Na terça-feira passada começou aqui na capital paulista um torneio de futebol quase clandestino. Pior que não falo de uma competição de várzea, de um futebolzinho entre funcionários de uma empresa qualquer ou de amigos que se reúnem de final de semana. Falo de uma competição feminina reunindo seleções nacionais, o Torneio Internacional Cidade de São Paulo sub17.
Mas pior do que ser um torneio fantasma aos olhos da mídia "especializada", algo que já estamos acostumados, é ser uma competição que praticamente não existe para a própria CBF. Na manhã de estreia do certame nem havia tabela e as informações no site eram esparsas e vazias. Bom, mas para quem acha que o 7x1 foi apenas uma obra do acaso, podemos esperar algo diferente?
Enfim, o que eu sei é que não dava pra deixar passar a chance de ver um campeonato tão legal aqui perto de casa, já que o Estádio Conde Rodolfo Crespi, a Rua Javari, é a sede do quadrangular. Além das meninas do Brasil, Chile, Paraguai e Venezuela completam a lista de participantes. Todas estão se preparando para o Sul-Americano da categoria que ainda não tem data ou local definido (aliás, a última informação disponível sobre essa competição no péssimo site da Conmebol é de agosto de 2013, antes do torneio daquele ano. Dá pra medir o quanto ridículo é isso?)
Na primeira rodada o Chile venceu a Venezuela pela contagem mínima e o Brasil foi derrotado pelo Paraguai por 3x1. Na quinta, tivemos a vitória paraguaia por 3x0 contra as venezuelanas e o sofrido triunfo tupiniquim contra as chilenas por 4x3. Como as duas melhores colocadas garantem vaga na final, as meninas da terra de Chilavert estavam com um pé na decisão antes da jornada derradeira e que Brasil e Chile (a chance da Venezuela era remota) definiriam a outra vaga.
Apesar da ausência completa de divulgação, um público legal foi até a Javari para ver a rodada final da primeira fase. O primeiro jogo foi entre Paraguai e Chile, e como as primeiras estavam com 100% de aproveitamento, nada mais natural do que eu acompanhar bem de perto o ataque da seleção guarani.
Paraguaias e chilenas posadas para a abertura da terceira rodada da primeira fase do certame. Fotos: Fernando Martinez.
Dentro de campo não houve surpresa e as paraguaias foram superiores às suas adversárias na maior parte da peleja. O time, muito bem armado e com jogadoras de boa qualidade, jogou o tempo todo no campo de defesa do adversário. Na base da pressão, o primeiro gol saiu meio sem querer aos 27 minutos do tempo inicial.
Limpia Fretes recebeu passe pela direita e cruzou na área. A pelota pegou um efeito absurdo e seguiu em direção ao gol. A arqueira Camila Cazor não conseguiu voltar a tempo e acabou sofrendo o primeiro. Atrás no placar, o Chile sabia que a vaga na final ficaria distante caso saísse derrotada de campo.
No tempo final as chilenas tentaram mas não conseguiram superar o bom time do Paraguai, e ainda por cima sofreram mais dois gols, o segundo com Lorena Alonso aos 15 e o terceiro de Jessica Martinez - mais uma parente perdida por aí - aos 27 minutos. A equipe ainda criou chances para ampliar a vantagem, mas o marcador não foi mais alterado.
Ataque paraguaio no começo da partida. Foto: Fernando Martinez.
Arqueira chilena saindo pra fazer a defesa. Foto: Fernando Martinez.
Camila Cazor vendo a bola passar por ela no primeiro gol do Paraguai. Foto: Fernando Martinez.
Bola no fundo das redes no segundo gol da seleção guarani. Foto: Fernando Martinez.
Raro ataque chileno no tempo final. Foto: Fernando Martinez.
Placar final de Chile x Paraguai no marcador híbrido da Javari. Foto: Fernando Martinez.
O placar final de Paraguai 3-0 Chile colocou as vencedoras na final com 100% de aproveitamento. Por conta da diferença de gols, as chilenas já estavam eliminadas e restava agora saber se a decisão teria a presença de Brasil ou Venezuela, as adversárias do jogo de fundo.
Jogando contra uma seleção que tinha saído de campo derrotada por duas vezes e que também não tinha marcado nenhum gol, o Brasil era amplo e incontestável favorito. Para facilitar mais ainda a missão canarinho, logo aos três minutos a goleira Alexa Castro resolveu dar uma força e soltou uma bola fácil nos pés da atacante Farinon, atleta do Veterano de Novo Hamburgo. Mesmo sem ângulo ela só teve o trabalho de tocar pro fundo das redes.
As meninas sub17 do Brasil e da Venezuela posados antes da partida que fechou a primeira fase da competição. Fotos: Fernando Martinez.
A vantagem deu uma exagerada tranquilidade para a seleção local, que passou o restante do primeiro tempo melhor, mas pecando demais nas finalizações. Tanto foi que a partida chegou a seu intervalo ainda com o magrinho 1x0 estampado no placar.
No tempo final a Venezuela abdicou completamente de atacar e chamou as brasileiras para o seu campo. Mesmo com o toque final bastante falho, o coletivo de "ataque contra defesa" deu resultado. Andressa, jogadora do Centro Olímpico, fez o segundo aos 21 minutos e Ana Vitória, do Rondonópolis, fechou a fatura dois minutos depois.
Só deu Brasil no gramado da Rua Javari. Foto: Fernando Martinez.
Ataque pela esquerda. Foto: Fernando Martinez.
Bola zanzando dentro da área venezuelana. Foto: Fernando Martinez.
Ataque perigoso das donas da casa no segundo tempo. Foto: Fernando Martinez.
A capitã Farinon tocando com estilo. Foto: Fernando Martinez.
Comemoração pelo terceiro gol brasileiro. Foto: Fernando Martinez.
O Brasil 3-0 Venezuela colocou as meninas locais na decisão do Torneio Internacional Cidade de São Paulo contra as paraguaias. Chile e Venezuela farão a decisão de terceiro lugar. Os dois jogos serão realizados na Rua Javari nessa segunda-feira na parte da tarde.
O restante do sábado foi reservado para curtir os Jogos Panamericanos pela televisão e dormir pensando na oitava e penúltima partida do Barcelona Capela como mandante na Segundona Paulista.
Até lá!
Fernando
sr fernandio nfaã um jogo da portuguesa santisa em ulrico mursa.
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