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domingo, 23 de março de 2025

Em segundo tempo eletrizante, Azulão empata com a Inter de Bebedouro

Texto e fotos: Fernando Martinez


Última rodada da primeira fase do Campeonato Paulista da Série A4, e o JP não poderia deixar de acompanhar de perto. Fomos até o Estádio Anacleto Campanella ver o raro duelo entre São Caetano e Inter de Bebedouro: um classificado e outro buscando uma improvável vaga nas quartas de final da competição.

Não lembrava de um confronto recente entre os dois, então recorri aos meus alfarrábios. O histórico registrava apenas quatro encontros entre 1996 e 1998, com três vitórias do clube do ABC e uma do alvirrubro. No Anacleto, o último embate tinha sido em 23 de março de 1997, quase 28 anos atrás. Desde que o Azulão chegou aos principais certames do país e da América do Sul, nunca mais tinham ficado frente a frente.

Diferente do quórum altíssimo do sábado anterior no Nacional 0-3 VOCEM, fui só com o Milton nesta jornada. Antes de entrar no estádio, passei na padaria em frente ao portão principal para comprar algo para comer e, para minha total surpresa, achei um refrigerante GINI. Produto consumido em profusão dos anos 60 aos 80, ele depois sumiu das prateleiras. Para quem estudou em uma escola que só vendia Gini, Crush e Grapette na cantina, encontrar essa raridade foi sensacional. Vale registrar que o gosto continua o mesmo. Ganhou fácil o Selo JP de Qualidade.

Já nas dependências do Anacleto, vi que a peleja teria um bom público. Longe do padrão dos tempos de glória, mas um número interessante. Apesar de já classificado, o vice-campeão da Libertadores de 2002 vinha de três jogos sem vencer. Já a Inter precisava de um resultado melhor do que o Colorado, seu concorrente direto pela última vaga no mata-mata. Se vencesse, o time de Caieiras teria que empatar. Se empatasse, o Audax precisaria vencer o Colorado. Missão difícil.


São Caetano Futebol Ltda. - São Caetano do Sul/SP


Associação Atlética Internacional - Bebedouro/SP


O árbitro Clayton de Oliveira Dutra, os assistentes Douglas Marcel Borges e Elias Cedraz Carneiro, o quarto árbitro Alceu Lopes Junior e os capitães dos times

Aos três minutos, a Inter mostrou seu cartão de visitas e mandou uma na trave em chute de Portuga. Mas foi só. O São Caetano assumiu o controle da partida, e Fábio Azevedo, sempre ele, abriu o marcador aos 14, de cabeça, após cobrança de falta da direita. Gabriel Oliveira quase ampliou, também pelo alto, aos 22. A partir de então, nada aconteceu, e eu quase dormi acompanhando o ataque local.

No segundo tempo, ao invés de permanecer no campo, fui para a arquibancada. Foi um erro. Não pelo fato de ter encontrado a dupla Victor e Eduardo com suas respectivas caras-metades, mas porque estava um inferno. Tinha um pessoal tão sem noção ao nosso redor que fomos obrigados a ir para o canto, perto da torcida visitante.

Dali vimos um segundo tempo simplesmente espetacular. Já vi alguns períodos específicos muito bons neste ano, mas esse talvez tenha sido o melhor. São Caetano e Inter de Bebedouro jogaram como se fosse uma final, enfileirando chances de gol, ótimos lances e tentos belíssimos.

O glorioso Gênesis – resta saber se ele prefere a formação da banda inglesa com Peter Gabriel ou a fase com Phil Collins nos vocais – deixou tudo igual com uma conclusão da pequena área. Aos 15, grande defesa de Bruno em chute de Nicão. Aos 23, a virada da Inter, em um belo gol olímpico de Mateus Goiano. Passei muitos anos sem ver gols assim na lista. De 2023 para cá, já foram quatro ou cinco in loco. Tipo de lance que sempre é legal presenciar de perto.

