Texto e fotos: Fernando Martinez
A sessão vespertina do sábado foi parte legal e parte triste. Legal pois finalmente voltei a ver o time profissional do Nacional em campo após 13 meses. Triste pois não esperava rever o escrete ferroviário no Campeonato Paulista sub-23 da Segunda Divisão. O duelo contra o Mauá FC no Estádio Pedro Benedetti teve um gosto esquisito.
Acompanhei com afinco toda a trajetória nacionalista na Segundona entre os anos de 2010 e 2014. Vi a parceria com o Corinthians em 2010, a péssima e vergonhosa campanha de 2011, o "quase" por conta de um grande vacilo em 2012, nova performance abaixo da média em 2013 e o retorno em grande estilo com o título de 2014. Tudo devidamente registrado e disponível nos nossos arquivos.
Entre 2015 e 2018 a equipe teve um período brilhante, culminando com o título da A3 em 2017 e a belíssima campanha de 2018, jogada no lixo por conta de tudo que aconteceu dentro e fora de campo no fatídico Nacional 1x2 Água Santa na penúltima rodada da primeira fase (e que não posso escrever aqui). De 2019 até 2022, as coisas mudaram bastante.
O trágico rebaixamento de 2019 recolocou o clube na A3. Em 2020, eliminação contra o Noroeste nas quartas de final, e no ano seguinte o Nacional ficou a um empate da Série A2. O acesso foi perdido em casa para o Linense em uma das maiores atuações de um goleiro que já vi na vida, no caso o camisa 1 do Elefante da Noroeste. O problema era o que rolava fora de campo. A gente sabia que uma hora iria estourar. Estourou em 2022.
A ridícula e vergonhosa campanha de 2022 dava sinais do retorno à última divisão desde o jogo contra o Comercial de Ribeirão Preto, apenas o segundo compromisso. Só que ninguém se mexeu e a situação foi essa em toda a campanha. A equipe chegou a ficar oito (!) jogos sem vitória, somando apenas dois pontos, e a salvação se tornou impossível. O trabalho horroroso foi "premiado" com o retorno à Segundona.
No fim do ano passado o que mais se ouvia era que o Naça não voltaria ao futebol em 2023. Eram fortes os indícios que a equipe paulistana deixaria os gramados para que os atuais responsáveis arrumassem a casa. O eterno presidente Ayrton Santiago bateu o pé e por causa dele o NAC não parou. Não tem como esperar um ano cheio de glórias e conquistas e o fato é que vão jogar a competição com o que deu para montar. Se a agremiação seguir no quarto nível, já será lucro.
Mauá FTEL - Mauá/SP
Nacional AC - São Paulo/SP
Capitães das equipes junto com o quarteto de arbitragem: Flávio Roberto Mineiro Ribeiro, Guilherme Holanda Moura Lima, Cláudio Rafael Ribeiro e Fagson Junior dos Santos Silva.
Estive nessa com o quarteto Paulo "Shrek", o motorista da rodada, Milton, Mário e Bruno. Todo mundo de olho no incómodo retorno do onze ferroviário. Do outro lado estava o Mauá FC. Ambos estão Grupo 6 junto com Jabaquara, Mauaense, Barcelona Capela e ECUS. Os quatro primeiros se garantem na próxima fase.
Os amigos ficaram na arquibancada e eu fui ao gramado. Captei as imagens e fui acompanhar o ataque visitante. Não foi um jogaço, mas quebrou o galho. O Mauá FC começou melhor e dominou as ações durante os 30 minutos iniciais, chegando inclusive a colocar uma bola na trave. O Naça se defendeu bem e aos 32 abriu o marcador. O camisa 7 Vitinho recebeu na direita e acertou um belo chute no canto.
O Nacional retornou à Segundona após nove anos com um início de jogo melhor do que o Mauá FC
Bola na rede do Mauá no gol de Vitinho e a comemoração dos atletas nacionalistas
Um dos grandes problemas da Segundona atual é que o torneio é sub-23 desde 2017. Isso nivela praticamente todas as equipes por baixo, transformando as partidas em uma longa troca de passes e poucas finalizações. Nesse clima seguiu o tempo final. O Mauá FC buscou o empate de forma tímida, enquanto o Nacional se segurou bem na defesa e conseguiu um resultado importante pensando na classificação.
O tempo final não foi dos melhores, mas o Nacional conseguiu segurar a vantagem e agradeceu a primeira vitória na Segundona
O Mauá FC 0-1 Nacional foi o primeiro capítulo de uma longa estrada que o clube da capital bandeirante terá que percorrer se quiser voltar à Série A3 em 2024. Se era complicado com quatro vagas, imaginem agora com apenas duas. De qualquer forma a realidade é essa, não tem como fugir. Da minha parte, o sábado teve aproveitamento de 50% dos ferroviários.
Foi isso. Voltamos apertadíssimos no glorioso possante do amigo mais bem-humorado da América do Sul. No domingo cedo teve nova sessão na última divisão com retorno e um duelo bem incomum na cidade de Caieiras.
Até lá!
Ficha Técnica: Mauá FC 0-1 Nacional
Local: Estádio Pedro Benedetti (Mauá); Árbitro: Flávio Roberto Mineiro Ribeiro; Público: 160 pagantes; Renda: R$ 1.420,00; Cartões amarelos: Luiz Henrique, Pedro Henrique, Vitinho; Cartão vermelho: Luiz Henrique 41 do 1º; Gol: Vitinho 32 do 1º.
Mauá FC: Breno; Marquinhos, Pablo Rocha, Pedro Henrique e Luiz Henrique; Henrique (Igor), Matheus Felipe, José Vinícius (Kaíque Soares) e Guilherme Jesus; Pablo Alexandre e Matheus Soares (Robert). Técnico: Thiago Constância.
Nacional: Maurício; Lucas, Luís Henrique, Kléberson (Fabão) e Carlos Henrique; Gabriel, Vitinho (Rafael Ursino), Diogo Bolt (Patrick) e João Vítor (Rodrigo); Guilherme Bota e Nicollas (Andrei). Técnico: Jaílson Pita.
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