A espremida e mal formulada primeira fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior chegou ao fim com poucas surpresas espalhadas em seus 28 grupos. Duas delas atuaram no domingo passado e eu consegui armar uma rodada dupla para ver ambas em ação. A primeira foi a genial Desportiva Paraense, o time 616 da Lista, atuando contra o Bahia em Bragança Paulista.
Para essa partida, o destaque foi o ressurgimento do $eu Natal após meses de sumiço. Como ele armou algum esquema maluco na ZL paulistana e conseguiu um possante emprestado, eu e o amigo Luiz seguimos de carona com o taxista das estrelas até a simpática cidade. A viagem foi feita tranquilamente e faltando meia hora para o apito inicial, já estava dentro de campo.
Não visitava o Estádio Nabi Abi Chedid - para mim o local será eternamente conhecido como Estádio Marcelo Stéfani, mas em nome da informação, cito o nome oficial - desde 2008. Minha última vez ali havia sido num surreal confronto entre Portuguesa e o já extinto Ulbra Ji-Paraná de Rondônia em 27 de fevereiro daquele ano. Como o Braga jogará a A2 nessa temporada, pretendo marcar presença ali algumas vezes.
É inegável que hoje o local está numa situação muito melhor do que estava antigamente, principalmente por conta do restaurante montado embaixo da parte coberta do estádio, com direito a uma bela vista do campo de jogo enquanto o cliente bate aquela xepa esperta.
Voltando ao tema futebol, originalmente Bragança Paulista não seria sede na Copinha, e só conquistou esse direito depois que a cidade de Ilhabela teve problemas com seu estádio. Isso gerou uma situação bizarra (entre várias que aconteceram nesse ano): o time da cidade, caso do Bragantino, acabou não atuando longe da sua casa, mais precisamente em Limeira.
E foi justamente o Grupo 22 o responsável pelas maiores surpresas da fase inicial, quando Desportiva e Araxá terminaram respectivamente na primeira e segunda colocações, eliminando nada menos do que o poderoso Atlético Mineiro. Aposto que nem o mais fanático torcedor dessas duas humildes agremiações contava com isso.
Como ninguém contou direito a história da equipe na grande rede, vale dizer que essa é uma equipe fundada em 2008 e que já foi campeã paraense da categoria sub-20 em 2013. Em 2015 a Desportiva foi eliminada na semi-final do estadual, e mesmo assim se classificou para a Copinha depois da desistência da Tuna Luso. No fim do ano passado o time fez sua estreia no profissionalismo jogando a segundona e perdeu o acesso para o Águia de Marabá.
O Bahia fez campanha apenas suficiente para terminar em segundo no Grupo 21, atrás do Taubaté e à frente da Desportiva Aliança de Alogoas e do Sabiá do Maranhão. Podemos falar que a verdadeira estreia do Esquadrão de Aço foi nessa peleja válida pela segunda fase, pois o time começou o jogo a mil e quando os paraenses se ligaram o placar já mostrava 2x0 para o tricolor.
EC Bahia (sub-20) - Salvador/BA. Foto: Fernando Martinez.
Sociedade Desportiva Paraense (sub-20) - Marituba/PA. Foto: Fernando Martinez.
Capitães dos times e quarteto de arbitragem. Foto: Fernando Martinez.
O primeiro gol aconteceu aos 10 minutos em grande jogada de Cristiano pela esquerda. O camisa 11 viu o arqueiro deixar a meta desprotegida e na tentativa de encobrir Wesley, ele deu um toque de leve. O chute saiu bem torto mas por sorte serviu como uma assistência para Felipinho, que apareceu livre no segundo pau para tocar de cabeça e abrir o marcador.
Aos 24 o Bahia acertou uma boa troca de passes na entrada da área e Felipinho, contando um pouquinho de sorte depois da bola ser tocada por um zagueiro da Desportiva, chutou colocado no canto direito. Os paraenses até que fizeram uma mini-pressão no restante do tempo inicial, porém isso não deu nenhum resultado e o tempo inicial terminou com a importante vantagem baiana.
Felipinho saindo para comemorar seu primeiro gol da manhã. Foto: Fernando Martinez.
Bola zanzando pela área da Desportiva Paraense. Foto: Fernando Martinez.
Zaga paraense cortando cruzamento. Foto: Fernando Martinez.
Felipinho se preparando para chutar e fazer o segundo do Bahia. Foto: Fernando Martinez.
Como a programação do dia era de rodada dupla, aproveitei o intervalo para sair de campo e resolvi experimentar os serviços do restaurante do estádio. Enquanto comia muito bem por um preço relativamente baixo, o segundo tempo começou. A Desportiva passou a maior parte do tempo no campo adversário, sem que isso se transformasse em chances claras.
O time até que estava bem, só que aos 24 minutos o goleiro Wesley entregou o ouro e praticamente deu a vaga na terceira fase para o onze nordestino. Ele quis fazer uma rápida reposição e colocou a pelota nos pés de Geovane Itinga, que depois de perder uns 17 gols, finalmente fez o seu. Para fechar de vez o caixão da Desportiva, Felipinho completou seu hat trick aos 31 num contra-ataque primoroso.
Pelota escapando do domínio de jogador da Desportiva. Foto: Fernando Martinez.
Marcação firme em ataque baiano. Foto: Fernando Martinez.
Disputa de bola no meio de campo. Foto: Fernando Martinez.
Comemoração dos jogadores do Esquadrão de Aço por conta da classificação para a terceira fase. Foto: Fernando Martinez.
Frank fez o gol de honra aos 37 e o placar terminou em Desportiva Paraense 1-4 Bahia. Mesmo com a eliminação, ficou a certeza de que a equipe fez uma campanha histórica, terminando na 44º posição entre os 112 participantes. Para um time tão novo sem dúvida é um resultado incrível. Os baianos continuaram firmes e fortes na Copinha, e na fase seguinte enfrentaram a outra surpresa vinda do Grupo 22, o Araxá.
Da minha parte, a jornada do dia se encerrou com outro insólito encontro que só a Copinha pode nos proporcionar, na primeira partida que vi na capital paulista em 2016.
Até lá!
Fernando
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