegras foi a Ponte Preta, em confronto de volta das quartas-de-final do Campeonato Brasileiro Feminino. Foi meu primeiro jogo noturno desde o longínquo 24 de março.

Além de voltar ao Parque São Jorge após cinco anos (e depois de treze à noite), essa peleja foi a de número 2.900 que acompanhei in loco em todos os tempos. Tudo bem que pela minha programação original era para ter visto em 2018 o jogo 3.000, mas uma série de eventos na vida particular que tiveram início em 2016 me impediram de alcançar essa marca. Mesmo com os compromissos profissionais do dia a dia e a minha imersão total nas pesquisas que estou fazendo a ideia é chegar à marca no ano que vem. De qualquer forma, chegar a 2.900 partidas na Lista já é um motivo de muita comemoração.

Pena que não consegui credenciamento para fazer as fotos dentro de campo, já que perdi o prazo estipulado pelo clube. Tudo bem, assim fiquei nas arquibancadas junto à dupla alvinegra de coração Milton Haddad e Renato Rocha e Bruno Filandra, a maior autoridade sobre eleições que conheço. Nos meus cálculos, mais de mil pessoas também foram até a cancha mosqueteira, todos confiantes em mais uma boa apresentação das comandadas de Arthur Elias.

Estamos no final de setembro e até agora as meninas do Parque São Jorge não perderam uma partida sequer na temporada. Isso mesmo, estão invictas. Além disso, elas não são derrotadas há mais de um ano. O clube ostenta uma incrível sequência de 41 compromissos seguidos sem nenhum revés. Só em 2018 foram 35 jogos com 30 triunfos e cinco empates. Hoje, sem sombra de dúvida, o Corinthians é o time a ser batido na categoria.



Dois momentos do ataque corintiano no segundo tempo. Na segunda imagem, a arquibancada coberta do Parque São Jorge

Na ida as alvinegras derrotaram a Macaca pela contagem mínima atuando em Campinas e o favoritismo era total e absoluto a favor das paulistanas. Quando a pelota começou a rolar, o que se viu foi um domínio tranquilo e absolutamente esperado das corintianas. A primeira chance aconteceu logo aos quatro minutos dos pés da atacante Grazi. O time foi enfileirando bons momentos até abrir o marcador aos 29 minutos com a camisa 10 Gabi Zanotti. Yasmin quase marcou o segundo na sequência numa finalização que bateu na trave.

No tempo final a partida ficou melhor pois a Macaca passou a também botar as manguinhas de fora no setor ofensivo. Só que a maior categorias das locais ficou evidente no velo gol de Marcela aos 18 minutos, driblando com classe a zagueira e tocando sem chances para a goleira Vanessa. Perdido por dois, perdido por dez... então a Ponte se mandou pro ataque e quase diminuiu em três ótimos momentos. Jogando na boa e empurradas pela animada torcida, as mosqueteiras chegaram a fazer o terceiro com Cacau, porém o tento foi anulado por impedimento.


Ao final dos 90 minutos, classificação mosqueteira para a semi do nacional feminino

No fim, o resultado de Corinthians 2-0 Ponte Preta colocou o onze do Parque São Jorge na semi-final do Brasileirão Feminino. O adversário será o time do Flamengo, que eliminou o Kindermann depois de perder em Santa Catarina e ganhar no Rio de Janeiro. Os duelos acontecerão dias 3 e 10 de outubro.

Saímos do Parque na boa, sem pressa e subimos a Rua São Jorge relembrando histórias perdidas do futebol paulista acontecidas ali. Foi nessa rua que o falecido e saudoso Comercial da capital tinha seu campo e foi ali também que o Albion, mais precisamente no número 2 no logradouro, sagrou-se campeão paulista de 1933, um título esquecido e desconhecido por 99,9% do público que acompanha futebol no país. Falta muito para a memória esportiva ter o devido destaque.

Até a próxima!

