Fala, pessoal!
Sábado passado o JP chegou aos 10 anos de vida e nada melhor do que comemorar essa data histórica com uma final de Campeonato Paulista da Segunda Divisão, nosso campeonato favorito. O quase centenário Nacional Atlético Clube recebeu o "novato" Sport Club Atibaia em busca do seu primeiro título nesse século.
Com a derrota no jogo de ida (2x1 para o time laranja), o time ferroviário ficou obrigado a vencer essa partida no Estádio Nicolau Alayon para ser campeão, algo que não acontecia desde o ano 2000. O bom time do Falcão jogava pelo empate e prometia sair da Comendador Souza com seu primeiro caneco em quase nove anos de vida.
Belos troféus para o campeão e vice da Segunda Divisão 2014. Fotos: Fernando Martinez.
Marcada para o ingrato horário das 10h45 do sábado (!), a decisão recebeu um belíssimo público para os padrões normais: 1.039 pagantes. A torcida local encheu a arquibancada coberta e também parte do gol "da direita". Os torcedores do Falcão compareceram em ótimo número e ficaram do lado oposto às sociais.
A atmosfera, como não poderia deixar de ser, era eletrizante. Confesso que poucas vezes vi um clima tão legal por ali, isso contando as finais da Copa São Paulo de Juniores de 2008 e da Copa Paulista de 2012. Cheguei cedo e logo encontrei muitos amigos e conhecidos por ali, e depois de uma rápida resenha fui para o campo de jogo.
Nacional AC - São Paulo/SP. Foto: Fernando Martinez.
SC Atibaia - Atibaia/SP. Foto: Fernando Martinez.
Devidamente credenciado, aguardei já no gramado a entrada das equipes para o hino nacional e as fotos oficiais (nem tinha como ser diferente). Como o calor ainda não tinha apertado, resolvi permanecer em campo e fui acompanhar o ataque do Nacional.
Quarteto de arbitragem da final com o árbitro Rodrigo Guarizo do Amaral, os assistentes Tatiane Sacilotti Camargo e Eduardo Vequi Marciano e o quarto árbitro Salim Fende Chavez. Junto a eles, os capitães dos times. Foto: Fernando Martinez.
É, mas ali o jogo quase não aconteceu, pois o time comandado pelo técnico Luiz Muller - aquele mesmo ex-Bragantino e ex-Sport - encurralou os donos da casa e criou quatro ótimas chances de gol na primeira metade do tempo inicial. O goleiro Carlão teve bastante trabalho.
A zaga do Atibaia segurou o ataque do Nacional por grande parte do primeiro tempo. Foto: Fernando Martinez.
Aos 29, o ataque atibaiense armou uma grande troca de passes que terminou com o arqueiro nacionalino cometendo pênalti. Fernando Gaúcho bateu com classe no inuto seguinte e abriu o marcador. Se não estava fácil a vida do Nacional com o empate sem gols, agora o drama era maior.
Fernando Gaúcho no pênalti que abriu o marcador para o Atibaia. Foto: Fernando Martinez.
Até o fim do primeiro tempo os locais finalmente chegaram com perigo em dois ataques pela direita. Em ambos o goleiro Wálter fez brilhantes defesas. Ao fim dos 45 minutos iniciais, o marcador apontava 0x1 e somente uma virada daria o título para o Nacional.
Presença do atacante Sócrates no ataque local. Foto: Fernando Martinez.
Alguns já mostravam um semblante bastante preocupado nas arquibancadas imaginando que talvez não fosse possível emplacar a quarta virada do time em pouco mais de um mês. Não era mesmo uma situação "tranquila", mas é fato que não tinha como colocar em dúvida a capacidade de reação nacionalina depois das antológicas viradas contra Barretos (para muitos, o jogo do acesso), União Mogi e Grêmio Prudente.
Bola cruzada na área atibaiense. Foto: Fernando Martinez.
A conversa no vestiário deve ter sido sensacional, pois o time ferroviário voltou para o tempo final num ritmo alucinante. Mostrando um futebol extremamente empolgante, os atletas encurralaram a equipe do Atibaia e viraram o marcador em apenas 15 minutos.
Bruno Silva na grande área momentos antes de tocar por cobertura e empatar o jogo. Foto: Fernando Martinez.
O gol de empate saiu aos cinco quando Bruno Silva recebeu lançamento preciso de Gindre pela direita e tocou por cobertura na saída do arqueiro visitante. Aos 14, Wálter bateu roupa em cobrança de falta e Fernando, um dos destaques da equipe, completou.
Lance do gol da virada do Nacional, marcado pelo camisa 5 Fernando. Foto: Fernando Martinez.
