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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Boa estreia rubro-verde na Copa Paulista

Texto e fotos: Fernando Martinez


Nada melhor do que iniciar os trabalhos na Copa Paulista com um duelo paulistano de 197 anos de história. No recauchutado Estádio Oswaldo Teixeira Duarte - agora todo pintado pelos seus torcedores, Portuguesa e Nacional foram ao gramado na estreia na segunda competição oficial de 2018.

Esse foi o terceiro confronto entre os dois depois que o onze ferroviário retornou à A2 e a Lusa entrou de vez no limbo nacional. O clube da Água Branca não venceu - dois empates e uma derrota, todos mostrados aqui no JP - e buscava quebrar o longo tabu de não derrotar o adversário do Canindé: sem contar o triunfo num amistoso de 1977, o Naça não ganha do rubro-verde desde 1958.


Associação Portuguesa de Desportos - São Paulo/SP


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


O árbitro Douglas Marques das Flores, os assistentes Rafael Tadeu de Souza e Leandra Aires Cossette e o quarto árbitro Alysson Fernandes Matias posam junto com os capitães dos times

O público na bela tarde do inverno da capital bandeirante até que não foi ruim levando em conta os padrões atuais da Lusa como mandante. Mais de 1.600 pessoas pagaram ingresso para verem o início da tentativa de volta ao Campeonato Brasileiro, nessa que é a primeira temporada sem a disputa de uma competição nacional desde 1979.

E a dona da casa até que iniciou bem os trabalhos se aproveitando da lucidez no setor ofensivo. Elisson, o goleiro visitante, saiu mal do gol duas vezes nos primeiros minutos. Na primeira, quase gol olímpico. Na segunda, nenhum atleta local aproveitou. Mas na terceira falha, acontecida aos 16 minutos, a Lusa fez o gol mais bonito que vi no ano até aqui.

Num escanteio da direita, a bola foi cruzada no segundo pau. O arqueiro saiu errado, porém a pelota sairia pela linha de fundo. O camisa 7 Léo Cereja, no afã de tentar salvar algo que já estava salvo, cabeceou para trás e mandou pro meio da área. Matheus Rodrigues emendou uma bicicleta clássica e abriu o marcador em grande estilo. Fazia muito tempo que não via um tento assim in loco.

O gol sossegou um pouco o ímpeto lusitano e com isso o Nacional se soltou um pouco mais. Nada que assustasse a torcida ou o time da casa, já que as investidas não tiveram muita inspiração e foram neutralizadas sem problemas pelo setor defensivo adversário.

Os primeiros 45 minutos chegaram ao fim com a vantagem mínima local. No tempo final, inexplicavelmente o Nacional voltou a campo sem a presença de Emerson Mi, uma das referências da equipe nos últimos anos e que foi pro banco de reservas. Mesmo assim, os ferroviários dominaram as ações.


Uma das primeiras chegadas do Nacional contra a Portuguesa


Ataque ferroviário pela direita


Léo Cereja cabeceando a bola pra trás no lance do belíssimo gol de bicicleta de Matheus Rodrigues


Outra investida aérea visitante, agora no fim do primeiro tempo

A primeira grande chance - a única até os acréscimos - foi rubro-verde, num chutaço pela esquerda que passou perto da meta de Elisson. Aos quatro, foi a vez do goleiro Leandro Santos mostrar serviço com uma ótima defesa em cabeçada nacionalina nacionalista. A maior oportunidade aconteceu aos 18. Naldinho, o melhor jogador do Nacional, atacou pela direita e cruzou na área. O goleiro espalmou e a bola sobrou limpa para João Lucas. Com o gol inteiro à sua disposição ele colocou força demais na pelota e mandou pelo alto.

Emerson Mi finalmente entrou aos 24 e aos 32 Rikelmi, de apenas 16 anos, também foi a campo. O jovem atleta foi ligeiro e atazanou a zaga adversária. Apesar do futebol melhor, o Nacional não empatou e ainda quase sofreu o segundo no final, quando um dos avantes da Lusa conseguiu desperdiçar um lance cara-a-cara com Elisson.


A zaga da Lusa sofreu no segundo tempo com o rápido setor ofensivo visitante



Dois ataques do Nacional pela lateral

No final, o resultado de Portuguesa 1-0 Nacional foi justo com quem colocou a bola na rede. Talvez o Naça merecesse melhor sorte, só que quem perde tantas boas oportunidades corre o risco de sair sem nenhum ponto depois dos 90 minutos... exatamente o que aconteceu. Estreia rubro-verde com o pé direito no Grupo 4 da Copa Paulista.

Após o apito final encontrei tempo de encarar uma rara sessão familiar com pitadas de surrealidade. Futebol de novo rola na quarta-feira, com a estreia ferroviária no Nicolau Alayon, também pela Copa.

Até lá!

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