Salve amigos!
Após mais de 20 mil quilômetros rodados pelos Brasil, passando por 10 sedes, assistindo jogos de 7 grupos em 7 sedes, vendo 19 seleções diferentes e fazendo muitos amigos, chego ao final de meu relato dessa experiência inesquecível que foi vivenciar a Copa do Mundo no Brasil.
Depois de uma semana curta de trabalho, voltei a meu cinco estrelas goiano e, desta vez, fiquei em um dos apartamentos utilizados pela delegação da seleção brasileira por ocasião do amistoso diante do Panamá. Só não perguntei quem ficou no meu quarto: isso o Hotel não revelou nem sob tortura.
Detalhe de meu QG goiano. Foto: Estevan Azevedo.
Na sexta-feira, assisti a classificação brasileira para as semifinais de um evento no próprio Hotel, repleto da high-society jovem alienada da Capital do Cerrado; em meu quarto, logo após chegar de viagem, vi os germânicos despacharem os insossos franceses.
No sábado, peguei meu “Araguaia” com destino à Capital Federal, para um duelo que prometia muito: a tradicional Argentina de Messi, bi-campeã do mundo que ainda não convencera na Copa, conquistando, com muita dificuldade, quatro vitórias obrigatórias; e a Bélgica, seleção cotada para ser uma grande surpresa no certame, que vinha de quatro vitórias importantes, mas sem mostrar um futebol de encher os olhos. O jogo prometia ser o grande tira-teima das quartas de final, e eram grandes as expectativas dos 68.551 presentes.
Seleções perfiladas para a execução dos hinos nacionais. Foto: Estevan Azevedo.
Árbitro conversa com Witsel e Di Maria. Foto: Estevan Azevedo.
A decepção ficou por conta de uma greve dos rodoviários do Distrito Federal: da Estação Central do metrô, tive que caminhar até o Mané Garrincha. Pior: como eu estava confiante na eficiência do sistema, testada e comprovada em dois jogos anteriores, nesse dia cheguei mais tarde na Central. Por sorte, a entrada no estádio foi sossegada, depois da extensa caminhada (aliás, no clima de Brasília, qualquer caminhada é chata).
Visão panorâmica do Mané Garrincha, por ocasião da partida. Foto: Estevan Azevedo.
Ataque belga na primeira etapa. Foto: Estevan Azevedo.
Desta vez, a grande torcida sofreu pouco. Logo aos 7 minutos, Mascherano roubou uma bola no meio de campo e rolou para Messi, um pouco mais a frente. O astro se livrou de dois belgas, incluindo o cabeludo Fellaini, e rolou para Di Maria, à direita.
O magrelo avançou em direção à área e rolou para Zabaleta, que caía livre pela direita. A bola desviou em Vertonghes e sobrou livre para Higuaín, que bateu de primeira, no canto direito de Courtois, abrindo o marcador e marcando seu único gol no certame, e o último da equipe.
Messi em mais uma pose para o JP. Foto: Estevan Azevedo.
Bola na área argentina. Foto: Estevan Azevedo.
Daí pro fim do jogo, a Argentina fingiu temer a Bélgica e a Bélgica fingiu que queria vencer, tonando o jogo um dos mais chatos da Copa. Aos 25 minutos De Bruyne chutou de longe para boa defesa de Romero. Pouco depois, a Argentina perdeu Di Maria, contundido.
Di Maria nos seus últimos momentos dentro das quatro linhas no Mundial. Foto: Estevan Azevedo.
A emoção ficava restrita às bolas paradas, como em uma cobrança de falta de Messi na entrada da área, aos 40 minutos, mas a bola passou por cima do travessão. A melhor chance da Bélgica foi aos 41 minutos, após uma cobrança de lateral: Vertonghem cruzou para Mirallas, que cabeceou com perigo, para fora. O jogo foi para o intervalo com a vantagem mínima para os argentinos.
Belgas reclamam de marcação de falta na entrada da área. Foto: Estevan Azevedo.
Messi cobra falta com perigo no final da primeira etapa. Foto: Estevan Azevedo.
Aos 5 minutos da etapa final, Higuaín fez boa jogada individual pela esquerda, mas a finalização foi desviada por Van Buyten. Ainda assim, a bola não entrou por pouco. Aos 9 minutos Higuáin perdeu outra grande chance: depois de colocar a bola entra as pernas e Kompany, carimbou o travessão de Courtois.