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Ficha Técnica: Corinthians 2-0 Ponte Preta

Competição: Campeonato Brasileiro Feminino A1; Local: Estádio Alfredo Schurig (São Paulo); Árbitra: Fernanda Ignácio de Souza; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Grazi (Cor), Tatiane, Luana e Kerolin (PP); Cartão vermelho: Grazi (Cor) 41 do 2º; Gols: Gabi Zanotti 29 do 1º, Marcela 18 do 2º.
Corinthians: Tainá; Katiuscia, Mimi, Pardal e Yasmin; Gabi Zanotti (Diany), Grazi e Cacau (Marcela); Nenê, Millene e Adriana. Técnico: Arthur Elias.
Ponte Preta: Vanessa; Isabella, Ana (Andressa Freitas), Rayane (Pâmela), Thais, Maressa, Kerolin, Isabela, Ana Lurdes (Renata), Luana e Tatiane. Técnica: Ana Lúcia Gonçalves.
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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Grenás vencem o "Juvenal" e se classificam na Copa Paulista

Texto e fotos: Fernando Martinez


Nem me lembrava como era isso mais... na última quarta-feira armei uma rodada dupla na Zona leste paulistana com direito a duas decisões. Iniciei os trabalhos com mais um "Juvenal" na minha lista, o 23º em todos os tempos e o 13º no profissional. Um duelo tradicionalíssimo com um Juventus perto da classificação na Copa Paulista e um Nacional à beira da eliminação precoce.

Depois de terminar o primeiro turno na liderança do Grupo 4, o alviceleste da Água Branca conseguiu a proeza de ganhar apenas um ponto em quatro rodadas disputadas no segundo. Um empate contra o super lanterna Taboão da Serra e derrotas para Portuguesa, Ituano e Audax. Somente uma combinação de dois triunfos nos dois últimos compromissos e uma derrota do Falcão contra o CATS classificaria o clube, evitando a segunda eliminação seguida na fase inicial. Pensar nas duas vitórias não seria nenhum absurdo, mas um triunfo dos taboanenses contra o Falcão provavelmente seria esperar demais.

Já o Juventus, depois de ter iniciado o certame mostrando um futebol horroroso, conseguiu emplacar boas apresentações no returno e se vencesse o duelo paulistano se garantiria na segunda fase pela primeira vez em cinco anos. Jogando na Rua Javari, com apoio da torcida e com o astral elevado, além da ótima direção técnica do grande Alex Alves, isso não seria difícil de acontecer.


Clube Atlético Juventus - São Paulo/SP


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Os capitães dos times junto com o árbitro Alessandro Darcie, os assistentes Fernando Afonso de Melo e Robson Ferreira Oliveira e o quarto árbitro Pietro Dimitrof Stefanelli

Pena que, assim como temos visto em tudo que é campeonato em território tupiniquim, a partida tenha sido de baixa qualidade técnica. Foi difícil ver os 22 atletas maltratando a pobre gorduchinha. O Nacional teve a primeira boa chance num chute de Bruno Nunes da marca do pênalti. O ótimo André Dias deixou passar, porém conseguiu defender em cima da linha.

Os grenás jogaram sem inspiração alguma e só deram o primeiro tiro perigoso depois dos 30 minutos. Numa cobrança venenosa de escanteio pela esquerda, quase vimos um raro gol olímpico acontecer. O lance acordou os locais e o arqueiro nacionalino nacionalista passou sufoco mais duas vezes antes do intervalo chegar. O último bom momento foi um chute de longe de Fernando que passou perto do gol dos mandantes.


Douglas, camisa 2 grená, tirando a bola do seu campo


Outra investida do lateral juventino


Emerson Mi tentando um ataque a favor do Nacional

Não aguentei ficar fritando no sol e fui para a arquibancada do gol da creche. Dali acompanhei o tempo final ao lado do lulista e fã de esportes americanos Milton Haddad e o ícone fashion Renato Rocha. Vimos o Juventus voltar melhor e abrir o marcador aos oito minutos com Dener. Cesinha atacou pela direita, cruzou, a zaga rebateu e o camisa 8 chutou no alto, deixando a situação visitante crítica.

