Texto e fotos: Fernando Martinez
O temporal que caiu em São Paulo na tarde de quarta-feira quase me deixou fora da rodada, algo que me complicaria um pouco falando em Projeto 40. Como aqui é tudo pelo social, não me espantei com o aguaceiro enviado por São Pedro e fui até Barueri para minha estreia no Campeonato Paulista da Série A2 com o duelo entre Oeste e Taubaté, times 5 e 6 da lista.
Algum leitor mais desavisado pode ter achado estranho o Oeste de Itápolis estar mandando uma partida na Arena Barueri. É, só que não é tão estranho assim já que o rubro-negro de 96 anos passou a ser um time barueriense nessa temporada. Isso mesmo, agora estamos falando do Oeste de Barueri. Esse já era um boato antigo e já tinham tentado trazê-lo antes... agora finalmente conseguiram a transferência da sede.
Oeste Futebol Clube - Barueri/SP
Esporte Clube Taubaté - Taubaté/SP
Capitães dos times junto com o árbitro José Cláudio Rocha Filho, os assistentes Eduardo Vequi Marciano e Alberto Poletto Masseira e o quarto árbitro Roberto Pinelli
Não vou expor minha opinião pessoal aqui pois não vem ao caso, mas é fato que essa é uma situação muito complicada, principalmente para os torcedores itapolitanos. Tudo bem, ninguém lá se mobilizou na busca de dar uma arrumada, por menor que fosse, no Estádio dos Amaros, porém deixar tudo para trás a meu ver não é a melhor opção. Enfim, como o que acho ou deixo de achar não importa, resta pensar que agora temos mais um time "de perto" na Série A2.
Falar que choveu é pouco e o caminho até Barueri foi percorrido debaixo de um dilúvio interminável. Como fui de trem, sentadão, de boa, não passei nenhum perrengue. Fiz minha primeira refeição do dia no centro da cidade e dali segui para a Arena. Nada indicava pela movimentação na entrada do estádio que um jogo da segunda principal divisão do estado estava prestes a acontecer ali. Não sei como farão para que o público realmente marque presença.
Na entrada do campo encontrei o amigo Bruno Castilho, diretor do ótimo documentário sobre o título da Intermediária de 1979 do Taubaté, um marco na gloriosa história do clube. Se alguém não viu, não sabe o que está perdendo. Qualquer trabalho que enalteça o futebol do interior paulista merece e muito ser aplaudido.
Falando do duelo, apesar de toda a chuva, não é que vi uma bela partida de futebol? Um jogo muito bom, acima da média e que começou com o Oeste abrindo o marcador logo aos oito minutos num pênalti cobrado por Robert. O Taubaté não sentiu o gol e logo tomou conta da peleja.
Aos 13, Pedro Henrique obrigou o goleiro Rodolfo a fazer grande defesa em chute cruzado. Aos 30, Cassinho ficou cara a cara com o arqueiro local, mas o camisa 1 novamente fez uma defesa brilhante. Quando Rodolfo não defendeu a trave que ajudou, como no chute forte de Léo aos 36 que caprichosamente bateu na forquilha direita.
Um pouco antes do final do primeiro tempo o Oeste voltou a assustar, porém o intervalo chegou com a vantagem mínima a favor dos locais. Fiz um esquema ninja para não tomar chuva durante os primeiros 45 minutos, só que no tempo final desisti de lutar contra a natureza e fui me recolocar na parte alta (coberta) da Arena Barueri.
Chute de longe no ataque do Taubaté
Bola levantada na área do Oeste de Itáp... ops, de Barueri
Rodolfo torcendo para a bola não entrar no gol. Por sorte, ela bateu na forquilha
Thales subindo no segundo andar sob o olhar do camisa 2 Reginaldo
Já estava instalado com relativo conforto quando o segundo tempo começou e em apenas dois minutos o Oeste marcou novamente. A bola foi cruzada da direita e sobrou livre para Robert ampliar a vantagem local. O Taubaté não sentiu o golpe e não demorou para novamente dominar as ações.
Aos 11 minutos, Rodolfo salvou de novo a pátria rubro-negra ao defender cobrança de falta de Cássio. Na sequência, Robert, ele de novo, chutou forte e Maurício defendeu bem. A insistência taubateana deu resultado aos 22 minutos com o gol de Tiago Tremonti na base da raça em jogada confusa dentro da pequena área.
O Oeste viu a vitória ficar ameaçada e passou a se preocupar mais em se defender. Isso fez com que o Burro da Central ocupasse todo o campo defensivo local. Foram várias oportunidades criadas, todas neutralizadas pela zaga do Oeste... todas até os 44 minutos. Num dos últimos lances da noite, a zaga rubro-negra afastou mal e a pelota sobrou para Caíque na direita. Ele chutou cruzado e deixou tudo igual.
Taubaté atacando pela direita... em impedimento
Dois ataques aéreos do Burro da Central na busca pelo empate na Arena Barueri
Bola no fundo das redes de Rodolfo. Aos 44 do tempo final, Caíque deixava tudo igual
O placar final de Oeste 2-2 Taubaté foi merecido pela boa performance do ex-time de Itápolis no ataque e pela raça mostrada pelo onze do Vale do Paraíba durante quase todo o jogo. Com apenas duas rodadas disputadas, o Burrão é quarto colocado e o Oeste apenas o 15º.
Milagrosamente a chuva deu uma trégua antes do apito final e com isso não tive problemas para chegar em casa. O Projeto 40 terá continuidade no próximo final de semana com dois joguinhos, os dois na Grande São Paulo.
Até lá!
Boa noite.
ResponderExcluirSabe se a mudança é em definitivo? Por que ano passado o Oeste jogou a série B do Brasileiro também em Barueri.
Qual foi o público deste jogo?
É em definitivo no esquema "definitivo" que as coisas acontecem no futebol quando há dinheiro envolvido, Marcelo. Por enquanto o time é de Barueri sim. O público foi de 692 pessoas, mas não tinha nem 200 ali. Grande abraço, Fernando.
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