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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Grande estreia do Jabuca na Segundona Paulista

Texto: Fernando Martinez. Fotos: Fernando Martinez e Mário Gonçalves (times posados e arbitragem)


Com o ano chegando ao seu final e o calendário futebolístico espremido em virtude da pandemia, as federações estão organizando suas competições a toque de caixa e com formato hiper-mega-super reduzido. Com o Campeonato Paulista da Segunda Divisão não é diferente. O certame começou no sábado e vai durar exatos dois meses, algo bizarro e impensável em tempos normais. Iniciei os trabalhos com uma espécie de "clássico": Barcelona x Jabaquara no Estádio Nicolau Alayon.

Programada para começar em abril, a Segundona foi suspensa junto com todos os outros torneios organizados pela FPF ainda em março. Se alguns ficaram pelo caminho e não serão realizados em 2020 (como por exemplo o sub-17 e o sub-15), a última divisão estadual foi confirmada com 35 dos 42 participantes originais. Santacruzense, São Carlos, Joseense, Taboão da Serra, Mogi Mirim, Jaguariúna e Taquaritinga desistiram e agora só pensam em 2021.

Os 35 sobreviventes foram divididos em sete chaves com cinco times cada. A primeira fase será disputada em turno e returno e os dois melhores de cada grupo além dos dois melhores terceiros colocados se garantem nas oitavas. A partir daí, mata-mata até a grande decisão em dezembro. Elefante e Leão estão no Grupo 7 junto com Mauá FC, Mauaense e Ska Brasil (que diferente do que falam por aí não entra na Lista pois está atuando na filiação do Osasco FC).




O pessoal que estava no gramado nos ouviu e conseguimos pegar as fotos oficiais sem problema. Fica fácil quando os fotógrafos autorizados a permanecerem no relvado são animados. Já vi que pegar foto posada vai ser uma luta nesse período de futebol pandêmico

Ir até a casa nacionalista está sendo de boa pois pego apenas um ônibus na ida e na volta. Na pandemia é de longe a melhor opção. Pela primeira vez desde meu retorno aos estádios tive a companhia de amigos, a dupla Mário e Bruno, o último voltando à ativa após sete meses. Conversei pouco com a rapaziada, já que fui intimado a ser o homem da cabine de som e anunciar as escalações e substituições. Fiz tudo direitinho conforme os mestres da profissão. Foi um debut de respeito e já posso pensar em seguir carreira.

Dentro de campo foi aquela coisa: entra ano, sai ano e a gente sabe qual vai ser a campanha do Barcelona Capela. Adoro a gloriosa agremiação, porém a chance de subirem de divisão é a mesma que eu tenho de sair com a Luciana Vendramini. Mesmo assim esperava uma apresentação minimamente digna. Não que o Jabaquara fosse favorito, pelo contrário, pois faz tempo que não fazem nada de bom na Segundona. Só que dessa vez o rubro-amarelo surpreendeu.

Os visitantes foram muito superiores e dominaram completamente o adversário. O Barcelona tentou e mostrou disposição, mas não viu a cor da bola. O triunfo jabaquarense só não foi maior pois o iluminado goleiro Vítor Maciel fez seis defesas primorosas, três delas em finalizações à queima-roupa. A impressão que tive dos comandados do experiente técnico Lelo foi a melhor possível.


Aquela famosa pose plástica em disputa de bola pelo alto


O Jabaquara usou uma camisa estranha que não fez muito sucesso entre os amantes do futebol bretão. Da minha parte, apesar de não ser comum, ela é linda


Um raro ataque do Barcelona durante o primeiro tempo



Bola na rede do escrete paulistano, cena que aconteceu três vezes no Nicolau Alayon, e a comemoração dos atletas santistas

O camisa 1 da casa defendeu as finalizações de Biel e Netinho aos três e seis minutos. Aos nove, o Barcelona levou perigo pela única vez numa cobrança de falta de Igor. O Jabuca voltou a assustar aos 32 com Higor e finalmente passou à frente aos 33 com Biel. Antes do intervalo os santistas ampliaram em sobra de escanteio, chute na trave e nova finalização de Biel.

Quando a etapa final começou, o Jabaquara não deu nem tempo do Barcelona colocar as manguinhas de fora e chegou ao terceiro já no primeiro minuto com Higor aproveitando belo passe de Luvizetto. O triunfo estava definido. Apesar de criar vários momentos perigosos, o escrete santista desperdiçou a enorme chance de aplicar uma goleada histórica em cima do Elefante.


Bola levantada na área local e boa saída do grande nome da tarde, o goleiro Vítor Campos


No segundo tempo o Jabuca errou muito mais do que acertou, mas continuou ocupando o campo de defesa do Elefante


Placar final com a vitória jabaquarense contra o Barcelona... e poderia ter sido mais!

O resultado final de Barcelona 0-3 Jabaquara ficou barato para os paulistanos, que começam a Segundona com o pé esquerdo e nada faz crer que o cenário mude bastante no decorrer do certame. Minha atuação no sistema de som foi bem melhor do que a atuação local. O Jabuca foi bem, sim senhor. Venceu em uma estreia após nove anos (em 2011 fez 3x1 no Nacional também na capital bandeirante) e deixou uma ótima impressão. Vamos ver se eles seguram a onda nas próximas rodadas.

Menos de 24 horas depois do apito final retornei à Rua Comendador Souza para acompanhar o genial duelo ferroviário entre Nacional e Noroeste pelas quartas de final da Série A3. Era sem dúvida uma promessa de boa partida na Zona Oeste da capital.

Até lá!

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Ficha Técnica: Barcelona 0-3 Jabaquara

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Fabiano Monteiro dos Santos; Público e renda: Portões fechados; Cartões amarelos: Johnny, Vinicius Silva, Matheus, Netinho; Gols: Biel 33 e 44 do 1º, Higor 1 do 2º.
Barcelona: Vitor Campos; Kaique, André Luis (Vitor Lima), Emerson e Caique; Vinicius Silva, Vitor Hugo (Toninho), Higor (Matheus) e Caique; Johnny (Ramon) e Felipe. Técnico: Washington Souza.
Jabaquara: Marcelo; Gustavo, Rael, Rocha e Souza; Netinho (Darlyson), Juninho e Luvizetto; Biel (Pit), Matheus (Luan) e Higor (Hugo). Técnico: Lelo.
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