As notícias que vinham de Indaiatuba não eram nada boas. Com o triunfo parcial do Atibaia, nem uma vitória salvaria o escrete ferroviário. Talvez por isso o clima da peleja tenha esquentado tão rapidamente. Decorridos 25 minutos, João Lucas, atleta nacionalino nacionalista, que já havia sido substituído, deu um empurrão em Douglas quando esse sofreu uma falta e caiu perto do banco de reservas. 

Foi o que bastou para o pau cantar e, como diria David Libeskind, o Rei do Mau Humor, presenciamos um "sururu colossal". Teve tapa na cara, rasteira, chute, xingamento e muito empurra-empurra. Foram cinco minutos nessa zona até que o árbitro resolveu expulsar três de cada lado: João Lucas, Fernando e Caio Mendes dos visitantes e Carlinhos, Cesinha e Dener (que também já havia sido substituído) dos locais. 

Com nove de cada lado o jogo ficou mais aberto e o clima quente permaneceu no ar numa sucessão de lances ríspidos. O Juventus quase fez o segundo com Elton Martins, mas o atleta vacilou no momento decisivo e desperdiçou a chance. Os ferroviários se lançaram no velho esquema do bumba meu boi, só que poderiam estar jogando até agora que o empate provavelmente não teria saído.



Duas jogadas aéreas durante o segundo tempo



Dois instantâneos da briga que durou mais de cinco minutos e que resultou na expulsão de seis (!) jogadores

Ao final dos mais de 90 minutos, o placar não-eletrônico da cancha grená marcou Juventus 1-0 Nacional. Muita festa de atletas e torcedores do onze mandante pela antecipada classificação. Desde 2013 o campeão de 2007 não sabia o que era passar de fase na Copa Paulista. Vamos aguardar ansiosamente quais serão os adversários do Moleque Travesso.

Pelos lados do Nacional fica a enorme decepção pelo vergonhoso segundo turno com um ponto ganho em quinze disputados. Uma campanha ridícula e um final de temporada absolutamente melancólico, Falarei sobre isso no post da despedida de 2018, que será disputada sábado contra o Atibaia no Nicolau Alayon.

Sem tempo a perder, saí correndo da Javari para deixar minha mochila no QG da capital e dali voltar à ZL e assistir meu jogo 2.900 em todos os tempos. Teve decisão no histórico e lendário Parque São Jorge.

Até lá!

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Ficha Técnica: Juventus 1x0 Nacional

Competição: Copa Paulista; Local: Estádio Conde Rodolfo Crespi (São Paulo); Árbitro: Alessandro Darcie; Público: 816 pagantes; Renda: R$ 12.170,00; Cartões amarelos: Carlinhos, Adílson, Nata (Juv), Allan Christian, Janderson, Everton Dias, Jeferson (Nac); Cartões vermelhos: Carlinhos, Cesinha, Dener (Juv), Caio Mendes, Fernando, João Lucas (Nac); Gol: Dener aos 9 do 2º.
Juventus: André Dias; Douglas, Carlinhos, Robson e Paulo Henrique; Raphael Augusto (Vinícius Gomes), Nata, Dener (Vanlilo) e Cesinha; Adilson (Elton Martins) e Portuga. Técnico: Alex Alves.
Nacional: Mauricio; Bruno Oliveira, Everton Dias, Jeferson e Caio Mendes; Janderson, Allan Christian (Naldinho), Fernando e Emerson Mi (Léo Cereja); Bruno Nunes e João Lucas (Otacílio Neto). Técnico: Ricardo Silva.
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quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Nacional vacila e joga dois pontos fora contra o CATS

Texto e fotos: Fernando Martinez


A quarta-feira reservou mais uma rodada da Copa Paulista, a quarta do returno, no Estádio Nicolau Alayon. Vindo de duas derrotas, o Nacional recebeu o lanterna Taboão da Serra com amplo favoritismo para voltar a vencer e chegar perto do G4. Foi o 35º jogo seguido do onze ferroviário como mandante que contou com a minha presença. Dois anos de sequência e contando.

Esse foi o nono confronto entre os dois na história, e os quatro realizados na Comendador Sousa tiveram cobertura do JP: 1x1 em 22 de maio de 2010, 2x1 para os paulistanos em 18 de setembro de 2010, triunfo local pela contagem mínima em 19 de abril de 2014 e o empate por um gol em 25 de fevereiro de 2017. O retrospecto geral até então de cinco triunfos do escrete da capital, dois empates e apenas uma vitória do CATS.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Clube Atlético Taboão da Serra - Taboão da Serra/SP


Quarteto de arbitragem para a peleja com Willer Fulgêncio Santos, Claudenir Donizeti da Silva, Guilherme Holanda Lima e Luiz Carlos Júnior junto aos capitães dos clubes

Nada indicava que o Taboão da Serra pudesse surpreender e a esperança era que o Nacional pudesse fazer uma apresentação mais razoável do que vimos, principalmente nas duas últimas derrotas em casa, contra Juventus e Portuguesa. Só que dentro de campo o fraco futebol se repetiu na maior parte do cotejo.

Durante o primeiro tempo vimos pouco futebol no histórico gramado da Água Branca. O CATS se defendia e o Naça tentava atacar de forma insípida. Os locais não chutavam, não acertavam os passes e perdiam a bola facilmente para os zagueiros visitantes. Nesse cenário, um gol só poderia sair numa falha... e foi justamente isso que aconteceu.

Decorridos 31 minutos, a zaga do CATS bateu cabeça e Bruno Nunes, sempre ligeiro, roubou, invadiu a área e tocou na saída do goleiro. Foi o primeiro tento do atacante nacionalino nacionalista desde que ele voltou do São Bento. Tirando uma falta a favor do Taboão da Serra, nada mais aconteceu.


Bruno Nunes tentando o chute pela esquerda, porém a zaga conseguiu travar


Defensor do CATS tentando roubar a bola


Mais um ataque nacionalino nacionalista pelo lado esquerdo do campo

No tempo final a partida melhorou com um Nacional mais disposto. Aos 14 minutos o camisa 11 Léo Cereja ampliou num chutaço da intermediária que morreu no canto esquerdo do arqueiro. Detalhe: o gol saiu numa cobrança de escanteio curto, um verdadeiro milagre.

Com 2x0 a favor, o Naça ficou na boa e parecia que a peleja estava decidida, afinal, o ímpeto ofensivo do CATS era inexistente. Aos 24 minutos, Otacílio Neto, ele mesmo, entrou com a jaqueta 17 do onze paulistano. No primeiro lance do veterano atleta, ele cobrou escanteio e Fernando cabeceou na trave. No segundo, ele completou cruzamento pela direita e a pelota também bateu no travessão.

Naldinho teve a chance dos 3x0 numa oportunidade clara, cara-a-cara com o camisa 1 taboanense, porém o gol não saiu. Aos 26, no primeiro ataque perigoso do CATS, os comandados de Sandro Sargentim diminuíram com Allan completando cruzamento da direita. O que se viu a partir daí foi um sufoco que parecia impossível poucos minutos antes.

O Nacional recuou e chamou o adversário para seu campo de defesa. Os visitantes se mandaram na base do bumba-meu-boi e os atletas locais torciam para o relógio passar mais rápido. Após duas ou três chances ótimas, o Taboão da Serra se aproveitou de uma bobeada monstra da zaga e do arqueiro locais e deixou tudo igual aos 44 minutos. O autor do tento foi Allan, o artilheiro da tarde.


João Lucas cobrando escanteio pela direita


Detalhe do segundo gol do Nacional na partida. O goleiro Alan voou bonito, mas não conseguiu defender o belíssimo chute de Léo Cereja


Otacílio Neto, ele mesmo, um dos destaques do time da capital bandeirante


Bola que bateu na trave em cabeçada de Fernando

Final de jogo: Nacional 2-2 Taboão da Serra. Um triunfo teria recolocado o escrete ferroviário no G4 do Grupo 4. Como o time vacilou, a equipe está em penúltimo lugar com 13 pontos, dois abaixo da Portuguesa, a quarta colocada. Agora o Naça tem dois compromissos complicados longe dos seus domínios e precisa vencer pois depois de ter jogado fora oito dos últimos nove pontos disputados no Nicolau Alayon a vaga na segunda fase pode ter ficado longe demais.

