Procure no nosso arquivo

segunda-feira, 10 de março de 2025

Após grande susto, Nacional vira no sufoco e rebaixa a Matonense

Texto e fotos: Fernando Martinez


Fazia um mês que eu estava armando uma viagem monstra pelo interior para o último final de semana. Não deu certo por falta de quórum, uma pena. Sem a caravana, me restou cumprir o dever cívico de acompanhar o Nacional no Campeonato Paulista da Série A4. O onze ferroviário enfrentou a lanterna Matonense pela 11ª rodada da primeira fase.

No retrospecto, foram 17 confrontos entre os dois. Os paulistanos venceram 12, a equipe de Matão quatro, e houve um empate. Desses, estive presente em seis, todos no século XXI. É o quarto adversário do Nacional que mais vi de perto em duelos profissionais, atrás apenas de Juventus, Portuguesa e Flamengo de Guarulhos.


Não teve foto posada oficial de cada um separado pois ambos se juntaram para protestar contra o racismo



Os dois times a postos para o Hino Nacional Brasileiro só para registrá-los de forma separada também


Capitães com o quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Gustavo Alencar Rodrigues, os assistentes Bruno Henrique Moura e Eduarda Gomide Rubio e o quarto árbitro João Batista Avelino

O time visitante chegou à capital carregando a terrível marca de 29 jogos consecutivos sem vencer. O último triunfo foi em 2 de abril de 2023, 1 a 0 sobre o São Bernardo, em um dos quadrangulares da segunda fase da Série A3. Depois disso, foram três empates e absurdas 26 derrotas. Seria o adversário perfeito para se reabilitar... não fosse o Nacional, que historicamente consegue se complicar em partidas assim.

No começo da peleja, os donos da casa foram bem. Antes dos dez minutos, já tinham criado duas ótimas chances, ambas defendidas de forma primorosa pelo goleiro Rafael. Mas a sina nacionalista falou mais alto aos 14, quando a bola foi recuada para o goleiro Luiz Carlos, ele perdeu o domínio, e Luiz, com o gol aberto, inaugurou a contagem. O Nacional sentiu o golpe e não se encontrou mais.

Logo depois do gol, fui para a parte coberta com a rapaziada: Milton, Pucci, Caio e o amigo Victor, todos espantados com a queda de produção dos mandantes. A Matonense jogava solta e conseguiu ampliar a vantagem com um chute cruzado de Bolt da esquerda. No intervalo, um inacreditável 0 a 2 estampava o placar.



As duas defesas sensacionais que Rafael fez, impedindo que o Nacional abrisse o placar nos primeiros 10 minutos de jogo






Quando o Nacional acordou, estava levando 2 a 0 no lombo. O primeiro tempo foi trágico. Na última foto, a comemoração da Matonense no segundo gol

Quando a bola voltou a rolar, o Nacional seguia perdido no gramado da Comendador Souza. Pouco produzia e a inspiração passava longe. Aos 23, a Matonense teve a chance de ouro para anotar o terceiro e liquidar a fatura. Em lance cara a cara, a pelota foi praticamente recuada, e o arqueiro local fez defesa tranquila.

Quatro minutos depois, o Naça teve um pênalti a seu favor. Ronaldy bateu firme e diminuiu. O gol reacendeu o time, e, com os mesmos onze em campo desde o início, o cansaço bateu na Matonense, que recuou. A pressão paulistana deu resultado aos 35, com um gol de cabeça de César Augusto. Logo na sequência, em bom ataque pela direita, Paulo Vítor completou na pequena área o cruzamento e virou a partida de forma heroica.


Na base do bumba-meu-boi, Ronaldy fez o primeiro tento gol em cobrança de pênalti


Não demorou e o Nacional deixou tudo igual em cabeçada discreta de César Augusto



Depois de sofrer a virada, a Matonense ainda tentou deixar tudo igual, mas já estava sem pernas


Sufoco extremo e vitória suada (como ninguém esperava) do Nacional em cima da rebaixada Matonense

O time do interior ainda tentou, mas não teve forças para reagir. Com a derrota por 3 a 2 e os resultados do domingo, a Matonense foi rebaixada para a Segundona de 2026. Será a primeira vez que disputará a quinta divisão estadual. Além disso, agora já são 30 jogos sem vencer.

Falando do Nacional, em jogos profissionais não me lembro de uma virada como essa. Na história, só me vem à cabeça a semi da Copinha de 2005, quando o Paraná Clube também abriu 2 a 0 e o Naça virou no segundo tempo. Difícil acontecer esse tipo de coisa ali pelos lados do Nicolau Alayon. O clube agora ocupa a quinta posição, com 21 pontos, três atrás do líder São Caetano.

Foi a única cobertura do final de semana. Março segue nesse ritmo moroso e sossegado, mas em breve a coisa vai pegar com o início do Brasileiro Sub-20, Brasileiro Feminino e os campeonatos paulistas de base no começo de abril. Por enquanto, seguimos de boa.

Até a próxima!

Ficha Técnica: Nacional 3-2 Matonense

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Gustavo Alencar Rodrigues; Público: 208 pagantes; Renda: R$ 2.580,00; Cartões amarelos: Nicollas, João Braga, Felipe Brian, Guilherme e Tuca Guimarães; Gols: Luiz 12 e Bolt 44 do 1º, Ronaldy (pênalti) 27, César Augusto 35 e Paulo Vítor 37 do 2º.
Nacional: Luiz Carlos; Cauan (Felipe Brian), César Augusto, Tallyson e Natan (Lucas Ronerto); Rômulo, Ronaldy, João Braga (Renan) e Emmanuel Manu (Paulo Vítor); Gustavo Índio (Victor Sales) e Nicollas. Técnico: Tuca Guimarães.
Matonense: Rafael; Yuri, Luiz Eduardo, Guaretta e JP (Hugo); Erick, Victor Hugo, Guilherme e Cristiano; Bolt e Luiz. Técnico: Nei Silva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário