Texto e fotos: Fernando Martinez
O final de semana teve apenas uma cobertura aqui no Jogos Perdidos, mas foi uma bem legal. Fomos até o Estádio Oswaldo Teixeira Duarte acompanhar a segunda apresentação da Portuguesa como mandante no Campeonato Brasileiro da Série C. O adversário foi o Rio Branco do Espírito Santo, o glorioso Capa Preta, em duelo válido pela quarta rodada do Grupo A6.
Tinha visto o Rio Branco apenas duas vezes até então. A primeira, inesquecível, foi na noite do famoso blecaute de 11 de março de 1999, também no Canindé: um 4 a 0 na Copa do Brasil. Estava no estádio quando acabou a luz em boa parte do país e voltar para casa, mesmo morando do lado, foi um inferno. Depois, vi o clube em Vitória contra o Vitória, em 2019, pela Copa ES. Assim como acontece em boa parte dos duelos da chave, a presença era obrigatória.
Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP

Rio Branco Atlético Clube - Vitória/ES
O venezuelano Daniel Alejandro Hidalgo Blanco, árbitro da Federação de Roraima, os assistentes paulistas Henrique Perinelli Oliveira e Gabriel Rodrigues Santos, o quarto árbitro, também paulista Henrique Otto Cruz Hengstman, e os dois capitães
Nilton, Eduardo, Pucci, Estevan e Victor, os amigos presentes no Canindé
Vindo de uma inesperada derrota contra o Água Santa, a Lusa entrou em campo naquele esquema de "precisa vencer para não se complicar" no embolado grupo. O Rio Branco tinha seis pontos, enquanto os rubro-verdes somavam quatro. Diferente do calor dos últimos dias, o sábado foi de céu nublado e previsão de chuva... que não demorou a chegar.
Nem bem a peleja tinha começado e Cristiano deixou os locais em vantagem. Ele acertou um belo chute cruzado da direita e colocou a bola no canto. Neguet ainda tocou nela, mas não conseguiu evitar o gol. Nos minutos seguintes, os paulistanos seguiram melhores, mas não demorou para o Rio Branco tomar conta das ações.
A Portuguesa recuou, e isso colocou o alvinegro no campo de ataque. Os capixabas criaram boas oportunidades e deixaram tudo igual com Luiz Fernando aos 36. A chuva chegou junto com o empate e caiu muita água no Canindé. Descobri que meu guarda-chuva novíssimo está furado, e foi difícil equilibrar mochila, câmera e ele ao mesmo tempo.
O temporal me obrigou a sair do gramado e acompanhar a etapa final nas cabines. Lá estava o amigo Mário, que não via havia algum tempo, e uma série de salgadinhos oferecidos pela Lusa, algo que não acontecia desde a saudosa época da Série A, pelos idos de 2013. De lá vimos uma partida muito equilibrada, com chances dos dois lados. Com o tempo passando rápido, parte da torcida se irritou com a atuação não tão brilhante. O Rio Branco estava na dele, segurando a igualdade e levando um ponto importante para o Espírito Santo.
Estava levando... pois aos 36, um dos zagueiros deu um verdadeiro abraço de urso em Lohan dentro da área e derrubou o atleta lusitano. Pênalti. Cristiano bateu firme e recolocou os locais em vantagem. O time capixaba ainda buscou o empate com afinco, e a zaga da casa sofreu com nove (!) minutos de acréscimos. Para a alegria dos quase 1.800 torcedores, no fim, a vitória se confirmou.
A Portuguesa começou bem o duelo contra o Rio Branco. Na segunda foto, ótima defesa do arqueiro visitante
Detalhe do gol de Cristiano, que abriu o placar no Canindé
Investida lusitana pela esquerda
No fim do primeiro tempo, caiu o mundo no Pari. Molhei até a alma


Detalhes da etapa final. Na última foto, o gol de pênalti de Cristiano que decretou a vitória rubro-verde
O placar de Portuguesa 2-1 Rio Branco fez o clube paulista voltar à liderança da chave, agora com sete pontos, mesma pontuação do Boavista. Na próxima rodada, o time comandado por Cauan de Almeida visita o Porto Vitória. Joguinho em que uma vitória fora de casa seria fundamental para manter a boa fase.
Ainda chovia forte após o apito final, e o amigo Eduardo deu uma providencial carona até a Estação Tietê para mim e o amigo radioativo Nilton. Não teve futebol no restante do final de semana e só voltarei aos campos na quarta, com uma boa e inédita rodada dupla em pleno dia útil.
Até lá!
Ficha Técnica: Portuguesa 2-1 Rio Branco/ES
Local: Estádio Oswaldo Teixeira Duarte (São Paulo); Árbitro: Daniel Alejandro Hidalgo Blanco/RR; Público: 1.813 pagantes; Renda: R$ 46.000,00; Cartões amarelos: Talles, Tauã, Cristiano, Barba, Júnior Dindê, Diego Fernandes, Darlan, Rodrigo Fonseca e Carboneri; Gols: Cristiano 10 do 1º e Luiz Fernando 36 do 1º, Cristiano (pênalti) 39 do 2º.
Portuguesa: Bruno Bertinato; Talles, Gustavo Henrique, Eduardo Biazus e Matheus Leal; Barba, Guilherme Portuga (Tauã), Cristiano (Matheus Nunes) e Rildo (Igor Torres); Lohan (Hericilis) e Cauari (Iago Dias). Técnico: Cauan de Almeida.
Rio Branco/ES: Neguet; Cayo Tenório, Matheus Castelo (Carboneri), Diego Guerra (Darlan) e Théo Kruger; Júnior Dindê (Maranhão), Romarinho, Marcos Júnior e Bruno Silva (Nenê Bonilha); Luiz Fernando (Vitor Leque) e Diego Fernandes (Ricardinho). Técnico: Rodrigo Fonseca.
Obs: O Rio Branco/ES teve uma substituição extra, Darlan no lugar de Diego Guerra, por motivo de concussão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário