Texto e fotos: Fernando Martinez
Depois de quebrar a longa série de 189 dias sem futebol no Nacional 1x1 Batatais dia 19 de setembro fiquei de boa. Com a pandemia ainda rolando forte, vacilar está fora de cogitação. Aproveitei a brecha e fui visitar a família (todos devidamente isolados) no litoral pois não via ninguém desde o Natal. Eis que o Campeonato Paulista da Série A3 chegou na sua última rodada e o Nacional tinha plenas condições de classificação, bastando "apenas" vencer o Primavera. Voltei à capital para esse compromisso.
Como não entro mais no gramado, foto posada só de longe e ainda assim quando alguma alma abençoada que estiver no campo quiser. Dessa vez, consegui a imagem do Primavera
O escrete nacionalista não estava numa posição cômoda faltando três partidas antes do fim da primeira fase. O empate contra o Batatais deixou o time na 13º posição, dois pontos acima da zona de rebaixamento. Na rodada seguinte, um sofrido 0x0 contra o forte São Bernardo os colocou em 11º. O inesperado e enorme triunfo contra o Rio Preto longe da capital – o primeiro em 2020 - somado a outros resultados fez com que os comandados de Tuca Guimarães chegassem ao surpreendente oitavo lugar dependendo somente das suas forças.
A missão paulistana certamente não seria fácil e se levássemos em conta o retrospecto, seria ainda mais complicada. As agremiações somavam dez confrontos na história concentrados entre 1985-1987 e 2013-2016. No primeiro período, dois triunfos nacionalistas em quatro compromissos. No segundo, nenhuma vitória em seis confrontos. O Naça tinha que quebrar uma escrita de 33 anos pensando na vaga nas oitavas. O clube interiorano também buscava uma classificação, mas ela só aconteceria através de uma complicada combinação de resultados.
Quando a bola começou a rolar o Primavera foi um pouco melhor nos primeiros 20 minutos. O melhor momento saiu aos 18 com finalização de Vitor Neves e boa defesa de Douglas. O Nacional equilibrou a ação e abriu o placar aos 25 com chute de Guilherme Lobo após belo passe de Ricardinho. O 1x0 não desanimou o Fantasma e o empate quase saiu no lance seguinte com o arqueiro da casa novamente mostrando serviço em tiro de Thiago Nonato.
Antes do intervalo o Naça teve uma enorme oportunidade para ampliar nos pés de Wellington, sem sucesso. Na etapa final imaginava que os visitantes continuariam fazendo um jogo equilibrado, mas não foi isso que aconteceu. Os donos da casa e encontraram e foram muito melhores. O segundo tento era questão de tempo. Os atacantes chegaram várias vezes dentro da área visitante, porém ele saiu apenas aos 36, novamente com Guilherme Lobo, agora de cabeça.
Aquele voo maroto de Douglas Lima, goleiro nacionalista
O atacante visitante João Vítor (2) tentando se livrar da marcação de Ricardinho (6)
Bom chute de Jardisson no ataque do Primavera
Bola levantada dentro da área paulistana
Guilherme Lobo, o artilheiro da tarde, comemorando um dos seus gols
De pênalti, Marcelinho diminuiu nos acréscimos, mas já era tarde para o escrete de Indaiatuba
A equipe de Indaiatuba tentou correr atrás de uma melhor sorte e teve um pênalti a favor aos 47 minutos. Marcelinho bateu forte no canto direito e fez o gol de honra. O Nacional 2-1 Primavera deu a vaga nas oitavas ao antigo SPR (embora até empatando teria se classificado), algo impensável antes da pandemia. Agora o adversário será o Noroeste, líder disparado da primeira fase, mas que viu o futebol cair de produção depois do retorno do torneio. Creio que as chances estão em 60/40 a favor dos bauruenses.
O futebol na era pandêmica volta no fim de semana com a abertura da gloriosa Segundona Paulista e o duelo ferroviário iniciando as quartas de final da A3. Tudo perto de casa, claro.
Até lá!
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Ficha Técnica: Nacional 2-1 Primavera
Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Rodrigo Pires de Oliveira; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Ricardinho, Alanderson, Welington, Tuca Guimarães, João Vitor, Renato; Gols: Guilherme Lobo 25 do 1º e 35 do 2º, Marcelinho (pênalti) 47 do 2º.
Nacional: Douglas Lima; Alanderson, Gabriel, Diego Chiclete e Ricardinho (Matheus Barros); André Rocha, Welington, Gabriel Vieira (Matheus Teta) e Guilherme Lobo; Tavares (Vinicius Faria) e Luquinha. Técnico: Tuca Guimarães.
Primavera: Cléber; João Vitor, Lucas (Cristhian), Renato e Emanoel (Carlos Iury); Lucas Lopes, Roney (Ronald), Vitor e Marcelinho; Thiago Nonato e Jardisson. Técnico: Paulo Pereira.
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