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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Grande virada do Paulista contra o Catanduvense no Jayme Cintra

Opa!

Fechando a rodada esportiva do último final de semana, no domingo de tarde - um horário sensacional para um jogo de futebol - peguei a estrada e fui até a cidade de Jundiaí para um jogo do Campeonato Paulista da Série A2. Na pauta, o duelo entre Paulista e Catanduvense pela 16ª rodada do genial certame. A equipe da Cidade-Feitiço foi a 38ª a entrar na lista do Projeto 40.

O Galo nunca foi um habitué do JP nos nossos dez anos de atividade, muito por conta da equipe sempre ter jogado a A1 nesse período. Na nossa história cobrimos apenas dez partidas do time profissional do Paulista dentro da sua casa, a última delas em 2011. Já a minha pessoa não via uma partida da equipe ali há mais tempo ainda, desde 2009.

Estava na hora de voltar, ainda mais depois do rebaixamento de 2014. Já tinha programado essa viagem há muito tempo, também pelo fato que essa foi a vez em que o time de Catanduva chegou mais perto da capital na temporada, uma grave distorção da tabela montada pela FPF. Ia sozinho, mas ganhei a companhia da dupla Renato/Nílton de última hora. Seguimos via Cometa e chegamos na Terra da Uva sem problemas.

Fomos até o Estádio Doutor Jayme Cintra de táxi e faltando uma hora para o começo do jogo já estávamos na famosa lanchonete que fica ali. Deu tempo de matar a sede e conversar com vários integrantes da torcida do Galo, todos agradecendo de forma muito simpática a presença do JP na cidade depois de tanto tempo. Recepção mais legal do que essa impossível.


Paulista FC - Jundiaí/SP. Foto: Fernando Martinez.


G Catanduvense de F - Catanduva/SP. Foto: Fernando Martinez.


Capitães dos times com o árbitro Luciano Monteiro dos Santos e os assistentes Mauro André de Freitas e Daniel Luis Marques. Foto: Fernando Martinez.

A expectativa do pessoal em torno da campanha do Paulista não era das melhores antes do começo da A2. Todos já imaginavam que 2015 seria uma temporada de recuperação depois da catastrófica campanha do ano passado. Só que nem o mais pessimista torcedor imaginava que o time iria jogar tão mal no início da competição. Nas sete primeiras rodadas o Galo venceu apenas uma vez e foi parar da zona de rebaixamento.

Aos poucos o time engrenou e nas oito últimas pelejas a equipe saiu de campo derrotada apenas duas vezes, lembrando que no mesmo período aconteceram cinco vitórias. Se não deu para lutar pelo acesso, pelo menos a equipe se afastou da zona de rebaixamento e vai conseguir se manter na A2 em 2016, ano em que o planejamento promete ser melhor.

Se pelos lados do Jayme Cintra as coisas melhoraram, em Catanduva a história é outra bem diferente. Na sua 12ª temporada consecutiva, o time que disputou a A1 em 2012 faz a sua pior campanha em todos os tempos. O Grêmio venceu apenas três dos quinze jogos disputados e praticamente é certo que disputarão a A3 em 2016. Existe salvação ainda? Sim, mas a cada dia que passa ela fica mais longe.

E na bela tarde de outono em Jundiaí presenciei mais um jogo muito bom pela segunda divisão estadual. Os dois times iniciaram os trabalhos com um jogo mais embolado no meio-campo e bastante equilibrado. O que mudou esse cenário foi a expulsão de Alemão, camisa 5 do Catanduvense, aos 19 minutos de partida. Era tudo que o Paulista precisava para passar a dominar a peleja.

O que se viu a partir desse momento foi um daqueles jogos de "ataque contra defesa" com o Galo ocupando todo o campo visitante e o Grêmio se defendendo e tentando armar algum bom contra-ataque. Dois minutos após a expulsão vi um dos lances mais surreais até aqui em 2015. Num período de dez segundos o Paulista colocou uma bola na trave e o goleiro Guilherme fez duas grandes defesas à queima-roupa. Inacreditável.

Aos 30 a zebra resolveu das as caras no Jayme Cintra. Num raro ataque visitante, a bola foi levantada na área e o camisa 11 apareceu livre para cabecear para o fundo das redes. Esse gol foi um balde de água fria nos atletas locais, que demoraram alguns minutos para assimilarem o susto.

Quando a cabeça voltou ao lugar, finalmente o Paulista deixou tudo igual numa boa troca de passes do seu setor ofensivo. Erik Mamadeira tocou, recebeu de volta e chutou firme para vencer o arqueiro da Bruxa e levar o jogo em 1x1 para o intervalo.


Boa saída de Guilherme, goleiro do Catanduvense. Foto: Fernando Martinez.


Lance que originou a expulsão de Alemão aos 19 minutos. Foto: Fernando Martinez.


Fabinho, camisa 9 da Bruxa, se aventurando na defesa. Foto: Fernando Martinez.


Mais um ataque perigoso do Paulista. Foto: Fernando Martinez.


Detalhe do gol de empate do Galo, marcado por Erik Mamadeira. Foto: Fernando Martinez.

No tempo final a pressão local ficou mais intensa e o Grêmio não conseguiu mais passar do meio-campo. Os jundiaienses foram responsáveis por uma blitz interminável no campo defensivo do time azul e branco. O Catanduvense se segurava como podia e à medida que o tempo passava, a equipe acreditava que poderia somar um pontinho precioso.

O técnico Roberval Davino, veterano nas divisões de acesso do Paulistão, realizou uma série de trocas que deixaram o time da casa vivo até os últimos momentos. E justamente dois dos atletas que entraram durante o tempo final que decidiram a partida a favor do Galo na base do sufoco.

Primeiro foi Felipe Diadema que virou a peleja, isso já quando o relógio marcava 42 minutos (!) do segundo tempo. Ele aproveitou um rebote do goleiro Guilherme e tocou firme para o fundo do gol. O Grêmio desabou e três minutos depois sofreu o terceiro quando Jader aproveitou um cruzamento da esquerda.


Briga dentro da área da Catanduvense no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.


Ataque pela esquerda. Foto: Fernando Martinez.


O Paulista tentou a virada de forma insistente em todo o tempo final. Foto: Fernando Martinez.


Detalhe do gol de virada do Galo, marcado no sufoco por Felipe Diadema. Foto: Fernando Martinez.


Comemoração do camisa 13 do Paulista de Jundiaí com o segundo gol do time. Foto: Fernando Martinez.

O placar final de Paulista 3-1 Catanduvense foi conquistado na raça e deixou a certeza que se o time tivesse começado a A2 mostrando essa vontade e esse futebol certamente estaria lutando pelo acesso. Pelo menos o fim da disputa da competição será num bom nível. Para o Grêmio, infelizmente a A3 em 2016 está cada vez mais perto.

Enfim, com o jogo terminado ainda ficamos ali conversando com os amigos torcedores antes de voltar para a rodoviária da cidade. O taxista que nos levou de volta foi o mesmo da ida, um carioca alucinado que mora há 30 anos em Jundiaí e que com certeza estava sob efeito de algum aditivo. Menos mal que o motorista do Cometão estava "limpo" e nos trouxe até a capital sem problemas.

Até a próxima!

Fernando

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