Saí do presente e voltei ao passado, mais precisamente ao ano de 1966, depois do apito final. Fui bater meu cartão na Biblioteca Mário de Andrade com as intermináveis pesquisas sobre a história do futebol. Saber mais nunca é demais.

Até a próxima!

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Nacional vai mal e perde da Portuguesa dentro de casa

Texto e fotos: Fernando Martinez


No último sábado, chegou a vez de acompanhar o 34º jogo seguido do Nacional no Estádio Nicolau Alayon, uma sequência que vem há dois anos. O adversário da quente tarde de sábado foi a Portuguesa, em confronto válido pela abertura do returno da fase inicial da Copa Paulista.

Desde que voltaram a se enfrentar em 2007, essa foi a sexta peleja entre ambos, e todas elas foram devidamente registradas aqui no JP. Como disse nos outros posts, o onze ferroviário não ganha da Lusa desde um amistoso realizado em 1977. Em jogos oficiais, isso não acontece desde 1958. Será que tinha chegado a hora do tabu acabar?


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP


O quarteto de arbitragem formado pelo árbitro Márcio Roberto Soares, os assistentes Fabrini Bevilaqua Costa e Rodrigo Meirelles Bernardo e o quarto árbitro Luciano Rodrigo Zacharias posam para o JP junto com os capitães dos times


O abraço dos técnicos Ricardo Silva, do Nacional, e Allan Aal, da Portuguesa, antes do apito inicial

Se dependesse do ânimo dos entusiastas do time local não haveria melhor hora, até pensando nas partidas fracas que os rubro-verdes fizeram nas jornadas anteriores e no bom primeiro turno nacionalino nacionalista. Só que a apresentação do Nacional foi terrivelmente ruim, talvez a pior na competição até aqui. Não teve como fazer frente ao limitado, porém arrumado, escrete visitante.

A tarde ruim dos locais começou a se desenhar aos seis minutos, com o gol de Raul que colocou a Portuguesa na frente. Os atletas nacionalinos nacionalistas não foram capazes de criar uma boa jogada sequer durante o primeiro tempo. A primeira oportunidade foi num chute de longe de Bruno Nunes aos 39... e só.

No segundo tempo os ferroviários retornaram ainda sem nenhuma inspiração e a Lusa esperava um contra-ataque para ter a chance de fechar a fatura de vez. Aos 12, Luizinho se mandou pela direita e só parou quando meteu a bola no canto direito do arqueiro do Nacional.

Para piorar, Emerson Mi foi expulso aos 25 num lance besta e qualquer chance de reação do grêmio da Água Branca foi pelo ralo, afinal, se com onze a coisa estava complicada, com dez seria impossível. A Portuguesa chegou perto de ampliar, só que como o time também não é nada excepcional, ficou por isso mesmo.


A comemoração lusitana no gol que abriu as portas para o triunfo na Comendador Souza


Nacional atacando pela esquerda do seu ataque


Bola levantada na área visitante



Dois cruzamentos dentro da área da Portuguesa que não levaram perigo para a meta defendida por Leandro


Confusão que terminou com a expulsão de Emerson Mi

Final de jogo: Nacional 0-2 Portuguesa. A Lusa chegou aos doze pontos e agora é terceiro lugar do Grupo 4. O Naça também tem doze, mas está em segundo por conta do número de vitórias. O grande problema aí é a clara e evidente queda do futebol apresentado pela equipe da Zona Oeste. Numa chave tão embolada, esses pontos perdidos em casa vão fazer muita falta no final da fase.

Além de tudo isso, tabu mantido e estendido até 2019, quando ambos voltarão a se enfrentar pela Série A2. Ou então ainda nessa temporada numa fase mais decisiva da própria Copa Paulista... quem sabe?

Até a próxima!