O São Caetano foi atrás do empate e conseguiu em finalização de Vinícius Spaniol, que acertou o canto direito do arqueiro visitante. Na sequência, uma série de boas chances, grandes defesas dos dois goleiros e uma bola na trave do Azulão. O 2 a 2 foi pouco pelo número de oportunidades criadas. Um 4 a 4 teria sido mais justo.



Lances do começo de jogo no Anacleto Campanella



Fábio Azevedo, de cabeça, fez seu 12º gol na Série A4 e ainda jogou uma camisa para a torcida




Mais lances da etapa inicial no ABC




O segundo tempo foi simplesmente sensacional, talvez os melhores 45 minutos que vi em 2025 até agora. O 2 a 2 foi pouco levando em conta o tanto de oportunidades criadas

O empate eliminou o alvirrubro e colocou o Azulão em terceiro lugar. Agora, enfrentarão o Nacional nas quartas. De todos os possíveis confrontos do time da Barra Funda, esse era o que eu menos queria. Os outros duelos serão União Barbarense x Colorado, Taquaritinga x Araçatuba e Joseense x Paulista. A sorte do mata-mata está lançada.

Depois da partida, ainda fiz uma boquinha com o Milton na mesma padaria. Ficamos ali um bom tempo antes de pegarmos o caminho de volta. Em um março super mega devagar, ainda não sei quando será a próxima cobertura. Quarta? Quinta? Fim de semana que vem? Não faço ideia.

Até a próxima!

Ficha Técnica: São Caetano 2-2 Inter de Bebedouro

Local: Estádio Anacleto Campanella (São Caetano do Sul); Árbitro: Clayton de Oliveira Dutra; Público: 668 pagantes; Renda: R$ 3.025,00; Cartões amarelos: Fábio Azevedo, Nicão, Portuga, Fernando e Robert; Gols: Fábio Azevedo 15 do 1º, Genesis 7, Vinícius Pequeno 24 e Vinícius Spaniol 32 do 2º.
São Caetano: Vinícius Ferrari; Kauan Sales, Rafael Lendeker, Amaral e Leandro Gonçalves; Gabriel Oliveira (Caio Felipe), Fábio Azevedo, Luiz Henrique e Walber Corrêa (Robert Taylor); Vinícius Spaniol e Phelipe Salioni (Nicão). Técnico: Carlinhos Alves.
Inter de Bebedouro: Bruno; Vini Sousa (Ramos), Fernando, Lucas Kevin e Anthony (Portela); Roger, Kiko, Portuga (Marcinho) e Mateus Goiano (Vinícius Pequeno); Genesis (Maçola) e Robert. Técnico: Édson Vieira.

terça-feira, 18 de março de 2025

VOCEM atropela o classificado Nacional na Comendador Souza

Texto e fotos: Fernando Martinez


No sábado, como de praxe, fui cobrir a última apresentação do classificado Nacional no Estádio Nicolau Alayon na primeira fase do Campeonato Paulista da Série A4. O inédito confronto contra o VOCEM na capital foi o primeiro desde que o time ferroviário garantiu vaga entre os oito melhores do torneio.

A classificação veio com o triunfo por 2 a 0 sobre o Audax no meio de semana, algo raro considerando a história de sufoco e perrengue do antigo SPR nas divisões de acesso. Difícil ver uma vaga assegurada com duas rodadas de antecedência. Esse foi apenas o segundo duelo entre Naça e o glorioso Vila Operária. No primeiro, em 2024, os grenás venceram por 4 a 3 em Assis.

Um quórum de amigos como há muito não se via compareceu à Rua Comendador Souza para acompanhar a peleja. O sumidaço Luiz, recém-convertido à igreja evangélica, o homem-carnaval Bruno, os sempre presentes Milton e Pucci, Paulo "Shrek", presidente do maior fã-clube do Guns N' Roses no Brasil, o Mário, maior consumidor de vídeos gravados no sudeste asiático, o aniversariante Raul e o novato guarulhense Gustavo.


Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP


Vila Operária Clube Esporte Mariano - Assis/SP


Os capitães do Nacional e do VOCEM junto com o árbitro Jose Luiz Aparecido Miranda, os assistentes Luiz Henrique Rodrigues Pimentel e Elias Cedraz Santiago Carneiro e o quarto árbitro Rodrigo Santos


A cambada de criminosos presente no Alayon para Nacional x VOCEM

Além da rapaziada, o Alayon recebeu um público razoável. Pena que todos assistiram a uma das piores atuações do Nacional nos últimos tempos, certamente a pior de 2025, superando até a derrota para o Colorado em Caieiras. Não sei se a classificação desconcentrou o elenco, mas o fato é que o time foi aniquilado pelos visitantes, comandados pelo técnico Paulinho McLaren, presença obrigatória nos meus campeonatos de futebol de botão no começo dos anos 90.

No primeiro tempo, inoperância ampla, total e irrestrita dos mandantes. O VOCEM, ainda lutando contra a queda, não quis saber e chegou fácil aos 2 a 0. Poderia ter feito mais e decidido sua sorte na etapa inicial. Ela acabou selada no primeiro bom ataque do tempo final, quando Nikolas ampliou a vantagem.

O Nacional até tentou reagir. Teve uma bola na trave e alguns ataques mais ou menos pelo lado direito, nenhum digno de registro. O que valeu, como sempre, foi o papo maroto e cheio de picardia com os amigos presentes. Tardes de sábado no Nicolau Alayon com essa turma sempre valem a pena.


Paulinho McLaren, ícone dos anos 90, no banco de reservas do VOCEM







O Nacional, já classificado, foi atropelado pelo VOCEM. Fica o alerta para não desconcentrarem no mata-mata. Se jogarem parecido, caem nas quartas

No fim, Nacional 0-3 VOCEM derrubou os paulistanos da terceira para a quinta colocação. A surra pode custar a realização do jogo de volta da segunda fase na capital, um vacilo imperdoável. Resta ver se contra o São-Carlense, na rodada derradeira, o time voltará a jogar bem. Já o clube assisense se livrou da queda e pulou para o 11º lugar com 17 pontos. Em 2026, estarão novamente na quarta divisão do Paulistão.

Parte do grupo foi embora após o apito final, mas eu, Luiz e Pucci seguimos com Raul para comemorar o aniversário do maior anfitrião do Distrito Federal. Fomos à Pizzaria Castelões, mesmo local que há quase 100 anos batizou um dos times de várzea da região do Brás. Além de nós quatro, duas amigas do aniversariante se juntaram à celebração. Uma noite muito legal com os amigos, algo que não fazemos sempre. Futebol? Só na semana que vem.

Até a próxima!

Ficha Técnica: Nacional 0-3 VOCEM

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: José Luiz Aparecido Miranda; Público: 254 pagantes; Renda: R$ 3.290,00; Cartões amarelos: Rômulo, Tallyson e Antenor; Gols: Jonatan da Ora 23 e Gustavo 46 do 1º, Nikolas 3 do 2º.
Nacional: Luiz Carlos; Cauan (Felipe), César Augusto, Tallysson e Lucas (Natan Pereira); Rômulo, Ronaldy, Renan (João Vítor) e Nicollas; Victor Sales (Kléber) e Paulo Vitor (Nathan). Técnico: Tuca Guimarães.
VOCEM: Rafael Cristino; Fernandinho, Dudu Bahia, Antenor e Gustavo; Pedro (Diogo), Jonatan da Ora, Ibson (Giovani) e Chileno (Diego); Rafael Tanque (Alexandre) e Nikolas (Vinícius). Técnico: Paulinho McLaren.

quinta-feira, 13 de março de 2025

Classificação são-paulina contra o Ismaily/MS na Copa do Brasil sub-17

Texto e fotos: Fernando Martinez


Na terça-feira, rolou uma rodada que eu não podia perder. Abrindo o calendário de 2025 das competições de base (a Copinha, apesar de ser em janeiro, encerra o ciclo anual), teve a estreia da Copa do Brasil Sub-17. No CT de Cotia, o São Paulo recebeu o Instituto Ismaily, atual campeão do Mato Grosso do Sul.