O Atibaia sentiu demais esse gol e passou um bom tempo zonzo em campo. Sócrates, artilheiro do campeonato com 16 gols (mas sem marcar desde 24 de agosto), recebeu um passe açucarado de Bruno Silva pela direita e chutou na trave na maior chance para definir de vez a final. A equipe da casa sobrava em campo.
Zagueiro do Falcão tentando se livrar da marcação de Sócrates. Foto: Fernando Martinez.
O Falcão voltou a chegar perto da área local somente após os 35 minutos, mas a pressão era fugaz e a cada minuto que passava ficava mais próximo o esperado título do onze paulistano. A cada virada do ponteiro a torcida se animava ainda mais.
Momentos finais da decisão da Segundona 2014. Foto: Fernando Martinez.
Então as 12h36 da tarde de sábado, 1º de novembro de 2014, o árbitro Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral trilou seu apito pela última vez e a torcida pôde soltar o grito de "CAMPEÃO" no Nicolau Alayon. A Segundona Paulista da atual temporada terminou com o título paulistano.
O placar final de Nacional 2-1 Atibaia deu ao onze ferroviário a terceira conquista profissional em todos os tempos. O primeiro aconteceu após uma vitória contra o Bernô na rodada final da A3 de 1994 e o segundo numa vitória contra o Garça no ano 2000, também na Série A3.
A comemoração foi enorme dentro e fora de campo. Em reconhecimento aos torcedores, os atletas se dirigiram ao gol da direita, local aonde estava a maior parte dos nacionalinos, para fazer a festa com o pessoal. Por pouco não aconteceu uma tragédia por conta da queda do alambrado. Por sorte nada pior aconteceu, e como o clima era de festa tudo virou graça.
Não demorou para a cerimônia de premiação das duas equipes começar. Primeiro o elenco do Atibaia subiu ao pódio para receber as medalhas e o troféu pelo vice-campeonato. De negativo somente o fato que faltou medalha para todo mundo. Uma enorme bola fora.
Elenco do Atibaia no pódio armado pela FPF e o capitão do clube levantando a taça de vice-campeão. Fotos: Fernando Martinez.
Logo após a premiação do onze atibaiense, foi a vez do grande campeão da Segunda Divisão subir no palco montado pela FPF. A alegria não parou por um segundo e foi bonito ver o goleiro-capitão Carlão - um dos atletas há mais tempo no clube - levantar a bela taça.
Festa dos jogadores campeões da Segundona e o capitão Carlão levantando a taça. Fotos: Fernando Martinez.
Apesar de algumas cenas tristes durante a cerimônia a festa foi muito bonita e mais do que merecida. Torci bastante para o acesso do Nacional durante as cinco temporadas na Segundona. Dos 108 jogos disputados nesses anos, estive em 54. Nesse tempo todo o JP foi o único veículo aonde o tradicional clube da Zona Oeste teve uma cobertura realmente digna. Para nós, algo bastante honroso.
Atletas nacionalinos indo comemorar com a torcida. Foto: Fernando Martinez.
Com a saída dos fiscais da FPF da cancha, todos os amigos que estavam do lado de fora entraram em campo para também participarem da festa. Fiquei muito tempo por ali confraternizando com todos, num dos maiores quóruns já montados em todos os tempos.
Parte da turma presente no Nicolau Alayon para a grande final. Foto: Fernando Martinez.
Se já não bastasse toda a emoção pela final em si, posso dizer em nome de todos do blog que chegar aos 10 anos de Jogos Perdidos é algo muito legal. Ninguém imaginava isso lá em 2004 e por mais que nos últimos anos a equipe tenha diminuído bruscamente - quase um "exército de um homem só" - o nosso ideal ainda está mais vivo do que nunca.
Das 2.666 partidas que cobrimos nesse período, cerca de 2.350 foram realmente "jogos perdidos", a maioria com relatos e fotos exclusivas. Não há como negar que nosso banco de dados e imagens é um dos maiores em se tratando de times pequenos e competições que são jogadas longe dos holofotes da grande mídia. Até onde for possível estaremos na ativa e contando com a audiência de todos.
Uma imagem que dispensa maiores comentários. No sábado, o JP também foi um pouco campeão. Foto: Miguel Ferreira.
Com esse relato fechamos as coberturas da Segunda Divisão na atual temporada. Nossa próxima meta é fazer uma Série A2 e A3 geniais antes do início da Segundona 2015, sem dúvida o estadual mais difícil do país.
Até a próxima!
Fernando!
Parabéns Nacional e torcida , tiraram meu União do campeonato infelizmente , mas subiu um time com grande historia !!!E esse Bruno Silva é craque hein , queria ele no meu União !!!!
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