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terça-feira, 28 de abril de 2015

Vitória da campeã Ferroviária e fim do sonho do acesso no Azulão

Fala, pessoal!

Depois de um final de semana dominado pela preguiça e pelos playoffs da NBA - por sinal, absolutamente sensacionais - o futebol voltou à tona por aqui na sessão noturna da segunda-feira. O adormecido Projeto 40 retornou com estilo e com direito ao melhor time do Campeonato Paulista da Série A2 na pauta. Fui até o ABC para ver o duelo entre São Caetano e a grande campeã Ferroviária, o 39º time e penúltimo a entrar na minha lista.


AD São Caetano - São Caetano do Sul/SP. Foto: Fernando Martinez.


Ferroviária F S/A - Araraquara/SP. Foto: Fernando Martinez.


Capitães dos times, o árbitro José Cláudio Rocha Filho, os assistentes Rogerio Pablos Zanardo e Osvaldo Apipe Filho e o quarto árbitro Roberto Pinelli posando para as lentes do JP. Foto: Fernando Martinez.

Essa foi a primeira e única vez que a equipe de Araraquara veio jogar na Grande São Paulo em 2015 e a minha presença era obrigatória. Na primeira metade da A2 parecia que essa seria a decisão do título graças à boa campanha de ambos. A Ferroviária em nenhum momento "baixou a guarda" e foi capaz de deixar o nível alto das suas atuações numa constante.

Os grenás venceram treze das dezessete partidas realizadas, entre elas o massacre contra o Monte Azul por 7x1 e a grande goleada de 4x0 contra o ótimo time do Novorizontino. E foi o último triunfo - 1x0 contra o Guaratinguetá - que deu o grande título da competição ao onze grená (o terceiro em todos os tempos). Uma conquista mais do que merecida para quem passou por maus bocados desde 1996, seu último ano na principal divisão do estado.

A antiga AFE caiu da A1 para a A2 em 1996 e no ano seguinte da A2 para a A3. Em 2000, novo rebaixamento e a inédita queda para a quarta divisão estadual. A equipe subiu em 2001, mas dois anos depois foi rebaixada novamente para a Série B1 com o 15º lugar na terceirona. A tradicional agremiação estava no fundo do poço e sem muitas perspectivas positivas para o futuro.

No final dessa temporada acabou acontecendo um momento crucial na história da equipe grená. Sem conseguir montar times competitivos e com muitas dívidas, a AFE se afastou do futebol. Para seu lugar, foi criada então a Ferroviária Futebol S/A, subterfúgio bastante comum em casos assim, com um novo CNPJ e nova data de fundação: 3 de dezembro de 2003.

Desde então as duas entidades passaram a co-existir e de acordo com a Lei Pelé até poderiam jogar simultaneamente, já que a AFE não era acionista do time-empresa. Isso não aconteceu e a partir da Série B1 de 2004, a FFSA "herdou" a vaga no estadual mesmo sendo uma equipe diferente. É, não sabemos o motivo, mas a FPF considerou que eram a mesma coisa, esportivamente falando, mesmo não sendo, legalmente falando.

Enfim, na B1 de 2004 a Ferroviária Futebol S/A iniciou suas atividades e logo conquistou o acesso. Em 2007, nova promoção, agora para a A2. Foram duas temporadas nessa competição e em 2009 rolou nova queda. Mas nem deu tempo para chiar, pois em 2010 a equipe foi vice da A3 e voltou para a segunda divisão estadual. No fim de 2011 aconteceu outro momento importante para toda a coletividade araraquarense, a "unificação" das diretorias.

Se legalmente a situação não se alterou, pelo menos simbolicamente a presença de pessoas ligadas a AFE na direção da FFSA trouxe um pouco mais de credibilidade ao clube e também deu a chance de obter mais recursos para a manutenção do time profissional. As campanhas medianas na A2 de 2012 até 2014 serviram para pelo menos manter o time nesse complicado campeonato nunca deixando de lado o sonho do acesso para a A1. Sonho que se realizou com a magistral campanha nessa temporada.


Camisa de goleiro com o escudo da AFE e a menção da Ferroviária Futebol S/A, time-empresa que "herdou esportivamente" a vaga em 2004, mesmo sendo na realidade outra equipe. Foto: Fernando Martinez, 

Já para o São Caetano a promoção que parecia certa foi se transformando num pesadelo aos poucos. Não podemos dizer que o Azulão fez uma campanha ruim, mas por conta da enome competitividade que vimos nessa A2, com Independente, Oeste, Água Santa e Novorizontino disputando cabeça-a-cabeça um espaço no G4, o time rateou em momentos cruciais. Os cinco pontos perdidos no Anacleto no empate contra a Matonense e na derrota para o Guarani colocaram o time em alto risco. Para se garantir na A1 sem depender de ninguém, eram necessárias duas vitórias nos dois jogos finais.

O quarto confronto entre as duas equipes na história (contando os dois da AFE em 1993 e o da FFSA em 2014. E nos três aconteceram três empates) foi de altíssimo nível, com certeza uma das melhores pelejas que vi em 2015. Foi o São Caetano quem jogou melhor e teve mais posse de bola durante todo o tempo. Precisando vencer, o time do ABC tomou a iniciativa desde os primeiros momentos.

Diogo Acosta, artilheiro da A2 até aqui com onze gols, criou a primeira grande chance aos 9 minutos. O atacante recebeu passe preciso de Xuxa e chutou cruzado para grande defesa do arqueiro Rodolfo. Começava aí uma das melhores atuações que vi de um goleiro em muito tempo.

