Na noite da última sexta-feira fiz a minha última cobertura da Copa São Paulo de Futebol Júnior numa das semi-finais da competição. O confronto entre Corinthians e Cruzeiro não era muito perdido por conta da transmissão da televisão e pela presença de 274 fotógrafos e repórteres, mas eu fui lá mesmo assim, já que era a minha maior chance de entrar no gramado da Arena Corinthians pela primeira vez.
Como o jogo estava marcado para as 19h30, fui obrigado a pegar o trem na Estação da Luz no momento mais tranquilo do dia, aquele por volta das 18 horas. Fui empurrado, chutado e ainda tomei um trança-pé monstro na hora de entrar na composição. Fui obrigado a mandar um malabarismo maroto e, por sorte, me mantive firme e forte conseguindo com destreza um lugar para me sentar. Podemos chamar isso de manobra radical.
Cheguei de boa em Itaquera, só que ainda estava longe de conseguir entrar no estádio. Fui em três portões, cada um com um funcionário desinformado que não sabia aonde era a entrada da imprensa, e por conta disso percorri cerca de dois quilômetros. Menos mal que a temperatura estava incrivelmente baixa, e até frio senti, algo praticamente inédito num mês de janeiro por essas bandas. Depois de meia hora de andanças, finalmente cheguei à entrada certa.
Posso garantir que foi emocionante estar "do outro lado" no lugar que assisti a abertura da última Copa do Mundo. A energia dentro de campo é enorme e pude comprovar que a acústica da Arena é realmente sensacional. Fora que as dependências do estádio são incríveis também. Algumas áreas ainda não foram finalizadas, mas mesmo assim é um dos três melhores estádios que visitei na minha vida, se não o melhor.
SC Corinthians P (sub-20) - São Paulo/SP. Foto: Fernando Martinez.
Cruzeiro EC (sub-20) - Belo Horizonte/MG. Foto: Fernando Martinez.
Capitães dos times e quarteto de arbitragem. Foto: Fernando Martinez.
Quase 30 mil pessoas foram à casa corintiana para essa semi-final, o sétimo encontro entre corintianos e cruzeirenses na história da Copinha. Nos seis anteriores, duas vitórias alvinegras (1980 e 1985), três empates (1978, 1990 e 1994) e um triunfo celeste (2007). Embalado pelas quinze vitórias seguidas na competição, o Mosqueteiro apostava no fator campo - nem vou me alongar, porém vale registrar que colocar esse jogo no campo alvinegro não foi ilegal, mas foi imoral - para ir à decisão.
Só que a molecada sentiu a pressão durante o primeiro tempo e o Cruzeiro foi melhor do que o escrete paulista. Os locais tiveram apenas uma grande oportunidade, criada aos 27 minutos com Léo Jabá atacando pela direita e chutando forte para boa defesa de Lucão, e nada mais. Todas as investidas eram neutralizadas pelo setor defensivo dos celestes.
Já o Cruzeiro fez uma partida segura, com boas chances de gol. A primeira aos sete com Andrey e outra importante aos 22 com Dudu avançando pela direita e chutando cruzado. Aos 27 os mineiros saíram na frente com Rick Sena chutando firme no canto após furada de um dos defensores corintianos. O primeiro tempo terminou com a vantagem parcial para o time azul.
Desarme preciso de marcador cruzeirense. Foto: Fernando Martinez.
Ataque corintiano pela esquerda e bola sendo levantada na área. Foto: Fernando Martinez.
Bola voando dentro da área do Cruzeiro. Foto: Fernando Martinez.
No tempo final a partida melhorou bastante, principalmente porquê o Corinthians finalmente entrou em campo. Se nos primeiros 20 minutos o Cruzeiro ainda conseguiu bloquear as principais investidas locais, pelo menos o Mosqueteiro mostrava mais vontade.
Aos sete minutos aconteceu a primeira real chance do Corinthians, mas Mateus Pereira mostrou enorme displicência e, mesmo com o gol todo aberto, chutou na trave depois de Romão cruzar na área. Aos 19, numa jogada de puro oportunismo e contando com um pouquinho de sorte, os paulistas empataram. Lucão cortou mal cruzamento na área e Claudinho, mostrando uma grande visão de jogo, chutou por cobertura.
O empate foi a faísca para o alvinegro passar a pressionar o alvi-azul como ainda não havia feito. Aos 27, Gabriel Vasconcellos acertou a trave e no 35º minuto aconteceu a virada. Claudinho cruzou da esquerda e Pedrinho tocou de leve para colocar a pelota no canto esquerdo de Lucão. Embora o Cruzeiro tenha se lançado ao ataque, quem chegou perto de marcar novamente foi o Corinthians.
Atletas apostando corrida para ver quem chegava primeiro na bola. Foto: Fernando Martinez.
Camisa 4 do Cruzeiro cortando cruzamento. Foto: Fernando Martinez.
Atacante alvinegro encarando marcador mineiro. Foto: Fernando Martinez.
Placar final da semi na Arena Corinthians. Foto: Fernando Martinez.
No fim, não teve jeito, o Corinthians 2-1 Cruzeiro colocou o Mosqueteiro na 17ª final de Copa São Paulo da sua história, um recorde absoluto. O adversário foi o Flamengo, que na sua semi derrotou, também de virada, o América Mineiro. Na manhã do dia 25 (aliás, quando teremos de volta a final na parte da tarde, hein?) os dois times mais populares do país se enfrentaram e o rubro-negro conquistou seu terceiro título após vencer nos pênaltis.
Com esse jogo finalizo as coberturas do blog na Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2016, mais reduzida, porém sempre com aquela qualidade que só o JP pode proporcionar. Depois de tanto jogo de base, agora é a hora do futebol das divisões de acesso do Paulista aparecerem nas nossas páginas.
Até lá!
Fernando
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