Texto e fotos: Fernando Martinez
Cerca de 24 horas depois de ir até o Estádio Conde Rodolfo Crespi, retornei ao local para cobrir um duelo cheio de tradição válido pela Copa Paulista: Juventus x Portuguesa Santista. Confronto da antepenúltima rodada da primeira fase do Grupo 3 com o Moleque Travesso ainda lutando pelo milagre da classificação e a lanterna Briosa buscando pelo menos um triunfo antes da edição 2017 da Copa Paulista chegar ao seu final.
Clube Atlético Juventus - São Paulo/SP
Associação Atlética Portuguesa - Santos/SP
O árbitro Rodrigo Santos, os assistentes Ricardo Luis Buzzi e William Rogério Turola, o quarto árbitro Fábio Oliveira Mendes e os capitães dos times
O favoritismo grená era claro e cristalino. 806 pessoas foram à cancha mooquense e acabaram vendo uma atuação maiúscula do onze local, principalmente no primeiro tempo. Tudo bem que os onze compromissos sem vitórias da equipe santista não eram dignos de susto, mesmo assim a atuação dos comandados de Edilson Chiari foi provavelmente a melhor na Copa até aqui.
A primeira boa chance de gol foi a Portuguesa (e também foi a única no tempo inicial) aos cinco minutos. Washington cruzou da esquerda, Daniel tentou cabecear só que Marcelinho o atrapalhou e a bola passou. Fernando Júnior ainda teve a chance na sobra, porém chutou pela linha de fundo. Depois desse lance, só deu Juventus, para desespero de Ricardinho, técnico lusitano.
Decorridos onze minutos os locais abriram o marcador. Depois de uma boa arrancada pelo meio de campo, o árbitro marcou falta na intermediária, longe do gol. Marcelinho bateu com força e colocou a pelota no canto de José Guilherme, que aceitou um frangaço. Aos 31 os grenás tiveram outra falta marcada, dessa vez mais perto da área. Douglas cobrou firme e ampliou a vantagem. A pelota ficou zanzando em cima da linha e, na dúvida, o assistente deu o gol.
Aos 38 Caihame foi teoricamente derrubado dentro da área. Teoricamente, pois não houve o toque e mesmo assim o árbitro marcou penal. Ele mesmo cobrou aos 39 e fez o terceiro. Tomando 3x0 na lomba, o pessoal da Portuguesa Santista ficou um tanto quanto revoltado e partiu para a pancadaria. Aos 44 Camacho e Lucão trocaram cotoveladas e foram expulsos. Dois integrantes da comissão técnica visitante caíram na pilha e também foram ejetados por terem xingado o árbitro de forma ostensiva. Quando a peleja chegou ao intervalo demorou pro senhor juiz conseguir sair de campo em virtude de sua atuação abaixo da crítica.
Atletas da Briosa assistindo jogador do Juventus cabecear a pelota
Batida de pênalti de Caihame no terceiro gol juventino
O fraco time da Portuguesa Santista não foi páreo pro onze local no primeiro tempo
Muita reclamação dos atletas visitantes ao término do primeiro tempo
Quando os times retornaram ao gramado, o treinador de goleiros da Briosa, um dos expulsos, ficou cerca de dez minutos tentando argumentar o impossível com o árbitro, impedindo o reinício do jogo. A situação lembrou bastante aquelas tretas surreais dos anos 70/80 e confesso que não me lembro de ter presenciado algo assim nos meus quase 35 anos de estádios até hoje. Valeu pela bizarria.
Quando a bola voltou a rolar o Juventus permaneceu muito melhor. Apesar disso, a Briosa conseguiu diminuir aos 14 minutos. Cesinha derrubou Lucas Lino dentro da área. O próprio camisa 7 bateu firme e fez o primeiro. Esse tento foi uma fugaz reação santista pois não demorou pro Moleque Travesso voltar a levar perigo.
Numa boa jogada que contou com a participação de todo o setor ofensivo saiu o quarto gol aos 21 minutos. A finalização foi do camisa 10 Baroni. Ele quase fez o quinto numa ótima cobrança de falta, mas o arqueiro da Briosa fez grande defesa. Vale registrar que desde 2013 os grenás não faziam quatro gols numa apresentação da Copa Paulista.
Expulso durante o tempo inicial, o preparador de goleiros da Briosa atrasou o início do tempo finalem quase dez minutos por conta das suas reclamações
Não sei aonde a bola está, mas esse é o lance do gol de honra da equipe santista, marcado por Lucas Lino
Ataque grená pela esquerda do ataque
Baroni saindo para comemorar o quarto gol paulistano
No fim, o placar de Juventus 4-1 Portuguesa Santista deixou os grenás com 14 pontos na tábua de classificação, ainda bem longe do G4. O time vai precisar vencer seus dois compromissos finais (contra Santos e São Caetano) e torcer por uma surreal combinação de resultados. Resumindo: a vaga vai pintar na base do milagre. Já a Briosa tenta vencer uma mísera partida, mas sabe que a chance disso acontecer é quase nula.
Voltamos à ativa no domingo com um jogo absolutamente genial. Decisão de vaga na Segundona com duas das equipes preferidas da casa num encontro com todos os ingredientes das velhas segundonas dos anos 80. Não dava pra perder de jeito nenhum.
Até lá!
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