Salve amigos!
Dando continuidade ao relato de minhas aventuras pela Copa do Mundo, deixei Brasília após a vitória portuguesa sobre Gana, e me dei um final de semana relaxante e em grande estilo. Meu destino foi a simpática Goiânia, já que Brasília é muito sem graça.
O final de semana em Goiânia acabou sendo uma grande decepção. O clima de Copa era tão chocho que parecia que a Copa já estava sendo jogada na Rússia. Sem gringos pra fazer amizade ou praticar o inglês, a saída foi arriscar uns rolês pelos bares da cidade, onde é proibido dançar. Pois é, não se assuste se, ao entrar em uma boate na capital goiana, depara-se com uma placa com os dizeres: “É PROIBIDO DANÇAR”. Algo surreal, no mínimo.
Goiânia, vista da janela de meu quarto, e eu, finalmente relaxando. Fotos: Estevan Azevedo.
De Copa mesmo, só a plaquinha no saguão do Hotel, o único cinco estrelas da cidade, que abrigou o escrete canarinho para um dos amistosos de preparação, diante do Panamá.
Como tudo que é bom dura pouco, e o assunto é futebol, depois de acompanhar pela TV os dois primeiros dias das oitavas, rumei a Brasília na segunda, para acompanhar o duelo entre a França, uma das seleções que melhor se apresentou na primeira fase, contra a Nigéria, que surpreendeu ao eliminar a Bósnia e conquistar o segundo posto do Grupo F. Nessa partida, “matei” a campeã de 1998 e, revendo a Nigéria, completei todas as seleções de um continente no certame.
A chegada ao Mané Garrincha e o registro das tradicionais confraternizações no pré-jogo. Fotos: Estevan Azevedo.
Seleções perfiladas para a execução dos hinos. Foto: Estevan Azevedo.
O jogo começou bem movimentado e a França logo percebeu que a classificação não seria fácil diante das franco-atiradoras Super-Águias. Aos 18 minutos, Musa viu Emenike na área e cruzou da esquerda. O atacante nigeriano só escorou para as redes, mas o bandeira percebeu que ele estava levemente à frente do defensor, e assinalou o impedimento, corretamente. Apesar da anulação do gol, o lance acendeu as luzes amarelas para a seleção francesa.
Bola na área nigeriana. Foto: Estevan Azevedo.
A resposta francesa não tardou: Evra roubou a bola na defesa, rolou para Pogba, que tocou para Valbuena na direita. Valbuena cruzou de volta para Pogba, que obrigou Eneyama a fazer grande defesa, na melhor chance até o momento.
Jogadores reunidos antes de cobrança de falta para a Nigéria. Foto: Estevan Azevedo.
Aos 38 minutos, Evra segurou Odemwingie dentro da área, mas o árbitro não marcou a penalidade. No minuto seguinte Debouchy errou o gol após belo passe de Valbuena. A movimentada primeira etapa terminou sem abertura de placar.
Detalhe do pênalti não marcado pela arbitragem, que estava em cima do lance. Foto: Estevan Azevedo.
Equipes concentradas no meio de campo aguardando o apito final da primeira etapa. Foto: Estevan Azevedo.
No começo da segunda etapa, a Nigéria teve uma baixa: Matuidi entrou duro em Onazi e levou só o amarelo; ficou barato para o francês, e o africano teve que ser substituído. A primeira grande chance da segunda etapa foi nigeriana: Odemwingie recebeu na direita, carregou a bola para o meio, tirou dos zagueiros e bateu forte em cima de Lloris. A França sentia a Nigéria melhor em campo.
França se defendeu bastante no início da segunda etapa. Foto: Estevan Azevedo.
Detalhe do chute de Odemwingie. Foto: Estevan Azevedo.
Aos 21 minutos o goleiro Eneyama saiu mal do gol e por muito pouco Pogba não marcou. Apesar do domínio nigeriano, a França exigia respeito: aos 24 minutos Benzema tabelou com Griezmann, entrou na área, e bateu em cima de Eneyama. A bola subiu e ia entrar no gol, mas Moses salvou em cima da linha.
Detalhe da boa presença francesa entre os 67.882 presentes. Foto: Estevan Azevedo.
Lance da segunda etapa. Foto: Estevan Azevedo.
Aos 31 minutos a França teve outra boa chance. Benzema chutou cruzado após escanteio, e Ambrose afastou para o meio. Cabaye pegou a sobra e acertou a trave. Aos 33, Valbuena cobrou falta e Benzema cabeceou com perigo, mas Eneyama mandou para escanteio.
O gol francês amadurecia. O goleiro que salvara o gol acabou saindo muito mal da meta na cobrança de escanteio e Pogba, de cabeça, mandou para as redes vazias. Era o primeiro gol da França, depois de um grande sofrimento durante a partida.
Eneyama saiu mal do gol e a bola sobrou para Pogba marcar. Foto: Estevan Azevedo.
Atrás no marcador, a Nigéria foi atrás do gol de empate. Foto: Estevan Azevedo.
Aos 38 minutos Eneyama voltou a fazer bela defesa em chute de Griezmann. Já nos acréscimos, Valbuena cobrando escanteio cruzou para Griezmann no primeiro pau. Eneyama saiu mal do gol novamente, e a bola ainda resvalou em Yobo, que acabou marcando o segundo gol da França, enterrando de vez as esperanças nigerianas.
Jogadores da seleção nigeriana se despedem agradecendo o apoio da torcida brasileira enquanto os franceses comemoram com seus pares. Fotos: Estevan Azevedo.
Fim de jogo, França 2x0 Nigéria, placar construído nos 15 minutos finais que não reflete o que se viu em campo, embora indiscutível o mérito francês. A Nigéria havia conseguido seu objetivo de ir às oitavas, e a França, pelo que se viu nas quartas, também estava satisfeita.
A tradicional festa nas escadarias do Mané Garrincha teve espaço para uma bandeira bem conhecida dos fãs do JP. Foto: Estevan Azevedo.
Após a partida, peguei um ônibus de volta para São Paulo. Ainda havia uma partida pra assistir, mas as férias haviam acabado. A viagem foi sensacional: o que menos tinha no ônibus era brasileiro.
Tinha franceses, americanos, nigerianos, suíços, um jornalista indiano de paletó e bermuda, perdidaço e, é claro, colombianos. Um dos colombianos, não sei como, estava viajando em pé, porque não tinha dinheiro para a passagem. De vez em quando o cara deitava no corredor para dormir.
Depois de uma semana de batente teve “chorinho” de Copa com quartas de final em Brasília, e mais um final de semana no “mega blaster” hotel goiano, mas isso é assunto para o último post de minhas andanças.
Até lá!
Estevan Azevedo
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