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segunda-feira, 22 de maio de 2017

Inter de Limeira sai na frente na decisão da Série A3

Texto e fotos: Fernando Martinez


Dois anos e meio depois de conferir o Nacional numa decisão de campeonato (os dois confrontos decisivos da Segundona de 2014 contra o Atibaia), no sábado de manhã vi novamente a equipe da Água Branca numa final, agora do Campeonato Paulista da Série A3. O adversário dos paulistanos foi a Internacional de Limeira, os dois recém-promovidos para a A2 do ano que vem.

Nos quase treze anos de vida do JP essa é nada menos do que a 82ª cobertura de alguma partida válida pela final de uma competição, a oitava na Série A3 (estivemos presentes nas decisões de 2005, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012). Da minha parte é o meu retorno após doze anos, já que vi apenas o título do Grêmio Barueri em 2005.

Na história das divisões de acesso essas duas agremiações ostentam um currículo com conquistas importantes: a Inter foi campeã da segunda divisão em 1996 e 2004, da terceira em 1966 e, claro, teve seu maior momento com o título paulista de 1986. Já o Nacional ganhou a A3 em 1994 e 2000 e a última divisão em 2014. Não à toa, os dois juntos somam "apenas" 202 anos de tradição.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Associação Atlética Internacional - Limeira/SP


Capitães dos times junto com o árbitro Rodrigo Gomes Domingues, os assistentes Vitor Carmona Metestaine e Fausto Augusto Moretti e o quarto árbitro Márcio Roberto Soares

Falando no retrospecto histórico, o primeiro duelo entre os dois pelas divisões de acesso do estado data de junho de 1967. Desde então foram 22 encontros com ampla vantagem para a agremiação limeirense: doze vitórias contra cinco do Nacional além de cinco empates. A maior vitória da Inter foram dois 3x0 em 1978 e 2010 e o maior triunfo nacionalino foi também um 3x0 em 2004, jogo que contou com a minha presença num tempo que o blog ainda nem existia.

Voltando ao presente, em 2017 os paulistanos eliminaram Rio Branco e Olímpia no mata-mata fazendo os resultados sempre fora de casa. Nas 23 partidas disputadas até a semi foram onze vitórias, cinco empates e sete derrotas. O Leão despachou Desportivo Brasil e Monte Azul, somando treze triunfos, seis empates e apenas quatro derrotas. No fim das contas, e apesar do pessoal de Olímpia não concordar, os acessos foram merecidos.

Achei que o Estádio Nicolau Alayon iria receber um público muito bom, mas apenas 1.228 pessoas pagaram ingresso e acompanharam a 12ª apresentação do Nacional na Comendador Souza na temporada (todas com a devida cobertura do blog, vale o registro). Um jogo como esse merecia pelo menos o triplo.

Com a bola rolando, os visitantes não se fizeram de rogados e parecia que estavam atuando dentro do Limeirão. Aos doze minutos, num rápido ataque pela direita, a bola foi cruzada na área e Éder Paulista apareceu no meio dos zagueiros pra tocar de cabeça e abrir o marcador. O setor defensivo do Naça reclamou bastante desse lance alegando que o camisa 9 estava em posição de impedimento. Vendo com calma depois, tive praticamente a certeza que o atleta realmente estava adiantado na hora em que a pelota foi alçada.

O tempo inicial seguiu com o Leão melhor e o time paulistano com enorme dificuldade no último toque. Aos 43 minutos, como se não bastasse a polêmica validação do gol visitante, o árbitro Rodrigo Gomes Domingues deixou de marcar um pênalti claríssimo pros donos da casa. Negueba recebeu bola lançada na direita e tentou passar por um dos zagueiros, só que o defensor cortou com a mão dentro da área. Penalidade máxima! Mesmo de frente pro lance, o árbitro nada marcou e deixou a peleja seguir. Fica difícil jogar sofrendo um gol irregular e não tendo um penal marcado a seu favor.


Visão geral da parte coberta do Nicolau Alayon


Nikão, camisa 4, se preparando para mandar a bola longe sob a marcação de Laécio


Torcida da Inter comemorando o gol de Éder Paulista e os atletas do Nacional reclamando (com razão) com o assistente


Início de ataque a favor dos locais

Na saída pro intervalo, o locutor do estádio pediu para a torcida vaiar a saída do quarteto de arbitragem. Enquanto rolam sorteios, brincadeiras e afins tudo bem, o que não pode é alguém com um microfone na mão fazer isso. O árbitro relatou isso na súmula e se bobear o Nacional ainda pode sofrer alguma punição pelo fato.

No segundo tempo o onze ferroviário voltou mais ligado e encurralou a Internacional no seu campo de defesa. O grande problema foram, novamente, as falhas de finalização. Vimos várias oportunidades serem criadas, porém nenhuma concluída com sucesso. A melhor chance de gol dos últimos 45 minutos saiu dos pés de Éverton, camisa 5 local. Ele saiu do campo de defesa, driblou três defensores e chutou de longe. A bola tirou tinta da trave e assustou o goleiro Rafael Magrão. Pouco para quem buscava pelo menos a igualdade.


Lucas Douglas subindo pata fazer o corte


Outra bola levantada na área do Leão durante o segundo tempo


Ataque do time ferroviário pela esquerda


Placar final do jogo de ida da grande decisão da Série A3 de 2017

O resultado de Nacional 0-1 Inter de Limeira é um grande passo pro alvinegro conquistar seu segundo título da terceira divisão em todos os tempos, já que atuará dentro dos seus domínios precisando de um empate para levar o caneco. É, mas pra quem fez o que fez longe da capital, não é nenhum absurdo dizer que o Naça tem plenas condições de ser campeão. O ponto é: tudo está em aberto.

A rodada no Nicolau Alayon não terminou depois desse confronto. Na parte da tarde aconteceu mais uma apresentação do querido Barcelona Capela com o mando de campo e, claro, não tinha como ficar de fora.

Até lá!

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