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segunda-feira, 8 de abril de 2019

Juventus vai bem, mas perde a vaga na semi para o XV

Texto e fotos: Fernando Martinez


A volta das quartas de final do Campeonato Paulista da Série A2 pediu passagem na manhã do domingo aqui no JP. Fui pela primeira vez na atual temporada acompanhar uma peleja do Juventus no Estádio Conde Rodolfo Crespi com direito à definição de uma vaga na semifinal do certame. O sempre genial XV de Piracicaba visitou o onze grená num duelo tradicionalíssimo, repetido por várias décadas na primeira divisão e recheado de grandes momentos.

O primeiro Juventus x XV que assisti foi em 13 de fevereiro de 1999, um sábado de Carnaval. Choveu muito,o o público foi bem pequeno e os grenás venceram pela contagem mínima, gol de Gabriel, um camisa 9 bastante contestado na época. O destaque da partida foi a presença do saudoso Zé Carlos, ex-Flamengo e um dos goleiros da Copa de 1990, na meta do alvinegro. Ele foi super simpático durante todo o jogo e no fim ainda veio conversar com quem estava no alambrado. Além desse encontro, acompanhei mais três, todos com vitória paulistana: 3x1 pela Copa Estado de São Paulo em 19 de julho de 2003, outro 3x1 em 27 de setembro de 2007 pela Copa FPF e um 2x1 válido pela Série A3 em 10 de fevereiro de 2010.

Voltando a 2019, na quinta-feira o Nhô Quim derrotou o Moleque Travesso pela contagem mínima e chegou na Rua Javari precisando apenas de um empate para se garantir na semi. Sendo assim, os grenás tinham que vencer por dois gols de diferença e o triunfo por um tento levaria a decisão aos pênaltis. Um total de 4.217 pessoas pagaram ingresso e encheram a casa juventina nessa decisão. A torcida piracicabana, como não poderia deixar de ser, também marcou presença em peso.


Clube Atlético Juventus - São Paulo/SP


Esporte Clube XV de Novembro - Piracicaba/SP


O árbitro Thiago Duarte Peixoto, os assistentes Miguel Cataneo da Costa e Daniel Luis Marques, o quarto árbitro Thiago Lourenço de Mattos e os capitães dos times

Cheguei na cancha por volta das 9h30 e minutos depois já estava no relvado. O número de gente na parte coberta era enorme, e entre as autoridades, vale registrar a presença do presidente da FPF Reynaldo Carneiro Bastos e do ex-jogador Casagrande. Muito mais importantes do que os dois, também contamos com a presença do seu Natal, o taxista do milênio, o decano Milton Haddad e, na torcida do XV, o amigo Mário e sua simpaticíssima namorada, Monique. De ruim, só o mormaço que queimou até pensamento.

Fiz as imagens dos times e do trio de arbitragem e fui pegar meu lugar no ataque local. O primeiro ataque perigoso foi do XV no primeiro minuto. A finalização foi precisa e um dos zagueiros conseguiu salvar em cima da linha. Após esse lance, o Juventus ficou cerca de meia hora com o absoluto domínio territorial. Só que a pressão foi um tanto quanto sem inspiração e todas as chances foram desperdiçadas. Luiz Fernando, goleiro visitante, trabalhou duas vezes em chutes de longe.

Aos 35, foi Paulo Vítor que fez uma das defesas mais impressionantes dos últimos tempos. Mizael recebeu bom passe de Macena, avançou pela esquerda e cruzou para Ronaldo. O camisa 9 chutou firme à queima-roupa, mas o camisa 1 juventino conseguiu espalmar pela linha de fundo de forma absolutamente inacreditável. Nos minutos restantes, nada de relevante. Quando o intervalo chegou, o marcador ainda estava inalterado.


Disputa de bola no campo de defesa quinzista


Zaga do XV afasta bola levantada em cobrança de escanteio


Zagueiro do Nhô Quim sendo driblado por atleta juventino


Chute de longe no ataque grená que passou bem longe da meta


Falta em cima de Potiguar pela direita

A entrada de Ramón na etapa final foi o ingrediente que faltava para o Juventus finalmente começar a levar perigo de verdade. No primeiro ataque Romarinho recebeu, tirou do zagueiro e chutou. A bola bateu na rede pelo lado de fora e a ilusão de ótica fez com que boa parte do estádio comemorasse o gol. Falando em gol, aos seis os grenás abriram o marcador. Romarinho deu grande passe para Ramon na área e o camisa 17 tocou por baixo. Grande festa dentro e fora de campo com o tento que levava a decisão da vaga para a marca de cal.

