Texto e fotos: Fernando Martinez
Ah, a preguiça... um dos sete pecados capitais foi o responsável por eu ter ficado em casa em boa parte da semana. Só deixei a morosidade de lado na tarde de sexta-feira para ver o 26º duelo entre Juventus e Nacional da minha vida (contando todas as categorias, claro). Dessa vez o confronto foi pelo Campeonato Paulista sub-20 da Primeira Divisão na disputa da sua segunda fase. O palco foi o velho Estádio Conde Rodolfo Crespi.
Ambas as equipes foram bem jogando o Grupo 3 da primeira fase e ambas se garantiram por coincidência na mesma chave também na fase atual. Junto com Grêmio Novorizontino e São Bernardo, os dois fazem parte do Grupo 6. No primeiro turno, os grenás somaram seis pontos e ficaram na segunda colocação, atrás do Tigre no saldo de gols. O Naça era o lanterna por terem a mesma pontuação e um saldo de gols pior do que o do Bernô.
Clube Atlético Juventus (sub-20) - São Paulo/SP
Nacional Atlético Clube (sub-20) - São Paulo/SP
Capitães dos times e quarteto de arbitragem
Os antigos adversários fecharam o turno da chave com um triunfo juventino por 2x0 jogando na Zona Oeste. Após o apito final o pau cantou e o que se viu na cancha nacionalista foi uma daquelas clássicas pancadarias generalizadas que começou do lado de fora e passou para o gramado. No fim, dois expulsos de cada lado e uma pergunta: será que a Rua Javari veria resquícios de toda a treta?
Falando um pouquinho de história, desde que a FPF reorganizou as categorias de base em 1980, Juventus e Nacional duelaram em 23 oportunidades com onze triunfos grenás e 26 gol marcados, seis ferroviários com 19 gols feitos e seis empates. Com o mando juventino, onze jogos, seis vitórias locais, quatro empates e apenas uma vitória visitante, um 1x0 em setembro de 1996. Um triunfo do velho SPR, além de quebrar o tabu de 23 anos, era essencial pensando em vaga na terceira fase.
Quando a peleja começou os vimos alguns lances ríspidos e vontade excessiva por parte de atletas dos dois clubes. Logo a arbitragem agiu e o foco voltou a ser apenas o futebol. Aos doze minutos o Juventus criou o primeiro bom momento depois que Arthur Moura, camisa 9, recebeu pela esquerda e chutou de primeira. O goleiro Hans Santos fez ótima defesa.
Os locais eram melhores, tanto que o Nacional teve a primeira chance real apenas aos 28 minutos. Após boa troca de passes, Guilherme Teixeira chutou cruzado pela direita e a bola tocou na rede pelo lado de fora. Aos 30, saiu o primeiro gol quando Lucas da Costa cobrou falta pela esquerda e Pablo Vinícius surgiu entre os zagueiros para cabecear e colocar o Juventus em vantagem. Nos minutos finais, o Naça teve dois bons momentos em chutes de longa distância.
Chegada grená pela direita sob o atento olhar do atleta nacionalista
Matheus Lopes (6) lançando para o campo de ataque visitante
Momento exato em que Pablo Vinícius cabeceou firme e abriu o placar
O Juventus atacou bastante no primeiro tempo, a maior parte das vezes pela direita
No tempo final a ação recomeçou com um Nacional animado e disposto a buscar um resultado melhor. Aos 19, Washington Bispo criou o melhor momento num tiro que tirou tinta da trave juventina. Como o escrete grená é bem arrumado, aos 24 minutos rolou a chance de ouro de ampliar o marcador e praticamente definir a partida. Rikelme, atleta que defendeu a centenária agremiação ferroviária entre 2018 e 2019, foi lançado em profundidade e a zaga parou pedindo impedimento. Ele avançou pelo campo de defesa, entrou na área e teve toda a calma para escolher um canto e fazer a festa. Só que o camisa 7 finalizou mal e a pelota saiu à esquerda.
O Juventus sentiu demais o gol perdido e o Naça se mandou ao ataque, colocando pressão no adversário. Aos 35, na base da bola cantada, o árbitro marcou pênalti a favor dos visitantes. Lucas de Paula bateu bem e deixou tudo igual. A blitz se intensificou nos minutos finais e aos 43 quase saiu o segundo numa finalização que foi salva em cima da linha. No minuto seguinte não teve jeito. Num ataque pela esquerda, a bola foi cruzada na área, passou por um dos avantes mas não pelo camisa 17 Josué. Ele chutou meio torto e mesmo assim a pelota teve como destino o canto esquerdo de Cauá França.
A postura ferroviária mudou no segundo tempo com o time mais ligado
Disputa de bola na entrada da área em ataque juventino
Atleta do Juventus caído no chão e roubo de bola a favor do Nacional
Lucas de Paula bateu bem o pênalti e deixou tudo igual na Javari
Os cinco minutos de acréscimos não foram suficientes para que o Moleque Travesso pudesse empatar novamente. Quando o cotejo chegou ao fim, o placar de Juventus 1-2 Nacional surpreendeu e gerou uma enorme festa dos atletas e comissão técnica visitantes. O triunfo quebrou o tabu de 23 anos citado no começo do post e recolocou os ferroviários na briga por uma vaga na terceira fase. Agora o Novorizontino tem nove pontos, os rivais paulistanos tem seis e o Bernô tem três. Na próxima rodada, o Naça recebe o líder em difícil compromisso dentro do Nicolau Alayon.
Falando em Nacional, voltei a ver os ferroviários na tarde de sábado, agora com a equipe principal em campo. Teve nova sessão de horrores na Copa Paulista em jogo que deixou a classificação mais longe.
Até lá!
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Ficha Técnica: Juventus 1-2 Nacional
Competição: Campeonato Paulista sub-20 da Primeira Divisão; Local: Estádio Conde Rodolfo Crespi (São Paulo); Árbitro: Daniel Carfora Sottile; Público e renda: Portões abertos; Cartões amarelos: Arthur Moura, Jefferson, Bazilio (Juv), Kevin da Silva, Guilherme Teixeira, Eric Felippi, Lucas Augusto, Thiago Leonel (Nac); Gols: Pablo Vinicius 30 do 1º, Lucas de Paula (pênalti) 35 e Josué 44 do 2º.
Juventus: Cauã França; Isaque Aparecido, Pablo Vinicius, Gabriel Mafei e Antônio da Fonte (Lucas Martins); Gustavo Henrique (Thiago Oliveira), Rikelmi (Kauê Baptista), Bazilio e Lucas da Costa (Wallace Ruan); Arthur Moura (Jefferson) e Gusstavo Xavier. Técnico: Marcel Barbosa.
Nacional: Hans Santos; Paulo Henrique, Lucca Padial, Eric Felippi e Matheus Lopes (Allan Mike); Lucas Augusto (Josué), Guilherme Teixeira (John Kevin), Kevin da Silva (Leonardo Morais) e Lucas de Paula; Thiago Leonel e Washington Bispo. Técnico: Guilherme Carbonieri.
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