Texto e fotos: Fernando Martinez
17 de junho de 2007. Os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro não haviam sido realizados, o Brasil não tinha sido escolhido como sede para a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016 ainda eram um sonho distante e o Jogos Perdidos era campeão de audiência na televisão todas as semanas. Na manhã daquele domingo, o Barcelona jogou e venceu o Pão de Açúcar por 2x0 na cidade de Ibiúna.
Mais do que os três pontos, aquele triunfo foi especial pois foi o último do onze paulistano como mandante na última divisão do estado. Nos dezoito jogos seguintes - um em 2007, seis em 2009, nove em 2015 e dois em 2016 - o time da Zona Sul empatou três e saiu de campo derrotado quinze vezes.
Buscando encerrar esse incômodo tabu, o Barcelona foi a campo no último domingo pela quinta rodada da fase inicial do Campeonato Paulista da Segunda Divisão. Novamente no gramado histórico do Estádio Conde Rodolfo Crespi, o Elefante recebeu o Taboão da Serra, velho adversário dos primeiros anos de profissionalismo e o segundo time que mais enfrentou os paulistanos em todos os tempos, oito vezes, atrás apenas do Jabaquara com dez.
Barcelona Esportivo Capela Limitada - São Paulo/SP
Clube Atlético Taboão da Serra - Taboão da Serra/SP
Capitães dos times junto com o árbitro Anderson Faustino Cordeiro e os assistentes Mauro André de Freitas e Maurício Antunes Imazu
Diferente do que aconteceu nos dias anteriores, o domingo teve sol e calor. Fui para a Rua Javari com tempo suficiente para todos os trâmites porém infelizmente preciso registrar o momento mais triste da tarde. Apresentei minha identificação de imprensa para entrar pelo pelo portão lateral da Javari como sempre faço, mas um segurança juventino extremamente grosseiro me tratou de forma agressiva desde o primeiro momento e impediu a minha entrada. Ainda tentei argumentar, mas não teve como manter dois minutos de papo dessa forma, então deixei o local para evitar confusão e segui em direção ao portão principal. Foi o que bastou para o cara passar a me ameaçar, fisicamente inclusive. Lamentável ter que passar por algo assim num lugar que frequento há tanto tempo. Os responsáveis pela Javari precisam colocar pessoas mais qualificadas para esse tipo de trabalho.
Enfim, no portão principal não tive problema e logo fui para o gramado. Permaneci por ali durante todo o tempo inicial. Falando de bola rolando, é fato que o time atual do Barcelona é muito melhor do que o do ano passado, só que assim como aconteceu nos jogos contra Desportivo Brasil e Osasco FC, a equipe teve mais posse de bola mas pecou nas finalizações.
Treinado por Axel, um dos maiores ídolos de Mílton Haddad, o CATS apresentou um futebol fraco e sem inspiração. Por enquanto o único destaque do time é midiático por conta da presença dos veteranos Edílson e Tuta (que não atuaram na Javari). Futebolisticamente falando, ainda não há nada digno de registro. Ainda assim, a melhor oportunidade de gol do tempo inicial foi dos visitantes, num chute por cobertura que caprichosamente bateu na trave aos 45 minutos.
Lance no campo de defesa do CATS
Jogador do Barcelona dominando a bola no meio de campo
Ataque do Elefante pela esquerda no primeiro tempo
Bola levantada na área do Taboão da Serra
O jogo melhorou muito no tempo final e o Barcelona voltou a campo disposto a quebrar o longo tabu de qualquer jeito. O Taboão permaneceu com uma postura defensiva e chamou o onze local para seu campo. O destaque do Elefante foi o camisa 10 Matheus, atleta que procurou o gol a todo momento.
A primeira boa chance do segundo tempo aconteceu numa cobrança de falta a favor dos visitantes. A bola tirou tinta da trave. O Barça respondeu em sequência num magistral chute colocado de Matheus que obrigou o arqueiro taboanense a fazer um verdadeiro milagre.
A peleja seguida para seu fim com aquele cheirinho de 0x0, mas aos 35, 720 minutos depois do seu último gol na Segundona, o Barcelona desencantou. Matheus recebeu a bola na entrada da área, tirou do zagueiro e acertou um lindo chute colocado no canto direito de Luís Carlos. Um golaço cheio de categoria.
No lance seguinte o CATS teve a chance imediata de deixar tudo igual novamente, mas na base do milagre ninguém apareceu para chutar a bola que ficou pingando dentro da pequena área do onze paulistano. Depois de perder essa chance, realmente deu pra ver que não era o dia do escrete visitante.
Atleta do CATS iniciando jogada no setor ofensivo
Boa chance aérea a favor do Barcelona
Zaga paulistana afastando de qualquer jeito a pelota de dentro da área
Placar final na Rua Javari: Barcelona 1-0 Taboão da Serra
Aquele famoso agradecimento coletivo pela vitória conquistada, a primeira em casa em quase nove anos
No fim, o tabu de 3255 dias ou 465 semanas sem vitórias com o mando de campo na Segundona finalmente foi quebrado. O placar de Barcelona 1-0 Taboão da Serra gerou uma comemoração digna de Copa do Mundo por parte dos atletas e da comissão técnica do Elefante. Já estava na hora do time voltar a vencer. Quem sabe isso não traga melhores momentos e um futuro mais interessante ainda na disputa da última divisão de 2016. Estamos na torcida.
Até a próxima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário