Não parecia ser uma boa ideia sair de casa com destino ao interior do estado em pleno domingo de Páscoa, já que o fantasma de demorar horas e horas para retornar à capital assustava bastante. O detalhe é que eu não tinha opção, já que o confronto entre São José e Guaratinguetá, valendo pela antepenúltima rodada da primeira fase do Campeonato Paulista da Série A3, era a única chance de colocar os times de número 36 e 37 na lista final do Projeto 40.
A viagem de ida até a Capital do Vale foi tranquila mesmo com um acidente barra pesada no meio do caminho. Sem muitos atrasos, cheguei no Estádio Martins Pereira uma hora e meia antes do apito inicial, tempo suficiente para zanzar bastante pelas dependências da recém reformada praça de esportes. Na hora da peleja, lá estava eu no belíssimo gramado para ver de perto as duas agremiações em ação.
São José EC - São José dos Campos/SP. Foto: Fernando Martinez.
Guaratinguetá FL - Guaratinguetá/SP. Foto: Fernando Martinez.
O árbitro Daniel Carfora Sottile, os assistentes Sandro Rogério Barroso e Anderson Lucas de Lima e o quarto árbitro Victor Franco Teixeira posam para o JP junto com os capitães. Foto: Fernando Martinez.
Águia e Garça foram a campo com a corda no pescoço e ameaçadíssimas pelo rebaixamento. As duas somavam 16 pontos antes da rodada e ocupavam respectivamente a 16ª e 18ª posições. O termo "jogo de seis pontos" pode ser seguramente utilizado para definir esse confronto, já que uma derrota praticamente decretaria a queda do perdedor para a última divisão em 2017.
Apesar da nítida baixa qualidade técnica de ambas agremiações, a raça e a dedicação falaram mais alto e o jogo foi muito bom. O São José buscou fazer aquela marota blitz ofensiva desde o início e encontrou um Guará bem postado na defesa, neutralizando todas as investidas locais. Além de se defender bem, o time visitante levava perigo nos contra-ataques.
Num deles, aos 32 minutos, o onze visitante inaugurou o marcador. A zaga da Águia vacilou completamente e André chutou firme de dentro da área para vencer o goleiro Leandro e fazer o primeiro da tarde. Quatro minutos depois os locais armaram uma grande jogada que envolveu todo o setor ofensivo e terminou com a bela finalização de Guilherme.
São José e Guará fizeram um ótimo jogo no Martins Pereira. Foto: Fernando Martinez.
Ataque joseense com a marcação da zaga da Garça. Foto: Fernando Martinez.
Comemoração de Guilherme no empate da Águia. Foto: Fernando Martinez.
Na segunda etapa a partida ficou mais disputada pois São José e Guará sabiam que o empate não servia. No primeiro lance os locais quase viraram o marcador em cabeçada que bateu na trave. Com o passar do tempo os visitantes passaram a se preocupar mais em se defender. Essa atitude fez com que a Águia passasse a levar mais perigo ao gol defendido por Flaysmar.
A cada minuto que passava a torcida joseense ficava mais apreensiva com o que acontecia no gramado pensando que o gol não sairia. O Guará passou a parar o ataque do time da casa com faltas, e numa delas, aos 40 minutos, a sofrida virada aconteceu. A bola foi cruzada da esquerda e encontrou Amarildo, livre de marcação, no meio da área. Ele deu um belíssimo toque de letra e fez o segundo. O gol teve comemoração digna de final de Copa do Mundo.
No primeiro lance do tempo final, o time da casa colocou essa bola na trave em lance pelo alto. Foto: Fernando Martinez.
Chute da entrada da área para os locais. Foto: Fernando Martinez.
Momento em que Amarildo tocava de letra para virar o marcador a favor do São José. Foto: Fernando Martinez.
Nos minutos restantes os locais não sofreram sustos e confirmaram o placar de São José 2-1 Guaratinguetá. A sensacional vitória não tirou os joseenses do Z6, mas pelo menos deu um sopro de esperança na luta contra a queda. Nada menos do que quatro equipes tem 19 pontos e nada mais interessa além de duas vitórias, contra a ameaçada Itapirense e contra o rebaixado Fernandópolis, para evitar o pesadelo da Segundona 2017.
No futebol, tudo certo, só que o trajeto de volta para a capital ainda assustava. Entrei no lotado ônibus e torci para que demorasse o menor tempo possível na Via Dutra. Milagrosamente não peguei nenhum trânsito até São Paulo, num lance de rara sorte.
Faltando três times para completar o álbum do Projeto 40, na quarta-feira deve pintar outra viagem até São José dos Campos, dessa vez para acompanhar o Tigre do Vale.
Até lá!
Fernando
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