A zaga da Ferroviária sofreu com os ataques locais, e só conseguiu parar as investidas na base das faltas. Aos 23 Esley teve mais uma grande chance. A maior de todas aconteceu aos 38 minutos com Róbson. Ele recebeu bom passe dentro da área, tirou do zagueiro, mas tocou pra fora.

Essa oportunidade perdida fez falta, muita falta. No último lance do tempo inicial, a equipe araraquarense conseguiu armar seu primeiro contra-ataque perigoso. A bola foi tocada para Tiago Adan, um dos destaques do time na competição. Ele avançou livre de marcação por todo campo de defesa do time da casa e tocou com classe no ângulo direito do goleiro Saulo.


Jogada do São Caetano pelo alto. Foto: Fernando Martinez.


Melhor durante todo o jogo, o ataque do Azulão infernizou a zaga da Locomotiva. Foto: Fernando Martinez.


Jogadores aguardando a bola chegar dentro da área da Ferroviária. Foto: Fernando Martinez.


Troca de passes no setor ofensivo. Foto: Fernando Martinez.

No tempo final o São Caetano foi ainda mais perigoso. A equipe cansou de chegar com perigo dentro da área de Rodolfo, mas o camisa 1 do time de Araraquara fez uma partida simplesmente antológica. Não é a toa que ele foi escolhido como o melhor goleiro da competição.

Aos 16 aconteceu o único erro do arqueiro. Xuxa jogou a bola na área e, ao sair mal do gol, Rodolfo deixou a meta livre. Sandoval tocou de cabeça e jogou pra fora. Aos 21, grande cobrança de falta de Artur e ótima defesa. Aos 31 a vez de Xuxa bater uma falta com perigo e Rodolfo mandar para escanteio. Só dava São Caetano.

No lance seguinte Diogo Acosta cabeceou para mais uma defesa sensacional e no rebote Sandoval tocou firme, mas o zagueiro Negueti tirou. Aos 35 o momento mais perigoso. Róbson cobrou escanteio da direita, Sandoval cabeceou e Rodolfo fez um milagre para evitar o empate.

A Ferroviária saiu pela primeira vez ao ataque aos 37 minutos, e Saulo evitou o segundo gol após boa jogada pela direita. De tanto criar, criar, criar e não marcar, o São Caetano sofreu o duro golpe do "quem não faz toma" aos 44. Num bom contra-ataque pela esquerda, a bola foi tocada para Mílton Júnior. Ele chutou, o arqueiro defendeu, mas no rebote a pelota bateu em Sandoval e entrou. Um duro castigo para o time do ABC.


Ataque pela direita no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.


Rodolfo defendendo cobrança de falta de Artur. Foto: Fernando Martinez.


Como se já não bastasse a grande atuação debaixo das metas, Rodolfo também se arriscou no ataque. Foto: Fernando Martinez.


Outra investida do time do ABC. Foto: Fernando Martinez.


Cabeçada local com perigo. Foto: Fernando Martinez.

No fim, o São Caetano 0-2 Ferroviária simplesmente eliminou o Azulão da A2 com uma rodada de antecedência. Além disso o triunfo deu o acesso matemático ao Grêmio Novorizontino e o quase-certo-acesso para o Água Santa. O time de Diadema só não sobe na rodada final com uma catástrofe. A última vaga será definida no confronto direto entre Oeste e Independente de Limeira.


Rodolfo, o melhor goleiro da Série A2 2015, depois de uma partida antológica. Foto: Fernando Martinez.


Torcida ae jogadores da Ferroviária fazendo a festa depois do apito final. Foto: Fernando Martinez.

Para fechar. o Data Fernando informa que se a Locomotiva vencer sua última partida contra o Guarani, a equipe passará a ter o melhor aproveitamento numa segunda divisão estadual pelo menos desde 1977. O XV de Piracicaba de 1983 ostenta até hoje a melhor performance numa segundona, com um aproveitamento de 80,43%. O time grená tem hoje um aproveitamento de 79,62% e se vencer o Bugre, passará a ter 80,70%, indo para a liderança desse sensacional ranking. Será que a Ferroviária consegue superar essa marca de 32 anos? Estaremos de olho!

Até a próxima!

Fernando

Um comentário:

  1. sr. fernando pasrabrens pelos 39 clubes da s seres a2 e a3 que voces mostraram. gpostaria dfe pedir ao sr. fernando de corfaçaok na 2 dvisdikao 2015 mostrar todos os jogtos do barcelona que joga aqui em sao paulo pelo seguinte times do interior lemense. elosport capao bonito,palmeirinha porto ferreira, ole brasil ribeirao preto, sao carlos amparo vem jogar aqui e fica mis vfacil par voces mostra\re estes times do interior. tamben gostari que voces fizessem jogos da portuguesa santisrta, ecus de suzano, mantiqueira, que vem jogar em santos com jabaquara e portuguesa santista que foi ontem, mauaense. contamdo estes dois gruopos da 20 clubes para voces mostrarem na 1 fase. 2 fase mais 4 do grupo de longe bandierrante birigiu, fernandopolis, america noroeste, assissense, grmemio prudente, tanabi se algus destes se clasificarem para a 2 fase mas contado da para voces mostrarem 26 clubes fica 4 de forta para completar 30 . pois e dificil voves irem ao interior. sr fernando fico no aghuardo de uma resposta urgente dia 4 de maio de 2015. me responda. um abrasço sr fernando.

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