O nome não é comum e, naturalmente, chamou atenção quando a tabela foi divulgada pela CBF. Não demorou para fazer a conexão: o clube foi fundado pelo lateral-esquerdo Ismaily, atualmente no Lille, após passar dez anos no Shakhtar Donetsk. No Brasil, atuou apenas na base do São Bento e no Desportivo Brasil, em 2009. Inclusive, ele apareceu no JP em duas coberturas do time de Porto Feliz naquela Segundona.

O Ismaily conquistou o título estadual após duas grandes vitórias sobre o Náutico na final. A equipe nasceu na cidade de Angélica, mas se filiou por Ivinhema, surgindo como um projeto para manter a molecada em atividade. Além do troféu no Sub-17, também levantaram a taça no Sub-13 e, este ano, disputarão o Sub-15.


São Paulo Futebol Clube (sub-17) - São Paulo/SP


Instituto Ismaily 31 (sub-17) - Ivinhema/MS


Capitães e quarteto de arbitragem

Se, por um lado, estrear em uma competição nacional era motivo de celebração, encarar o São Paulo, uma das maiores forças do país, tornava a classificação quase uma missão impossível. O time do Morumbi chegou ao torneio como vice-campeão paulista, após perder a final para o Santos.

Eu queria ir de qualquer jeito a essa partida, então combinei um esquema com a dupla Pucci e Milton. A ideia inicial era pegar o famoso busão intermunicipal na Estação Butantã e, de lá, um Uber no Terminal de Cotia. Mas, indo em três, a conta ficou mais leve, e decidimos ir direto de Uber. Não deu nem R$12 por cabeça e chegamos uma hora antes do previsto. Perfeito.

Já credenciado, fiquei aguardando pacientemente o início do jogo. Deu tempo de bater papo com o pessoal do Ismaily, rever amigos e acompanhar a chegada do sempre presente Caio. Um bom público marcou presença no estádio, um dos mais legais da Grande São Paulo.

Quando a bola rolou, sem surpresas, principalmente na etapa inicial. O Ismaily sentiu o peso da estreia e só assustou a torcida local uma vez. Já o São Paulo dominou as ações e empilhou chances. O placar foi inaugurado aos quatro minutos com uma cabeçada de Thiago e ampliado por Renan, completando cruzamento de Brenno. O goleiro Kaio fez duas grandes defesas e ainda teve uma falta na trave. O 2 a 0 ficou barato.



Detalhe do primeiro gol da tarde, marcado por Thiago depois de escanteio pela esquerda



O São Paulo atacou bastante pelo lado esquerdo. Na segunda foto, o cruzamento para o segundo gol


Uma das boas defesas de Kaio



Detalhes a mais do tempo inicial em Cotia


Bola na trave do Ismaily em cobrança de falta

No segundo tempo, aí sim o Ismaily mostrou serviço. A molecada se acertou e conseguiu apresentar suas credenciais. Fez dois gols bem trabalhados, nada no acaso, e criou outras oportunidades. Só que o São Paulo seguiu incisivo e anotou mais quatro, além de desperdiçar diversas chances. Pela primeira vez, vi um temporal digno de respeito no CT de Cotia. Sempre peguei sol por lá, às vezes um friozinho, mas essa foi minha estreia em dilúvios.

No fim, um encharcado São Paulo 6-2 Ismaily colocou o Tricolor na segunda fase da Copa do Brasil, onde enfrentará o Athletico em duelos de ida e volta. Já os sul-mato-grossenses, que montaram o time apenas para essa competição, só voltarão a campo no Sub-17 em setembro. O bacana do pós-jogo foi bater um papo com o próprio Ismaily, fundador da equipe, no dia seguinte. Conversamos sobre a eliminação do Lille na Liga dos Campeões e as dificuldades de fazer futebol no Brasil. Esse tipo de coisa que o Jogos Perdidos proporciona nunca perde a graça.






