Texto e fotos: Fernando Martinez
Quando saio de casa pra ver algum jogo de futebol nunca tenho na mente a ideia de que verei algo histórico. Na sexta-feira fui ao Estádio Nicolau Alayon "apenas" para acompanhar de perto a terceira apresentação do Nacional dentro de casa no Campeonato Paulista da Série A2 jogando contra o Taubaté, um velho conhecido. Mal sabia que a tarde seria maiúscula e antológica a favor do onze ferroviário.
Vindo de uma derrota fora de casa, os locais queriam manter a invencibilidade na Comendador Souza e apostavam num repeteco da boa atuação contra o Votuporanguense. Já o Burro da Central somou duas derrotas seguidas nas rodadas anteriores e queria tentar arrancar ao menos um pontinho no Alayon. Na última vez que os dois se enfrentaram na capital paulista pela A2, goleada do Taubaté por 4x1 em 2007.
Nacional Atlético Clube - São Paulo/SP
Esporte Clube Taubaté - Taubaté/SP
Capitães dos times junto ao árbitro Rafael Gomes da Silva, os assistentes Marco Antônio Motta Junior e Enderson Emanoel da Silva e o quarto árbitro Willer Fulgêncio Santos
Depois da Portuguesa Santista e os mais de 120 encontros entre os dois, o Taubaté é o adversário que o Nacional mais enfrentou através dos tempos com mais de 85 duelos. O onze interiorano sempre foi páreo duro e o equilíbrio é a tônica desde os anos 40. Equilíbrio que houve durante apenas o tempo inicial, pois depois o Nacional teve uma daquelas apresentações que serão lembradas por muito tempo.
Os locais começaram com tudo e no primeiro ataque Bruno Xavier acertou um belo chute de fora da área, obrigando o goleiro Fábio a mandar pela linha de fundo. Na cobrança de escanteio a bola foi pro segundo pau e Jeferson surgiu entre os defensores para cabecear e marcar o primeiro gol. Tudo isso em 51 segundos.
O Taubaté não sentiu o golpe e chegou perto de deixar tudo igual em duas oportunidades. Aos 14, Fábio Carioca mandou pelota na trave e aos 19 Felipe Lacerda salvou a pátria nacionalina em finalização de Wellington Melo. O Nacional também teve bons ataques no decorrer do primeiro tempo.
No momento onde o equilíbrio reinava os locais marcaram pela segunda vez em nova cabeçada, agora de Bruno Xavier, aos 40 minutos. O árbitro encerrou a primeira etapa com o marcador apontando 2x0 a favor dos paulistanos. Será que o Taubaté teria forças para buscar uma reação na etapa final?
Detalhe do primeiro gol nacionalino aos 51 segundos de peleja e a comemoração do zagueiro Jeferson
Disputa de bola na esquerda do ataque do Nacional
Outra chegada local pela esquerda, com detalhe para a belíssima camisa do Taubaté
Tivemos a resposta em poucos minutos do segundo tempo. O Nacional voltou avassalador e massacrou a equipe comandada pelo técnico Alberto Félix. Aos sete minutos Caio Mendes fez grande jogada pela esquerda e chutou forte. Fábio defendeu, só que no rebote Naldinho apareceu pra marcar o terceiro.
Aos 18, um golaço nacionalino. Naldinho avançou pela direita em avenida deixada pela zaga taubateana e cruzou nos pés de Bruno Xavier. O camisa 11 acertou um tirambaço de primeira e fez o quarto gol. Oito minutos depois foi a vez do camisa 18 Vítor Braga deixar o dele, o quinto do Naça, num belíssimo chute que entrou no ângulo direito de Fábio.
O Taubaté ainda diminuiu aos 30 com Flávio Carioca, mas pra não deixar a peteca cair, Rodrigo Souza fechou o set com finalização tranquila do meio da área. Ninguém em sã consciência poderia acreditar que o Nacional seria capaz de aplicar uma goleada tão incisiva num adversário tão tradicional. Quem não gostou, e com toda a razão, foi a sempre presente torcida visitante.
No tempo final, o Nacional massacrou seu tradicional adversário
Disputa no meio de campo e o belo contrastes dos uniformes
Bruno Xavier comemorando seu segundo gol na tarde, o quarto do Nacional
Chute que originou o quinto gol local, em belo chute de Vítor Braga
Fechando o massacre, o sexto tento saiu dos pés de Rodrigo Souza
O Placar final de Nacional 6x1 Taubaté quebrou uma série de recordes: Foi a maior goleada do escrete ferroviário em cima do Burrão em todos os tempos, superando um 4x0 aplicado em 1966, foi também a maior goleada da história do confronto, superando um 5x0 do Burrão pela A2 de 2004 e foi a primeira vez que um dos times fez seis gols do adversário. Além disso, foi a maior derrota da gloriosa história centenária do Esporte Clube Taubaté. Isso definitivamente não é pouca coisa.
A gigantesca vitória colocou o Nacional na oitava colocação da primeira fase da A2 após cinco rodadas disputadas, um terço do certame. Se os atletas acertarem o pé jogando fora de casa, a classificação não será um sonho impossível. Já o Burrão está na 11ª posição e as três derrotas seguidas custaram o emprego de Alberto Félix pro restante da competição.
Da minha parte, essa foi a 26ª partida consecutiva do antigo SPR com o mando de campo que acompanhei in loco. Mesmo morando no litoral, estou mantendo essa escrita de pé. Daqui duas semanas tem confronto paulistano no Alayon, um daqueles jogos imperdíveis que tanto gosto...
Até a próxima!
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