Texto e fotos: Fernando Martinez
Chegou 2025 e, com o novo ano, começou mais uma edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Depois de não conseguir armar uma viagem longa nos dois últimos anos, finalmente voltarei a perambular pelo interior, assim como fiz em 2020 e 2022. E nada melhor do que iniciar a temporada com um jogo especial na pauta: Bandeirante de Brodowski x Tuna Luso no Estádio Mário Lima Santos, sede do Grupo 6.
Antes de mais nada, tenho um orgulho enorme em saber que esta é a primeira Copinha após a publicação da minha pesquisa. Ainda não há detalhes sobre a venda, mas o livro Copa São Paulo de Futebol Júnior – A História da Copinha foi lançado, e isso é o que importa. Aquele garoto que acompanhava o torneio pela TV nos anos 80 estaria bastante feliz. Bom demais seguir a competição in loco sabendo que sua história está devidamente registrada.
Voltando ao presente, a viagem começou cedo na sexta-feira, com a companhia do motorista Caio, do ressurgido Estevan e do homem-abelha Renato. Todos, exceto o Caio, visitariam o estádio pela primeira vez. Desde que o Botafogo utilizou o campo como sua casa no Paulista Sub-20 em algumas oportunidades, eu tinha vontade de assistir a uma partida ali.
O trajeto foi tranquilo, com uma parada pouco antes de chegar à aprazível Brodowski, cidade de 25 mil habitantes e terra do pintor Cândido Portinari. Foi a primeira vez que o município recebeu jogos da Copinha, algo natural considerando a ascensão do Clube Atlético Bandeirante.
Fachada do clube social do Bandeirante

Portão com o bonito escudo do Bandeirante de Brodowski

O glorioso Jaburu, mascote do clube da casa, atrás de um dos gols
Fundado em 1933, o Bandeirante nunca se profissionalizou. Em sua história, conquistou o título amador do estado em 2002 e o tricampeonato em 2022, 2023 e 2024. Em 2023, se filiou à FPF e passou a disputar competições de base. Sua estreia na Copinha era questão de tempo. O adversário foi a tradicional Tuna Luso, que retornou ao torneio após 25 anos. Coloquei o clube na Lista em novembro, quando enfrentou o São Paulo pela Copa do Brasil Sub-20. Dois meses depois, tive o prazer de revê-lo.
O estádio é um charme. Ajeitado, agradável, mas peca pela ausência de uma cabine de imprensa de verdade. Tirando isso (e a total falta de sombra), é um ótimo local. Falando em calor, ele me impediu de ficar no gramado. Fiz as fotos oficiais das equipes e logo busquei a primeira sombra disponível na arquibancada.

Clube Atlético Bandeirante (sub-20) - Brodowski/SP

Tuna Luso Brasileira (sub-20) - Belém/PA
Capitães do Bandeirante, da Tuna Luso e o quarteto de arbitragem
O CAB não teve um bom desempenho no Paulista Sub-20 de 2024 e foi eliminado ainda na primeira fase. Já a Tuna Luso conquistou a Supercopa Grão-Pará ao vencer o glorioso Capitão Poço na decisão, garantindo vaga na competição de base mais importante do país. Mas, como sempre, o retrospecto não entra em campo.
O Bandeirante foi superior em boa parte do primeiro tempo. Marcos Muzzi, camisa 8, abriu o placar e fez o primeiro gol da história do clube na Copinha aos 18 minutos. Os paraenses não desanimaram e, aos 33, empataram com um gol de pênalti de Alê. Com o 1 a 1 no intervalo, aproveitei para conhecer um pouco das dependências do clube, que conta com um grande salão, quadras, piscinas e muito espaço verde.
No segundo tempo, segui na arquibancada e de lá vi Fernandes recolocar os donos da casa à frente, também em uma penalidade máxima. A partir daí, o grande nome do jogo foi o goleiro Túlio. O camisa 1 do Bandeirante fez quatro ou cinco defesas difíceis, impedindo a Tuna Luso de chegar ao empate. Foi o grande destaque da minha partida número 1 de 2025.
O Bandeirante começou bem, apoiado pela sua torcida, que encheu as dependências do Estádio Mário Lima Santos

De pênalti, a Tuna deixou tudo igual ainda no primeiro tempo
No começo do segundo tempo, o Bandeirante voltou à frente em outro pênalti. Na segunda foto, a comemoração dos jogadores da casa
A Tuna se lançou ao ataque querendo outra vez o empate, mas não teve sucesso
No fim, a torcida vibrou com o Bandeirante 2-1 Tuna Luso, um grande passo rumo à classificação para a segunda fase. A Águia Guerreira se complicou, mas ainda tem duas rodadas para tentar o milagre. Como sempre, mal terminou a preliminar e os times do jogo de fundo já estavam em campo. Nenhuma equipe inédita para a Lista (ainda), mas uma partida emocionante.
Até lá!
Ficha Técnica: Bandeirante 2-1 Tuna Luso
Local: Estádio Mário Lima Santos (Brodowski); Árbitro: Rogério Fernando Alves Júnior; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Bruno, Marcos Muzzi, Túlio, Guilherme Santos, Igor Trindade, Wallace Carioca, Yaider Mena e Marcos Sadala; Gols: Marcos Muzzi 18 e Alê (pênalti) 33 do 1º, Fernandes (pênalti) 6 do 2º.
Bandeirante: Túlio; Antônio (Vitinho), Douglas (Guilherme Marques), Renato e Richard; Bruno (Keven), Clayton (Ronald), Marcos Muzzi e Fernandes; Marcos Vinicius (Guilherme Santos) e Cícero (Gladson). Técnico: Ricardo Quandt.
Tuna Luso: Gustavo; Everton Morais, Wallace Carioca, Igor Trindade e Davizinho (Madeira); Yaider Mena (Marcelo Loro), Thiago (Xamã), Henrico e Alê (Giovani); Saint Clair e Juninho (Fabrício). Técnico: Marcos Sadala.
Nenhum comentário:
Postar um comentário