O XV sentiu o golpe e continuou sem mostrar nenhum poder ofensivo, além de não ser capaz de frear o rápido ataque local. Aos 19, Ramón lançou Romarinho na área e o camisa 7 foi derrubado pelo goleiro. Pênalti. A batida ficou por conta do camisa 10 Potiguar. O atleta até que bateu bem, porém Luiz Henrique fez uma estupenda defesa com os pés e impediu que o Juventus ampliasse. Esse lance acabou dando um alento ao time interiorano e, apesar de não conseguirem sucesso na criação de bons momentos, ao menos equilibraram a posse de bola.

O XV esperava um lance, aquela chance de contra-ataque marota, para buscar o gol da classificação. Aos 35 minutos ele aconteceu e o onze comandado por Tarcísio Pugliese não desperdiçou. Misael lançou Macena, ele ganhou de Lucão na corrida e chutou cruzado, no canto de Paulo Vítor. O atleta também tinha marcado o gol da vitória no Barão de Serra Negra e saiu do gramado histórico da Javari como o heroi da classificação (junto com Luiz Henrique, claro).

Ramón poderia ter saído como tal dois minutos depois, só que o atleta mandou por cima uma preciosa oportunidade na pequena área. Ele tentou bater com força quando o jeito era a melhor escolha para concluir. No tempo que restava os paulistanos tentaram sem sucesso a marcação do segundo tento. Por mais que merecessem melhor sorte, quando o árbitro apitou pela última vez na quente manhã de domingo, a eliminação se tornou realidade.


Lance do gol do Juventus, marcado por Ramon aos seis do tempo final


Durante a primeira metade do segundo tempo o escrete grená dominou por completo a partida e chegou várias vezes perto de ampliar


Pênalti perdido por Potiguar com defesa sensacional de Luiz Henrique


Zaga travando o que seria uma boa finalização grená


Comemoração do gol de empate piracicabano. O gol que levou o XV à semifinal

O placar de Juventus 1-1 XV de Piracicaba colocou o Nhô Quim na semifinal da Série A2. Agora o adversário direto em busca de uma vaga na A1 de 2020 será a Inter de Limeira. Os piracicabanos não disputam a principal competição do estado desde 2016, enquanto os limeirenses desde 2005 (!). A outra vaga sairá do encontro entre Água Santa e Santo André. E vale lembrar: por enquanto não existe nada de terceira vaga. O que saiu na imprensa até aqui não passa de boato.

Foi isso. Na tarde de segunda-feira retornei à Javari para iniciar os trabalhos na querida Segundona Paulista. Teve chuva, frio e muito perrengue, mas outra vez marquei presença numa apresentação do Barcelona Capela "em casa".

Até lá!

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Ficha Técnica: Juventus 1x1 XV de Piracicaba

Competição: Campeonato Paulista Série A2; Local: Estádio Conde Rodolfo Crespi (São Paulo); Árbitro: Thiago Duarte Peixoto; Público: 4.217 pagantes; Renda: R$ 69.600,00; Cartões amarelos: Cesinha e Roger (Juv), Walfrido, Kadu Barone, Macena, Luiz Fernando e Robertinho (XVP); Gols: Ramon 6 e Macena 36 do 2º.
Juventus: Paulo Vitor; Thiaguinho, Robson, Diego Sacoman e Roger (Paulo); Alê, Douglas, Romarinho (Lucão) e Potiguar; Cesinha e Adilson (Ramon). Técnico: Alex Alves.
XV de Piracicaba: Luiz Fernando; Jefferson Feijão, Douglas Marques (Paulão), Gilberto Alemão e Robertinho; Fraga, Walfrido (Cássio Gabriel) e Misael; Kadu Barone (Bruninho), Macena e Ronaldo. Técnico: Tarcísio Pugliese.
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