Wilmots sacou Origi e Mirallas e colocou Mertens e Lukaku, tentando dar mais ofensividade ao time europeu. A mudança pareceu surtir efeito: no minuto seguinte, Vertonghen enxergou Fellaini na área e cruzou para o cabeludo, que ganhou no alto de Demichelis, mas cabeceou para fora, com perigo.
Ataque argentino na primeira etapa. Foto: Estevan Azevedo.
Lentes JP flagram as feras Fellaini, Hazard e Mascherano. Foto: Estevan Azevedo.
Aos 19 minutos De Bruyne cruzou pra dentro da área, e Garay desviou antes da chegada de Lukaku, mas obrigou Romero a usar de seus reflexos a fim de não levar um auto-gol. A verdade é que, apesar de levar alguns sustinhos, a Argentina tinha o jogo nas mãos e a Bélgica não demonstrava grandes pretensões.
Aos 8 minutos da etapa final, o astro Hazard foi amarelado pelo árbitro. Foto: Estevan Azevedo.
Ataque belga na segunda etapa. Foto: Estevan Azevedo.
Aos 39 minutos, a Bélgica teve sua última boa chance: Fellaini desviou de cabeça para Lukaku, que atrasou para De Bruyne. O belga chutou com perigo, mas a bola foi desviada pela linha de fundo. Messi perdeu a chance de matar a partida nos acréscimos, mas Courtois fez grande defesa. A Bélgica ainda teve uma chance com Lukaku, que cruzou e foi cortado por Garay; na sobra, Witsel bateu por cima e ficou nisso.
Witsel, na entrada da meia-lua, se prepara para bater a gol, após Garay (na pequena área) cortar cruzamento de Lukaku (camisa 9, à esquerda). Foto: Estevan Azevedo.
Fim de jogo, Argentina 1x0 Bélgica, quinta vitória dos sul-americanos por um gol de diferença no torneio, selando a classificação para as semifinais de uma Copa depois de 24 anos. Os belgas deixaram de mostrar o esperado futebol e pararam diante da primeira camisa estrelada que encontraram.
Na saída do estádio, a tradicional festa das escadarias do Mané Garrincha, com muita provocação entre brasileiros e argentinos. Um show à parte.
Jogadores e torcedores argentinos comemoraram muito. Fotos: Estevan Azevedo.
Torcedor parecia prever a tragédia brasileira. Foto: Estevan Azevedo.
Brasileiros e argentinos se provocando na saída do estádio. Foto: Estevan Azevedo.
Com o apito final uma grande tristeza se abateu sobre mim. Talvez eu nunca mais possa ver uma Copa do Mundo em meu país, e as experiências vividas nessa foram inesquecíveis, um legado que carregarei comigo pelo resto da vida. Nem o desejo de acompanhar uma Copa em outro país serve de consolo. Eu não serei o mesmo, de forma que foi uma experiência única.
Minha última imagem de um estádio na Copa... Foto: Estevan Azevedo.
Retornei para Goiânia, pra relaxar um pouco mais. Passeei no zoológico no domingo, fui visitar um dos pontos marcados pelo acidente nuclear de 1987... Minha Copa ainda aguardaria bons momentos: o pós jogo em São Paulo, por ocasião da classificação argentina para a decisão, e a final, no Rio de Janeiro.
Infelizmente, não consegui ingresso para a partida, mas acompanhei pela TV em bares das proximidades do Maracanã, sentindo o clima da final. Depois fui pra Copacabana, acompanhar a confraternização final dos torcedores.
Vista do belo Zoo goiano encravado no centro da cidade e um dos locais contaminados no acidente nuclear de 1987. Fotos: Estevan Azevedo.
Reformas do Estádio Olímpico: detalhe que não poderia passar batido pelo JP. Foto: Estevan Azevedo.
Foi uma única Copa, mas cada um de nós vai carregar uma história muito pessoal sobre ela. Espero ter conseguido compartilhar um pouco da minha com vocês, amigos do JP.
Copacabana: meu registro da última grande confraternização dessa Copa! Foto: Transeunte.
Até a próxima (Copa? Quem sabe...)
Estevan Azevedo
sr. fernando voces esqeceram da ultima fase da 2 dvisao que comecou domingo que jogos voces fizeram domingo dia 29 de setrembvro e dia 1 de outubreo. gostar que voces fizessem um jogo do atibaiav dico no aguardo.
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