Aqui momentos da segunda etapa. Na penúltima imagem, comemoração de um dos tentos são-paulinos


Debaixo de um temporal, o placar final em Cotia

A volta foi com a providencial carona do amigo Caio, pelas estradas entupidas da região, ainda mais infernais por causa do temporal. Aliás, na quarta estava tudo certo para acompanhar São Caetano x Jabaquara. Estava. Uma das maiores chuvas que já vi inundou o Butantã e me atrasou mais de uma hora, impedindo que fosse ao ABC. Pensem em alguém que ficou muito puto. Com isso, a programação volta no fim de semana com outra jornada nacionalista na A4.

Até lá!

Ficha Técnica: São Paulo 6-2 Ismaily

Local: Estádio Marcelo Figueiredo Portugal Gouvêa (Cotia); Árbitra: Adeli Mara Monteiro/SP; Público e Renda: Portões abertos; Cartão amarelo: Vítor; Gols: Thiago 4 e Renan 22 do 1º, Calci 10, Riquelme 14, Miguel 15, Calci 20, Enzo 26 e Miguel 39 do 2º.
São Paulo: Carlos; Cainan (João Nery), Thiago (Alisson), Ryan e Geovanne; Vítor (Leonardo), Tiago Santos (Nicolas), Renan e Calci; Brenno (Miguel) e Lino (Henry). Técnico: Mário Ramalho.
Ismaily: Kaio; Reniel, Gustavo, Luís Fernando e Yuri Dias (Victor Hugo); Andrade (Ítalo), Riquelme, Léo Santos (Samuel) e Eder Jorge; Enzo e Farias (João Miguel). Técnico: Valdir Júnior.

segunda-feira, 10 de março de 2025

Após grande susto, Nacional vira no sufoco e rebaixa a Matonense

Texto e fotos: Fernando Martinez


Fazia um mês que eu estava armando uma viagem monstra pelo interior para o último final de semana. Não deu certo por falta de quórum, uma pena. Sem a caravana, me restou cumprir o dever cívico de acompanhar o Nacional no Campeonato Paulista da Série A4. O onze ferroviário enfrentou a lanterna Matonense pela 11ª rodada da primeira fase.

No retrospecto, foram 17 confrontos entre os dois. Os paulistanos venceram 12, a equipe de Matão quatro, e houve um empate. Desses, estive presente em seis, todos no século XXI. É o quarto adversário do Nacional que mais vi de perto em duelos profissionais, atrás apenas de Juventus, Portuguesa e Flamengo de Guarulhos.


Não teve foto posada oficial de cada um separado pois ambos se juntaram para protestar contra o racismo



Os dois times a postos para o Hino Nacional Brasileiro só para registrá-los de forma separada também


Capitães com o quarteto de arbitragem composto pelo árbitro Gustavo Alencar Rodrigues, os assistentes Bruno Henrique Moura e Eduarda Gomide Rubio e o quarto árbitro João Batista Avelino

O time visitante chegou à capital carregando a terrível marca de 29 jogos consecutivos sem vencer. O último triunfo foi em 2 de abril de 2023, 1 a 0 sobre o São Bernardo, em um dos quadrangulares da segunda fase da Série A3. Depois disso, foram três empates e absurdas 26 derrotas. Seria o adversário perfeito para se reabilitar... não fosse o Nacional, que historicamente consegue se complicar em partidas assim.

No começo da peleja, os donos da casa foram bem. Antes dos dez minutos, já tinham criado duas ótimas chances, ambas defendidas de forma primorosa pelo goleiro Rafael. Mas a sina nacionalista falou mais alto aos 14, quando a bola foi recuada para o goleiro Luiz Carlos, ele perdeu o domínio, e Luiz, com o gol aberto, inaugurou a contagem. O Nacional sentiu o golpe e não se encontrou mais.

Logo depois do gol, fui para a parte coberta com a rapaziada: Milton, Pucci, Caio e o amigo Victor, todos espantados com a queda de produção dos mandantes. A Matonense jogava solta e conseguiu ampliar a vantagem com um chute cruzado de Bolt da esquerda. No intervalo, um inacreditável 0 a 2 estampava o placar.



As duas defesas sensacionais que Rafael fez, impedindo que o Nacional abrisse o placar nos primeiros 10 minutos de jogo






Quando o Nacional acordou, estava levando 2 a 0 no lombo. O primeiro tempo foi trágico. Na última foto, a comemoração da Matonense no segundo gol

Quando a bola voltou a rolar, o Nacional seguia perdido no gramado da Comendador Souza. Pouco produzia e a inspiração passava longe. Aos 23, a Matonense teve a chance de ouro para anotar o terceiro e liquidar a fatura. Em lance cara a cara, a pelota foi praticamente recuada, e o arqueiro local fez defesa tranquila.

Quatro minutos depois, o Naça teve um pênalti a seu favor. Ronaldy bateu firme e diminuiu. O gol reacendeu o time, e, com os mesmos onze em campo desde o início, o cansaço bateu na Matonense, que recuou. A pressão paulistana deu resultado aos 35, com um gol de cabeça de César Augusto. Logo na sequência, em bom ataque pela direita, Paulo Vítor completou na pequena área o cruzamento e virou a partida de forma heroica.


Na base do bumba-meu-boi, Ronaldy fez o primeiro tento gol em cobrança de pênalti


Não demorou e o Nacional deixou tudo igual em cabeçada discreta de César Augusto



Depois de sofrer a virada, a Matonense ainda tentou deixar tudo igual, mas já estava sem pernas


Sufoco extremo e vitória suada (como ninguém esperava) do Nacional em cima da rebaixada Matonense

O time do interior ainda tentou, mas não teve forças para reagir. Com a derrota por 3 a 2 e os resultados do domingo, a Matonense foi rebaixada para a Segundona de 2026. Será a primeira vez que disputará a quinta divisão estadual. Além disso, agora já são 30 jogos sem vencer.

Falando do Nacional, em jogos profissionais não me lembro de uma virada como essa. Na história, só me vem à cabeça a semi da Copinha de 2005, quando o Paraná Clube também abriu 2 a 0 e o Naça virou no segundo tempo. Difícil acontecer esse tipo de coisa ali pelos lados do Nicolau Alayon. O clube agora ocupa a quinta posição, com 21 pontos, três atrás do líder São Caetano.

Foi a única cobertura do final de semana. Março segue nesse ritmo moroso e sossegado, mas em breve a coisa vai pegar com o início do Brasileiro Sub-20, Brasileiro Feminino e os campeonatos paulistas de base no começo de abril. Por enquanto, seguimos de boa.

Até a próxima!

Ficha Técnica: Nacional 3-2 Matonense

Local: Estádio Nicolau Alayon (São Paulo); Árbitro: Gustavo Alencar Rodrigues; Público: 208 pagantes; Renda: R$ 2.580,00; Cartões amarelos: Nicollas, João Braga, Felipe Brian, Guilherme e Tuca Guimarães; Gols: Luiz 12 e Bolt 44 do 1º, Ronaldy (pênalti) 27, César Augusto 35 e Paulo Vítor 37 do 2º.
Nacional: Luiz Carlos; Cauan (Felipe Brian), César Augusto, Tallyson e Natan (Lucas Ronerto); Rômulo, Ronaldy, João Braga (Renan) e Emmanuel Manu (Paulo Vítor); Gustavo Índio (Victor Sales) e Nicollas. Técnico: Tuca Guimarães.
Matonense: Rafael; Yuri, Luiz Eduardo, Guaretta e JP (Hugo); Erick, Victor Hugo, Guilherme e Cristiano; Bolt e Luiz. Técnico: Nei Silva.